Distrital Max Maciel concede entrevista ao TaguaCei e comenta sobre seu mandato, fala da CPI da Saúde e diz que o governo Ibaneis não tem projetos para o DF
Perto de completar dois anos de mandato, o deputado distrital Max Maciel (Psol) faz um balanço positivo de sua postura na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), mas lembra que muita coisa ainda precisa ser feita para a qualidade de vida da população na capital federal melhore.
Um dos pontos que ainda é considerado um entrave, segundo o deputado, é a grande base governista dentro da CLDF que, até certo ponto, impede que algumas melhorias aconteçam. Por ter maioria, o governo de Ibaneis Rocha (MDB), consegue, por exemplo, impedir a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que busca fiscalizar os serviços público de saúde. Outra demanda bastante negligenciada pelo governo, e que o deputado tem acompanhado de perto, já que ele é o presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU), é a questão da mobilidade urbana, que estaria, neste governo, em segundo plano.
“Fomos reeleitos para a reconduz da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana, que tem sido uma coisa incansável, porque até dentro das cidades mais periféricas, com mais desvantagens sociais, quem anda no ônibus está realmente em situações de desvantagem em relação à aquele que ainda tem o privilégio ou a oportunidade de financiar um carro ou comprar um carro. Nós sabemos da disputa que ainda existe nessa cidade, nós estamos pensando tudo, a gente está pensando em iluminação, nas paradas de ônibus. A gente ficou muito em cima disso também e nós seguimos fiscalizando”, diz Max.
Hoje a oposição ao governo de Ibaneis Rocha na CLDF se resume, a princípio, em dois deputados do Psol, três deputados do PT e um do PSB. Neste contexto, a pressão sobre o governo fica cada vez mais difícil de ser realizada, mas mesmo assim, Max afirma que tem sido possível debater temas importantes para a população, como foi o caso da coleta de assinaturas que possibilitou o número exigido de apoio parlamentar para que a CPI da Saúde fosse criada, porém, ainda, não instaurada.
“Para instaurar você precisa sobretudo da base do governo, que ela queira e a gente fica perguntando: o que vocês querem esconder da CPI? Queremos que ela seja feita exatamente para gente entender os gargalos, melhorar os processos, porque você tem um orçamento de R$ 13 bilhões na saúde e todo dia toca o telefone aqui, sai gente daqui, porque não consegui uma consulta, porque não consegue um encaminhamento. Nós somos a unidade da federação com mais médicos, mas maioria continua no setor privado porque remunera melhor e não é não é só remuneração, é qualidade de trabalho, pois você chega nos ambientes, você não tem uma mesa adequada para pessoa fazer os exames necessários. Então, isso vai adoecendo todo mundo”, lembra o distrital.
Governo Ibaneis
Na avaliação de Max Maciel, o governo Ibaneis Rocha é um governo que não tem projeto para a capital federal. “Eu desconheço. Eu até converso muito com a base e pergunto para todo mundo, pergunto aqui para todo mundo qual é o projeto do Ibaneis, se alguém me disser eu até posso dialogar, mas não tem nada, não tem saúde, não tem para cultura, não tem não tem projeto para cidade”, ressalta.
Essa falta de projeto, de propostas para o DF, argumenta Max, tem levado à perda da qualidade de vida da população que passa a conviver com problemas sociais que já poderiam ter sido resolvidos, se houve um empenho maior por parte do governo. Ele cita como exemplo, a situação do transporte público, que, segundo o distrital, é um dos grandes desafios que atual gestão enfrenta e em quase oito anos de administração não conseguiu encontrar uma alternativa.
De acordo com o distrital, nem mesmo o Plano de Transporte e Mobilidade Urbana (PTMU) do DF, que está em processo de atualização para orientar o planejamento de mobilidade e transporte da cidade, ainda foi concluído. “Não adianta só pegar empréstimo para comprar novos trens se a gente não resolve outros problemas do Metrô, como energia, mão de obra para dar capacidade com mais controle de vigilância porque tem muito furto de cabo. Acontece muito incidente no trecho e a violência está entranhada”, exemplifica o distrital.
Max Maciel é um defensor da tarifa zero para o transporte público que, em sua opinião, irá possibilitar que a população participe mais dos atrativos que a cidade tem a oferecer. “Isso é a longo prazo pois tem que ser escalonado, porque você tem uma demanda reprimida de pessoas que não usam o transporte porque ela tem uma tarifa, tem gente que hoje não sai de casa porque a tarifa custa R$ 11, e se você for olhar, a pessoa se limita em conhecer as cidades. Nós estamos estudando que onde foi implementado a tarifa zero, teve um aumento de 30% a 40% do público, ou seja, são pessoas que não vivia a cidade, são pessoas que antes eram privadas de ir e vir”, argumenta.
Governo federal
O distrital ainda comentou sobre o governo federal e seus projetos para o DF. De acordo com Max Maciel, os investimentos são válidos, porém, o governo local precisa contribuir, “fazer sua parte, fazer sua tarefa de casa”. “E a gente não está vendo essa tarefa ser bem feita”, concluiu.
Confira a abaixo a entrevista com o deputado distrital na íntegra.
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