Brinquedoteca do HCB realiza karaokê para os pacientes
Espaços lúdicos incluem atividades diversas com fins pedagógicos para as crianças
Uma atividade especial do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) incentivou crianças a cantar como prática para elevar a autoestima e coragem de meninos e meninas com um karaokê em uma das brinquedotecas ambulatoriais. Com o repertório aberto às sugestões dos pacientes, a atividade teve foco em canções conhecidas pelo público do hospital, a exemplo de Borboletinha e Lua de Cristal.
Anthony Miguel de Souza, 7 anos, se apresentou com o nome artístico de “Goiabinha” e cantou a música Fazendinha. Embora parecesse desinibido e confiante diante da plateia, o garoto confessou que nem sempre se sente seguro cantando fora de casa, pois tem receio do que a plateia pensaria. “Tenho medo que pensem que sou ruim”, disse Anthony. Como a atividade tinha a intenção de colocar as crianças em situações que as encorajassem a se expressar e lidar com o meio social que frequentam, o garoto ficou feliz de ter vencido a timidez.
Olívia Crescêncio, 5 anos, viveu uma experiência semelhante ao cantar Saber Quem Sou, da trilha sonora do filme Moana. A garota achou que teria dificuldade em se aproximar das outras crianças e fazer aparições em público, quando os “holofotes” estariam sobre ela. “Eu gosto de cantar em casa, mas sou tímida na escola”, contou Olívia. Já a mãe da menina, Patrícia Crescêncio, disse que a filha interage bem e é engajada nos projetos escolares, sendo elogiada pelos professores.
Com incentivo dos profissionais do Hospital, Any Gabrielly Correia, 8 anos, mostrou-se determinada a cantar na frente das outras crianças e surpreendeu a mãe, Edielza Santiago: “Nunca pensei em vê-la encorajada assim, ela costuma ser bem moderada”. Edielza se encantou ao ver a filha se deixando levar pela proposta do karaokê e se divertindo.
As atividades e brincadeiras realizadas nas brinquedotecas do HCB vão além do entretenimento infantil. Planejadas com a perspectiva pedagógica, elas procuram auxiliar no desenvolvimento e aprendizado das crianças. Assim, o espaço da brinquedoteca se torna algo além do “brincar”. Há a possibilidade de interação, de aprendizagem e de socialização. “Em todas as atividades que as crianças realizam, elas aprendem. Além do brincar ser um momento de aprendizagem, aqui, no HCB, ele acaba sendo terapêutico”, explica Suely Nascimento, supervisora de voluntariado e pedagogia hospitalar.
Gabriela Spagnol, gerente de ensino e pesquisa do Hospital também defende essa linha adotada pelos pedagogos do HCB, e incentivar o ensino em meio a brincadeiras como o karaokê, sessões de cinema e pinturas.