youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais

Turismo rural cresceu 35% no Distrito Federal após a pandemia da covid-19

By  |  0 Comments

De acordo com o RuralTur, a prática cresceu 35% no DF após a pandemia da covid-19. Secretaria de Turismo diz que está trabalhando para estruturar e divulgar cada vez mais as rotas e atrativos, em parceria com os empreendedores locais

Giovana conta que os visitantes ficam encantados com o tratamento dado às cabras da queijaria -  (crédito: Arquivo pessoal)

Giovana conta que os visitantes ficam encantados com o tratamento dado às cabras da queijaria – (crédito: Arquivo pessoal)

Apesar de ser pouco reconhecido, o turismo rural vem ganhando espaço na capital do país. De acordo com o Sindicato do Turismo Rural e Ecológico do DF e Entorno (RuralTur), a prática cresceu 35% no DF após a pandemia da covid-19. A Secretaria de Turismo (Setur-DF) afirmou que está trabalhando para estruturar e divulgar cada vez mais as rotas e atrativos, em parceria com os empreendedores locais, com foco na qualificação, infraestrutura e inovação.

O Correio ouviu donos de propriedades que abrem as portas para visitantes. Proprietária do Sítio Titara, na divisa do DF com Planaltina de Goiás e Padre Bernardo, Djeini Aparecida Pereira de Carvalho, 53 anos, disse que seu marido, Abimael Nunes de Carvalho, 67, comprou o terreno há 28 anos, já com a visão de implementar o turismo rural. “Muito por ser uma região diferente, com montanhas bonitas, muita água e, além disso, estar próxima a Brasília. Estamos a 48km da Rodoviária do Plano Piloto”, observou.

Segundo Djeini, a ideia só começou a tomar forma em 2013, ano em que o casal se conheceu. “Comecei a fazer queijos, que fizeram tanto sucesso que os clientes passaram a perguntar onde eu os fabricava, pois queriam visitar o local”, revelou. “Com isso, tivemos a ideia de disponibilizar as suítes da nossa casa para alugar. Com o passar do tempo, construímos mais quatro chalés, um bangalô e uma pirâmide de vidro, que é uma acomodação única”, acrescentou a proprietária do sítio

O sucesso foi tão grande que, atualmente, o queijo passou a ser uma atividade secundária. “Faço apenas os queijos mais simples. Onde funcionava a queijaria, tive que improvisar para ser a cozinha para os hóspedes”, comentou. De acordo com Djeini, implantar o turismo rural no sítio fez com que a região passasse a ser mais conhecida. “Além disso, a gente dá emprego para quem mora por perto e costumo comprar produtos de vizinhos, como uma forma de ajudar a crescer a economia local ainda mais”, ressaltou.

Ela acredita que é importante existir opções de turismo rural no DF. “Muitas vezes, a pessoa não consegue ir para regiões mais distantes. Por isso, é importante contar com locais que tenham atrativos parecidos, sem precisar sair da cidade”, avaliou.

Segundo Djeini Aparecida, a paisagem é um dos diferenciais do Sítio Titara
Segundo Djeini Aparecida, a paisagem é um dos diferenciais do Sítio Titara(foto: Arquivo pessoal)

Ramo paralelo

Quem também viu uma oportunidade no turismo rural foi a dona da Cabríssima Queijaria Artesanal, Giovana Navarro, 68, localizada em Sobradinho 2. Só que a mudança para o campo e a criação de cabras tiveram início por um motivo de saúde familiar. “Há 35 anos, eu e meu marido (Aurelino de Almeida, 68) compramos a chácara, por causa das condições médicas de uma das nossas filhas e a vida no campo a fez melhorar. Além disso, começamos a criar cabras, pois ela tinha problemas com leite de vaca”, contou.

Segundo Giovana, a queijaria tomou forma há cerca de cinco anos, por causa de uma neta, que também tinha problemas com o leite de vaca. “Como estávamos aposentados, eu e meu marido decidimos tocar, juntos, a queijaria”, disse. A entrada no ramo de turismo rural ganhou força porque, de acordo com ela, o investimento na queijaria e os custos de produção são altos. “Por isso, tivemos que pensar em um ramo paralelo”, argumentou.

