Corte de R$ 6 bilhões no Orçamento: “Há dificuldades em reduzir deficit”
Economistas apontam que, embora a medida seja necessária para alinhar o orçamento à meta de deficit zero, ela reflete dificuldades mais profundas na gestão fiscal e na redução de despesas estruturais
O recente bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento federal expõe os esforços e desafios do governo brasileiro para equilibrar as contas públicas, diante de limitações orçamentárias, elevado gasto público e receitas abaixo do esperado. Economistas apontam que, embora a medida seja necessária para alinhar o orçamento à meta de deficit zero, ela reflete dificuldades mais profundas na gestão fiscal e na redução de despesas estruturais.
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Segundo Otto Nogami, economista do Insper, o bloqueio é uma resposta às limitações do Orçamento e ao crescimento inesperado de gastos continuados, como benefícios previdenciários. “O governo busca mostrar compromisso com o ajuste fiscal, mas enfrenta dificuldades em reduzir o deficit sem comprometer áreas críticas, como saúde, educação e programas sociais”, explicou.
“Embora o governo não tenha detalhado integralmente as áreas afetadas, cortes de gastos dessa magnitude costumam atingir despesas discricionárias, que incluem investimentos e manutenção de serviços públicos. Isso pode gerar impacto em serviços públicos e redução de investimentos”, afirmou Nogami. “Áreas como infraestrutura, cultura, ciência e tecnologia frequentemente sofrem com cortes, o que pode comprometer investimentos de longo prazo. E também afeta diretamente a capacidade de o Estado fomentar o crescimento econômico, gerando efeitos negativos no médio prazo”, disse.
Receita
O economista e sociólogo Vinicius do Carmo destaca que o bloqueio foi necessário devido à expansão não prevista de despesas, particularmente nos benefícios previdenciários. “Embora o governo tenha melhorado a arrecadação, ainda é tímido nos cortes de despesas estruturais”, afirmou. Ele aponta que a gestão atual tem avançado em medidas, como o empoderamento da Receita Federal e a redução de isenções fiscais, mas reforça que um ajuste fiscal efetivo exige um redesenho mais amplo do aparato estatal. “A justificativa que apresentam os representantes do governo é o crescimento não esperado de benefícios previdenciários, acredito que sejam gastos que sejam possíveis de prever por modelos econométricos e atuariais, o governo esperou tornar imprescindível a realização do bloqueio”, afirma.
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