
“Feliz”, diz Carlos Fávaro sobre boicote de frigoríficos ao Carrefour
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou nesta segunda-feira (25/11) estar “feliz” com a decisão de frigoríficos brasileiros de suspender o fornecimento de produtos ao Carrefour no Brasil. É uma retaliação à decisão do CEO do gigante de varejo na França, Alexandre Bompard, de boicotar a carne brasileira, após 40 anos de comércio. Fávaro classificou a posição do francês como um “absurdo”.
Enquanto agricultores franceses fazem pressão pelo não fechamento do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, Bompard se comprometeu, na quarta-feira (20/11), a “não comercializar nenhuma carne” do bloco sul-americano, do qual o Brasil faz parte.
Em carta enviada a Arnaud Rousseau, presidente do sindicato agrícola francês, FNSEA, Bompard ainda sugeriu que os restaurantes daquele país também assumam o compromisso de não comercializar produtos provenientes dos frigoríficos brasileiros.
Oficialmente, os produtores franceses de carne alegam que há suspeitas sobre os padrões ambientais, sociais e de saúde dos produtos originados nos países do Mercosul.
Contudo, o verdadeiro motivo para o boicote à carne comercializada pelo Brasil é a posição protecionista adotada pelos produtores franceses. Na carta a Arnaud Rousseau, Bompard diz: “Em toda a França, ouvimos a consternação e a indignação dos agricultores diante da proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul”.
A França passou por protestos em série dos produtores locais. O motivo é o aumento da chance da assinatura do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. Os agricultores franceses consideram haver uma concorrência desleal.
Posição do Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reagiu, na semana passada, à decisão do Carrefour francês de não mais comercializar a carne produzida nos países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
“O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, contra-atacou o Ministério da Agricultura, em nota.
Leia a íntegra:
“O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reitera a qualidade e o compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais.
Diante disso, rechaça as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, quanto às carnes produzidas pelos países do Mercosul.
No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos.
Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor. Apresentou à União Europeia propostas de modelos eletrônicos que contemplam as etapas iniciais do Regulamento de Desmatamento da União Europeia (EUDR), demonstrando compromisso com uma produção rastreável e transparente, sendo que os modelos privados de rastreabilidade são amplamente reconhecidos e aprovados pelos mercados europeus.
O Mapa lamenta tal postura que, por questões protecionistas, influenciam negativamente o entendimento de consumidores, sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações.
O posicionamento do Mapa é de não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do Acordo Mercosul – União Europeia, debatido na reunião de cúpula do G20 nesta semana. O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros.
Mais uma vez, o Mapa reitera o compromisso da agropecuária brasileira com a qualidade, sanidade e sustentabilidade dos alimentos produzidos no Brasil para contribuir com a segurança alimentar e nutricional de todo o mundo.”
Com informações do portal Metrópoles
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