Bolsonaro aproveita os holofotes de Trump e mira 2026
Especialistas destacam estratégias do ex-presidente após a posse do dia 20 de janeiro; mesmo inelegível, político não descarta possibilidade de reverter situação eleitoral
Na onda da reeleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (PL) teve uma semana intensa de declarações e entrevistas. Inelegível, o ex-presidente prepara o terreno para a corrida eleitoral de 2026.
Durante esta semana, o nome do político esteve em alta durante desentendimento com o ex-ministro do governo e atual senador Marcos Pontes (PL-SP), que lançou candidatura à presidência da Casa Alta, mesmo sem o apoio do partido, que está com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Bolsonaro também deu entrevistas para os veículos bolsonaristas Fio Diário e Revista Oeste.
Segundo o cientista político e sócio da Hold Assessoria Legislativa, André César, o volta do republicano Donald Trump à Casa Branca pode ter “inspirado” o ex-mandatário. Ele salienta que a escolha de conceder entrevista aos veículos não tem o objetivo de alcançar mais eleitores, mas de “reforçar o discurso junto aos seus”. No entanto, o político inelegível apresentou mais disposição no jogo político, e os próximos passos são as eleições da Câmara e do Senado.
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Nas casas legislativas, o cenário parece favorável para os aliados de Bolsonaro. São favoritos à disputa Davi Alcolumbre, no Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara dos Deputados.
Palacianos ‘casca-grossa’
As declarações de Bolsonaro na mídia não pararam por aí. Em entrevista ao Fio Diário, o ex-mandatário fez uma crítica às nomeações feitas por ele no mandato como presidente. Se pudesse voltar no tempo, como ele mesmo afirmou, deveria ter indicado ministros mais “casca grossa” em vez de generais aos ministérios palacianos. Integram essa categoria de pastas sediadas no Palácio do Planalto a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria-Geral e a Secretaria de Governo.
Declaração parece tentativa do ex-presidente de se distanciar de nomes do antigo governo. Entre os ministros palacianos, estão Walter Braga Netto e Augusto Heleno, que ocuparam a Casa Civil e o GSI, respectivamente. Os dois militares são investigados no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado, Braga Netto está preso desde dezembro por participação na trama.
Segundo o analista, Bolsonaro tem um perfil de se afastar bruscamente de aliados quando isso pode prejudicar a imagem. “O Braga Netto virou persona non grata na família Bolsonaro”, destacou César.
Outra intenção por trás da declaração, destaca o especialista, pode ser reconquistar o eleitorado mais ao centro, que foi importante na eleição de 2018, mas se afastou em 2022.
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