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Alternativas para economizar na compra de material escolar

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Compra de livros didáticos usados em sebos, feiras literárias e em grupos de pais alivia o orçamento e incentiva práticas de consumo consciente, mas a adoção de plataformas digitais dificulta a reutilização

A volta às aulas no Distrito Federal é marcada por listas extensas e preços elevados de materiais escolares, o que tem levado muitas famílias a adotarem uma solução mais econômica: a compra de livros usados, uma prática popular entre pais e mães que compram material escolar todo ano. Esse mercado, impulsionado por sebos, grupos de troca e feiras escolares, oferece economia significativa, com valores que podem ser até 60% mais baixos do que os livros novos.

Nas livrarias, livros didáticos chegam a custar até R$ 200, enquanto nos sebos podem ser encontrados por menos da metade do preço. Lucinete Teixeira, 48, professora e mãe, recorre a livros usados desde 2015, quando a filha mais velha começou o 6º ano. Para ela, o impacto financeiro de adquirir materiais novos é insustentável. “Comprando usado, é possível economizar de 50% a 60%. Como são muitos livros, isso impacta muito no orçamento familiar”, conta. 

Lucinete busca os materiais em sebos, pela internet ou em grupos de WhatsApp com outros pais. “É uma experiência positiva, mas algumas escolas estão adotando plataformas digitais que dificultam a reutilização, já que o material impresso fica vinculado ao sistema e não pode ser comercializado”, apontou a moradora da Asa Sul. 

Segundo José Aparecido Freire, representante da Fecomércio e do Sindicato de Papelarias e Livrarias do DF, a adoção de sistemas educacionais próprios e plataformas digitais tem sido um dos principais desafios para o mercado de livros usados. “Desde 2017, o sistema de ensino on-line começou a se fortalecer, e as vendas de livros impressos diminuíram. Hoje, livros usados representam apenas 8% a 10% das vendas do mercado”, disse.

No entanto, as constantes atualizações exigidas por algumas escolas são uma barreira. “A legislação prevê que a edição de um livro seja mantida por pelo menos três anos, mas, na prática, nem sempre isso acontece. As mudanças obrigam muitos pais a comprarem livros novos”, explica José Aparecido. Ele alerta para a importância de verificar a edição e o estado de conservação antes de adquirir livros usados. “A capa geralmente é atualizada em reformulações, e capítulos novos são inseridos. Quem opta por livros antigos corre o risco de ter de comprar novamente”, explica.

Sebos e feiras literárias

Cida Caldas, proprietária do Sebinho na Asa Norte, também notou a redução na procura por livros didáticos usados. “As escolas estão adotando materiais próprios, e isso diminuiu as vendas. Por outro lado, a busca por obras literárias aumentou, especialmente entre estudantes que precisam de livros para estudar para vestibulares e concursos”, explicou.

A moradora da Asa Norte Suzana Vieira, 44, esteve com os dois filhos no Sebinho, em busca de livros paradidáticos prescritos na lista de material escolar deste ano. “Sempre antes de comprar nas livrarias, venho aqui. Os livros usados têm excelente qualidade e preços acessíveis, e é uma forma de economizar sem abrir mão de materiais de boa qualidade”, contou a professora.

Thais Luz, moradora de Santa Maria, destacou o uso da tecnologia como aliada na economia. “Compro livros usados e acompanho as novidades por PDF. Isso facilita, principalmente, quando as escolas trocam todas as apostilas, como aconteceu com minha filha este ano. A venda e a troca de livros nos sebos e na internet são muito vantajosas”, comentou. 

Na foto, Thais Luz, e a filha Júlia Luz. Elas tem o costume de comprar e vender os livros usados, com o intuito de economizar
Na foto, Thais Luz, e a filha Júlia Luz. Elas tem o costume de comprar e vender os livros usados, com o intuito de economizar(foto: Material cedido ao Correio)

Além disso, as redes sociais e grupos escolares têm se tornado ferramentas importantes para a troca e venda direta entre pais, reduzindo custos e promovendo a reutilização de materiais.

Alívio no bolso

De acordo com o economista Werton Oliveira, a compra de livros usados não apenas alivia o orçamento das famílias, como também promove práticas de consumo consciente. “É uma forma sustentável de reduzir a produção de novos exemplares e o consumo de recursos naturais”, explica.

Por outro lado, há desafios, como o impacto nas editoras, que enfrentam quedas significativas na demanda, e possíveis questões relacionadas a direitos autorais. “Ainda que seja uma prática benéfica para consumidores, é importante garantir que a circulação de livros usados respeite as normas legais, especialmente as cópias”, concluiu.

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Jornalista

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