Motoristas esperam 2 horas em pé para encher galões de gasolina em Ceilândia, no DF
Consumidores fizeram fila em busca de gasolina a R$ 4,99. Motoboy vendeu pizza a R$ 30 no local.
m posto de gasolina no Setor O, em Ceilândia, no Distrito Federal, criou uma fila para quem quisesse encher galões de plástico com gasolina. A ação ocorre devido aos protestos de caminhoneiros, que fez com que postos fossem afetados pelo desabastecimento de estoque. O ato foi flagrado por uma equipe da TV Globo que passava pela região, na noite de quarta-feira (25).
A gasolina saía a R$ 4,99 no pagamento em dinheiro ou débito. Mesmo assim, a fila de espera para abastecer veículos e galões tinha mais de 100 pessoas.
Em pé na fila, as pessoas ficaram em média 2 horas esperando atendimento. A professora Maria da Conceição Brasileira chegou às 21h30 com dois galões para encher e só conseguiu sair do posto depois das 23h. Ela disse que teve de ficar esperando em pé, porque o carro estava sem combustível.
“A gente veio a pé, porque o carro acabou a gasolina. Conseguimos comprar nove litros.”
Para que a gasolina durasse por mais tempo, a gerência do posto estipulou que cada consumidor poderia gastar apenas R$ 50 por abastecimento. Mas próximo da meia-noite, os frentistas avisaram que não iriam mais abastecer as pessoas que estivessem a pé nas filas, por falta de combustível.
A situação foi a mesma em outros dois postos, um na Via Estrutural – que liga o Plano Piloto a Taguatinga, Ceilândia e a cidades do Entorno Sul do DF – e outro na Avenida Central de São Sebastião. Nesses postos, só era permitido encher cinco litros de uma vez nos galões de plástico.
Alerta
Há uma resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na qual é determinado que a venda de combustíveis “fora do tanque de consumo dos veículos automotores” só será permitida em “recipientes certificados para armazenamento”.
No entanto, não é o que foi visto em vários postos da capital, onde motoristas utilizavam recipientes de produtos de limpeza para abastecer.
Oportunidade
Aproveitando o momento das filas que se formaram no posto, o motoboy Wagner Santos, vendeu pizzas para quem aguaradava o atendimento. Cada pizza saiu por R$ 30.
“Tem muita gente que está com fome e tá esperando esse tempo todinho. Então, eu resolvi vender a pizza tá me ajudando bastante. Já vendi 10 pizzas”, afirmou.
4 milhões de litros
Desde quarta-feira (23), um protesto que bloqueia a saída do Terminal Terrestre de Brasília da Petrobras – base que armazena e distribui produtos da companhia para os postos de combustíveis do DF e do Entorno – impediu que mais de 4 milhões de litros de combustíveis fossem levados para os postos. Isso seria suficiente para abastecer 80 mil tanques de carros de passeio.
Alimentação
Para driblar os problemas de distribuição, uma das maiores peixarias do Distrito Federal está trazendo 600 kg de pescado fresco em avião de carreira, vindo de Alagoas.
Na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), o preço do saco de batatas subiu de R$ 40 para R$ 300 em algumas bancas: um avanço de 650%. A caixa do tomate saiu de R$ 60 para R$ 200, saltando 230% em apenas quatro dias.
A Ceasa, porém, informou ao G1 que estes valores são exceção: o preço médio comercializado da batata saltou de R$ 100 para R$ 180; o do tomate, de R$ 60 a R$ 120. O preço médio comercializado é o valor apurado pelo Setor de Estatísticas da empresa com os vendedores de todos os pavilhões.
G1