Ir para o conteúdo
Casa Política O cinema pernambucano é aplaudido pelo mundo
Política

O cinema pernambucano é aplaudido pelo mundo

Compartilhar
Compartilhar

Políticos e celebridades a comemoraram, nas redes, a consagração do diretor Kleber Mendonça e do ator Wagner Moura em Cannes

A mais nova vitória do cinema nacional, no Festival de Cannes, ontem, repercutiu no mundo político. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou publicamente o ator Wagner Moura e o diretor Kleber Mendonça Filho pela aclamação do filme O Agente Secreto. Ambos receberam, respectivamente, os prêmios de Melhor ator e Melhor diretor no festival.

Para Lula, o resultado mostra que as produções nacionais não deixam a desejar em comparação com outros países, e que o Brasil pode encantar o mundo com obras que tratam sobre seus diferentes momentos históricos. Além do presidente, outros integrantes do Executivo e políticos se manifestaram. “Hoje é dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. De comemorar o reconhecimento que nossa arte tem no mundo. E de curtir a felicidade de viver em um país que tem gigantes do porte de Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura. Os dois prêmios que O Agente Secreto conquistou há pouco no festival de Cannes — Melhor diretor e Melhor ator — mostram que o cinema de nosso país não deve nada para ninguém. E que seguiremos encantando os públicos e os críticos ao redor do planeta com filmes que mostram nosso talento, nossa cultura e capítulos importantes de nossa própria história. Viva o cinema brasileiro!”, escreveu Lula em suas redes sociais, pouco tempo após a premiação.

Ditadura militar

O filme se passa em 1977, durante a ditadura militar e conta a história de um professor que se muda de São Paulo para Recife no carnaval, na esperança de encontrar o filho, mas descobre que a cidade está longe de ser o refúgio que ele busca. O Agente Secreto estreou no Festival de Cannes no último domingo, e recebeu aplausos por 13 minutos após sua exibição.

Além de vencer dois prêmios do evento oficial, o filme venceu o prêmio da crítica, paralelo ao festival, entregue pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci). “Escolhemos um filme que tem uma generosidade romanística e épica; um filme que permite digressão, diversão, humor e caráter para evocar um tempo e lugar e uma história rica, estranha e profundamente preocupante de corrupção e opressão. Um filme que faz suas próprias regras, que é pessoal, mas universal, que leva seu tempo e mergulha você em um mundo – o mundo do Brasil governado pelos militares em 1977 e o mundo das pessoas boas em tempos ruins”, justificou a Fipresci.

O sucesso do filme se dá meses após a vitória de Ainda Estou Aqui, que também se passa durante a ditadura, ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Foi a primeira obra brasileira a ser premiada na maior competição do cinema. Lula, inclusive, concedeu na terça-feira passada a maior honraria da cultura brasileira para a atriz Fernanda Torres, o diretor Walter Salles e para o escritor Marcelo Rubens Paiva, que receberam a medalha da Ordem do Mérito Cultural durante a reinauguração do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro.

Também celebrou o resultado em Cannes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin. “É de ouro e é do Brasil!”, disse Alckmin. “Suas vitórias não só celebram seus talentos individuais, mas também representam um marco para o cinema brasileiro, destacando a riqueza da nossa cultura no cenário internacional. Parabéns a esses gigantes do cinema! Que suas conquistas inspirem novas gerações e tragam ainda mais alegria ao nosso país”, acrescentou.

Já a ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemorou de perto. Ela acompanhou pessoalmente o festival, realizado na cidade francesa de mesmo nome. “Vivemos um momento vibrante do audiovisual brasileiro. O Agente Secreto é, merecidamente, reconhecido por sua direção e interpretação. E revela o potencial de nossas produções e de nossa cultura”, declarou Margareth em nota oficial.

Outros ministros que parabenizaram Wagner Moura e Kleber Mendonça foram Jader Filho (Cidades), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Camilo Santana (Educação). Outra manifestação foi a da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. O filme foi gravado na capital pernambucana, Recife, cidade natal do diretor. “Estou ansiosa para assistir ao filme! Orgulho imenso! Parabéns a todos! Viva o cinema pernambucano!”, enfatizou Raquel. Oportunidade

O produtor de cinema Marcus Ligocki — que produziu os filmes Pureza e Rock Brasília – Era de ouro — destacou o protagonismo do cinema brasileiro em Cannes este ano. “Foi um ano em que o Brasil veio como país homenageado pelo Marché du Film (que abriga o mercado), numa presença histórica do cinema brasileiro, com mais de 200 credenciados, em diversas atividades de diferentes frentes”, observou o produtor, que participou da atividade.

Para Ligocki, o evento serviu para fortalecer laços e network entre produtores, numa integração com vários países. “Tivemos ampla participação de curadores de festivais, de agentes de vendas e de representantes de distribuidores, presentes todos os dias no evento”, contou.

