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Conheça os sítios arqueológicos existentes no Parque Nacional de Brasília; os mais importantes ficam nas regiões administrativas de Ceilândia, Taguatinga e outras 

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Antes mesmo que as terras da capital do país pudessem entrar nos sonhos de Juscelino Kubitschek, por aqui passaram outros indivíduos, que deixaram seus vestígios históricos. Talvez boa parte dos brasilienses não saiba, mas, no quadradinho, existe um patrimônio arqueológico rico. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ao todo, o Distrito Federal possui 63 sítios arqueológicos.

Os mais importantes ficam nas regiões administrativas de Ceilândia, Taguatinga, Núcleo Bandeirante, Brazlândia, Jardim Botânico, Santa Maria, São Sebastião, Riacho Fundo, Gama e Paranoá, e no Parque Nacional de Brasília. Os vestígios históricos estão vinculados a grupos que sobreviviam de caça e da coleta, estradas do período imperial do Brasil, fazendas, vestígios de pinturas rupestres e os acampamentos usados para a expedição Cruls, que faziam parte da comissão exploradora do Planalto Central.

A reportagem esteve no Parque Nacional de Brasília e se deparou com uma fortaleza de resquícios históricos que consegue transportar os brasilienses para o passado e leva-los a entender melhor o presente. O historiador Wildson Vieira estudou os sítios arqueológicos presentes no parque e relata sobre a ocupação de caçadores no local. “Já tinha a presença de pessoas aqui no século 18 ou 19, já foi identificado dentro da área do parque nacional diversos artefatos de caçadores”, afirma.

No parque, segundo ele, há rastros da coroa portuguesa, que são estradas antigas, denominadas de estradas reais que conectavam Minas Gerais com Santa Luzia (atual Luziânia) e, por cima das antigas rotas, foram feitas algumas das atuais estradas do Parque. “Essas estradas são catalogadas como redutos arqueológicos do DF. No interior do parque também há vestígios de fazendas do século 19 e essas estruturas ainda estão no interior do parque. Temos os baldrames das antigas casas e cemitérios desse período”, conta.

Sobre a comissão Cruls, o historiador relata que, em uma das missões, eles ficaram acampados no espaço onde hoje é o Parque Nacional, às margens do córrego, que posteriormente foi denominado de Córrego do Acampamento, para simbolizar esse momento simbólico e importante para a capital. “O acampamento instalado na área do parque era chamado de acampamento central e estudava as possibilidades naturais para se construir uma cidade aqui. Isso em 1892, cerca de 68 anos antes de a capital ser construída de fato”, explica o especialista.

Para o futuro, Wildson conta que há a possibilidade de ocorrer escavações arqueológicas no solo do Parque Nacional, para estudar profundamente os antepassados. 

Cuidado 

Jeanne Crespo, diretora do Centro Nacional de Arqueologia do Iphan, explica sobre a proteção do órgão sobre esses sítios arqueológicos: “Vai o corpo técnico do Iphan até o local e faz uma ficha de identificação do sítio. Como se fosse uma certificação de nascimento que é colocada no cadastro nacional e aquilo se torna uma patrimônio da União. Depois disso, o Iphan acompanha e fiscaliza qualquer pesquisa arqueológica no espaço, por meio de relatórios, e vê até mesmo onde vão os bens que foram coletados em pesquisas para preservar esses espaços”.

Para ela, a importância de estudar esses espaços está em entender o passado: “A perspectiva de uma ocupação territorial, e como aconteceram as migrações, outros modos de vida que vão além dos processos que conhecemos. Temos que conhecer o nosso passado”.

Jeanne explica que a população do DF não tem a dimensão de todo o patrimônio arqueológico que existe por aqui. “Muitos acham que isso era um grande vazio, e aí veio Juscelino e habitou. Mas, antes, tinham outras populações e habitantes no Planalto Central”, atualiza a especialista, que acredita que essa riqueza histórica deve ser valorizada. “Precisamos inserir esse conteúdo nas escolas, porque isso traz curiosidade e leva as pessoas a irem aos museus que têm essas peças arqueológicas”, avisa.

O presidente de Iphan, Leandro Grass, conta que esses espaços vêm se transformando, inclusive, em fontes de geração de renda a partir da visitação turística de várias pessoas que querem conhecê-los. “Esses lugares contam a nossa história. Então, quando nós falamos do patrimônio ecológico, nós estamos tratando primeiro de um instrumento de memória, um instrumento que remete à nossa origem, sendo também uma ferramenta de produção científica e uma nova geração de conhecimento”, conclui.  

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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