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Na estreia do Bilhete Único, passageiros não conseguem fazer recarga

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O primeiro dia de validade do Bilhete Único — que oferece a possibilidade de os passageiros pagarem apenas R$ 5 para fazer até três viagens — nesta segunda-feira (25/9) funcionou bem para os brasilienses que tinham dinheiro no cartão. O Metrópoles acompanhou moradores de Samambaia que saíram de casa cedo e pegaram micrô-ônibus, metrô e, por fim, ônibus até a Asa Norte, desembolsando apenas uma passagem. Porém, para quem precisou fazer a recarga do cartão, a história foi diferente, pois não havia postos abertos nas primeiras horas do dia.

O camareiro Márcio Santos da Silva, 38 anos, mora no Paranoá e trabalha em um hotel em Águas Claras. Precisa pegar um ônibus e um metrô para chegar ao serviço todos os dias. “Eu tinha apenas R$ 4 no cartão e não consegui fazer a integração nesta manhã. Terei que voltar no fim de tarde para tentar novamente”, disse.

O técnico administrativo Hamilton Pereira Silva também teve problemas. “Eu só pego o metrô e terei que trocar o cartão. Não consegui fazer a recarga agora pela manhã”. Ele veio de Águas Claras para a Asa Norte.

Já para a contadora Ana Fátima Melo, que possuía crédito no cartão, a integração foi um marco. Ela pegou um ônibus em Brazlândia até a Ceilândia e veio de metrô até a Rodoviária do Plano Piloto: “Vai ser muito vantajoso para todos os usuários do DF. Tomara que dê certo”. Os custos com o transporte, segundo ela, vão cair pela metade.

Quem também ficou feliz foi a empregada doméstica Dione Lira, 34 anos. Ela saiu por volta de 5h50 de sua casa, em Samambaia, e pegou um micrô-ônibus de cooperativa. Passou o cartão, e teve débito de R$ 2,50. Depois, foi de  metrô até a Rodoviária do Plano Piloto. Mais R$ 2,50. Para chegar à casa em que trabalha, na 307 Norte, precisou pegar mais um ônibus. Passou o cartão e não foi debitado nenhum valor. “Agora, está justo”, comemorou.

Acionada pela reportagem, a Secretaria de Mobilidade não se manifestou sobre as dificuldades de recarga e compra de cartões.

Como funciona
Pelo novo sistema, o passageiro poderá pagar apenas uma passagem para utilizar até três transportes. Serão duas integrações, no prazo de duas horas, contadas a partir da primeira validação, ao preço de R$ 5.

Se alguém anda em uma linha circular interna, que custa R$ 2,50, depois opta pelo metrô, a R$ 5, e, por último, embarca em uma linha de curta duração, a R$ 3,50, o valor final de toda a viagem será de R$ 5, desde que pague com o cartão. Se essa mesma pessoa escolhesse usar dinheiro, pagaria, pelos mesmos percursos, R$ 11.

O secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, destaca que, com mais locais para recarga, haverá mais interesse pelo cartão do Bilhete Único. “Hoje, não temos postos do DFTrans (Transporte Urbano do Distrito Federal) para recarga no Guará. Uma pessoa que faz um trajeto para o Recanto das Emas não vai se deslocar até o Plano para colocar o crédito. Mas lá vai ter uma estação de metrô que agora vai atendê-la. Com a rede mais pulverizada, você dá mais acessibilidade efetivamente às pessoas”, exemplifica.

Ele ressalta ainda que o uso do cartão dá mais segurança aos passageiros. Além de não precisarem portar dinheiro, podem bloquear o cartão, caso o percam, e depois recuperar a quantia que estava creditada nele ao pedir uma segunda via.

Pontos de cadastro:

Pontos de recarga:

 

Família de cartões
Os passageiros vão contar com uma nova família de cartões e uma rede ampliada de aquisição e recarga do Bilhete Único, além da possibilidade de pagamento via internet. Com um grupo de 10 tíquetes — quatro deles de modelos novos —, os usuários terão mais facilidades para acessar a integração do transporte público, resultando, de acordo com o GDF, em economia para o bolso dos passageiros.

Os cartões do metrô serão gradualmente substituídos pelo Bilhete Único. A troca permitirá que todos usem os ônibus e o metrô com o mesmo cartão. Além disso, haverá mais catracas para acesso às estações com o Bilhete Único, o que trará mais agilidade.

Três cartões (+Brasília Cidadã, +Estudante e +Vale-transporte) estarão disponíveis na nova versão a partir desta segunda para quem for adquirir pela primeira vez ou tirar segunda via. Os que já têm cartões que dão acesso à integração e aos benefícios não precisam trocá-los, pois estarão automaticamente no Bilhete Único. Também não haverá necessidade de atualizar cadastros.

Apenas os usuários dos cartões Flex e Múltiplo do metrô deverão migrar — gradativamente — para o Bilhete Único. A Secretaria de Mobilidade orienta os passageiros a gastar todo o crédito já carregado para somente depois solicitar a troca. O modelo unitário do metrô continuará em vigor para os que usam o serviço eventualmente.

Com a total integração de metrô e ônibus no DF, os usuários terão mais lugares para adquirir e recargar cartões. Além de o DFTrans e o Metrô poderem compartilhar os postos, três novos serão abertos nos terminais de ônibus de Planaltina e de Brazlândia e no ponto do BRT na Rodoviária do Plano Piloto. Em breve, estão previstos mais quatro postos.

Para colocar créditos, são 33 postos, além da internet. Para se cadastrar e adquirir um novo, 20 postos — em oito deles é possível solicitar segunda via. Para saber os locais, basta acessar o site do Bilhete Único.

(Com informações da Agência Brasília)

Jornalista

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