Para ele, foi marcante a integração de produtores de vários países e intenso interesse de agentes de vendas de filmes muito relevantes. Distribuidores, financiadores de filmes e peças-chave desse mercado global estiveram presentes. “A presença do Brasil era nítida no festival. Houve muita troca também entre os brasileiros. Produtores de conteúdo de diversos estados se encontraram, se conheceram. Trataram de projetos, desafios, buscas e aspirações. Isso foi muito rico e relevante”, comenta.

O ambiente, segundo o produtor, tinha tudo para culminar com filme brasileiro fazendo história em Cannes. “Foi uma edição histórica em vários sentidos. O Kleber e Wagner, premiados. O Brasil se jogando com muito mais consistência e naturalidade para essa busca do mercado internacional. O MinC fez um belíssimo trabalho”, disse, em referência à atuação do Ministério da Cultura do Brasil.

Famosos e colegas celebram

A vitória histórica de Wagner Moura como Melhor ator no Festival de Cannes 2025 e a consagração de Kleber Mendonça Filho como Melhor diretor provocaram uma onda de celebrações e orgulho entre amigos, colegas e personalidades do meio artístico brasileiro. Nas redes sociais, as homenagens se multiplicaram.

Wagner Moura, que não participou pessoalmente da premiação, celebrou por vídeo: “Ter hoje brasileiros torcendo pela vitória do cinema brasileiro internacionalmente, olhando para o cinema brasileiro e dizendo que esse filme e esses artistas nos representam, como aconteceu com Ainda Estou Aqui, me dá uma alegria profunda”, afirmou. “O Brasil é o país da cultura, o país da arte. Viva o Brasil, viva os brasileiros!”, completou.

Colegas exaltaram não apenas os premiados, mas também o momento de afirmação do cinema nacional no cenário internacional. “O abraço que eu queria dar agora no meu ídolo e amigo do coração. Wag está no lugar que merece estar”, escreveu o ator Gabriel Leone, colega de elenco de Wagner em O Agente Secreto. A atriz Maria Fernanda Cândido também fez questão de parabenizar: “Fantástico! Prêmio merecidíssimo! Grande trabalho de Wagner Moura. Viva o cinema brasileiro!”

O dramaturgo Walcyr Carrasco resumiu o sentimento geral com entusiasmo: “Gigantes! Wagner Moura se torna o primeiro ator brasileiro a vencer o prêmio de atuação masculina no Festival de Cannes! E Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de direção. Parabéns, Brasil! Viva o nosso cinema brasileiro!” Na imprensa internacional, o reconhecimento também foi imediato.

O portal Next Best Picture afirmou que a produção “jamais funcionaria sem o magnetismo de Wagner Moura”, destacando que o ator “comanda a tela com tanta presença que faz com que seja uma alegria assisti -lo”. Já o The Playlist descreveu a atuação do brasileiro como “radiante”, ressaltando a maneira como ele “atravessa a raiva justificada, a indiferença carismática e, eventualmente, o comportamento contido”.

Mesmo sendo o primeiro brasileiro a conquistar o prêmio de Melhor Ator de Cannes, Wagner Moura se junta a um seleto grupo de artistas nacionais vencedores, como: Rodrigo Santoro, premiado na categoria Revelação por Carandiru (2003), e Ricardo Teodoro, que levou o mesmo prêmio em 2024, com Baby. Já Fernanda Torres, venceu como Melhor Atriz em 1986, por Eu Sei Que Eu Vou Te Amar, e Sandra Corveloni em 2008, com Linha de Passe.

A conquista dupla brasileira foi ainda mais simbólica nesta edição, marcada pela escolha do Brasil como país de Honra do Marché du Film, consolidando a crescente influência do cinema nacional no exterior. O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, estreou no festival no dia 18 de maio e foi ovacionado com aplausos de pé por cerca de 15 minutos, arrancando elogios da crítica, que qualificou o longa como “obra -prima” e “monumental”.

A vitória, entretanto, não veio acompanhada da Palma de Ouro, principal prêmio do festival, que ficou com A Simple Accident, do iraniano Jafar Panahi. Outros destaques da premiação incluíram Nadia Melliti, eleita melhor atriz por The Little Sister, e Sentimental Value, de Joachim Trier, que conquistou o Grande Prêmio do Júri.

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

Compartilhar
Compartilhado por
Jeová Rodrigues

Jornalista

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados

Rui Falcão (PT): “Múcio não deveria nem ter virado ministro da Defesa”

Candidato à presidência do PT, Rui Falcão sugeriu ao ministro José Múcio...

Aldo Rebelo diz que não temeu ser preso por Moraes: “Ameaça vazia”

Aldo Rabelo afirmou que não havia fundamento legal para o ministro Alexandre...

Carlos Bolsonaro rebate acusações sobre ataques à soberania nacional

Irmão do vereador, Eduardo Bolsonaro é acusado de ameaçar a soberania nacional...

Motta dá palanque a deputados ao instalar GT da reforma administrativa

Deputados avaliam que reforma administrativa não será votada até 2026 e que,...