A proprietária explicou que os visitantes podem escolher entre dois tipos de serviços. “Temos a visita guiada, que é um passeio pela propriedade, em que a gente fala da história do local, mostrando as belezas naturais, além de comentar sobre a queijaria. É uma experiência completa”, garantiu. “Junto a isso, temos o serviço de alimentação. Os clientes fazem o pedido antes do passeio e, ao terminar, a mesa já está posta para eles se deliciarem, no fim”, contou.

Ela disse que a escolha pode ser feita entre um e outro ou os dois juntos. “Cerca de 90% dos clientes escolhem o combo e ficam encantados em como a chácara é bem cuidada e os animais, bem tratados”, afirmou. Giovana comentou que o DF precisa muito do turismo rural, para valorizar os produtos regionais.

“Antes de participarmos do nosso primeiro concurso, não se tinha nada que chamasse atenção para a produção de queijo local. Agora, estamos elaborando uma rota do queijo, junto à Emater-DF, para que Brasília entre no rol de cidades que estão inclusas nesse cenário”, salientou. “Além disso, o turismo rural proporciona mais lazer, até porque, depois da pandemia, a população passou a procurar mais por programas ao ar livre”, opinou a queijeira.

Alternativa diferenciada

O secretário de Turismo (Setur-DF), Cristiano Araújo, afirmou que a pasta trabalha para estruturar e divulgar cada vez mais essas rotas e atrativos, em parceria com os empreendedores locais, com foco na qualificação, infraestrutura e inovação. “O Distrito Federal não é apenas a capital da arquitetura e da política, mas também um celeiro de experiências, onde tradição e modernidade se encontram”, ressaltou.

Segundo Cristiano, existe uma rica natureza, tanto no centro da capital quanto em seu entorno. “A menos de 50 quilômetros do centro, moradores e visitantes podem desfrutar de diversas propriedades rurais que oferecem hospedagem, gastronomia, enoturismo (com a nossa Rota do Vinho, que inclui as Vinícolas do PAD-DF e a Vinícola Brasília), turismo de aventura e experiências únicas. Não é preciso sair de Brasília para conhecer o melhor do turismo rural”, enfatizou.

Nesse sentido, outro exemplo é a Fazenda Califórnia, perto da Fercal, em Sobradinho. De propriedade de José Bardawil, o local, aberto à visitação, produz uvas dos tipos niágara rosada e vitória.

Fernando Mesquita, presidente do RuralTur, destacou que o crescimento do setor, após a pandemia, contribuiu para que o turismo rural se consolidasse como uma alternativa diferenciada. “Esse crescimento trouxe maior visibilidade e engajamento, especialmente por ser um turismo inteligente, perto de casa e longe da rotina”, observou. “As famílias do DF podem desfrutar dessas experiências únicas, se deslocando em seus próprios automóveis, sem necessidade de voos, conexões ou enfrentar o turismo de massa”, acrescentou.

Na capital, o Ruraltur conta com 30 associados, incluindo hotéis fazenda, pousadas, ecoturismo, turismo pedagógico, enoturismo, pesca esportiva, restaurantes rurais e eventos no espaço rural. Fernando Mesquita ressaltou que o enoturismo tem se destacado, com o DF se posicionando no cenário nacional pela produção de vinhos de alta qualidade. “Além disso, promovemos a cadeia produtiva com cachaças, queijos autorais, cafés gourmet e outros produtos que enriquecem a experiência turística”, lembrou.

Ele enalteceu as ações estratégicas da Secretaria de Turismo — feiras, salão de turismo e exposições — como medidas para fomentar o crescimento da área. “Nesses momentos, apresentamos não apenas o que o DF produz em termos de turismo, mas sua rica cadeia produtiva associada, como cachaças premiadas nacional e internacionalmente, queijos autorais campeões e vinhos de excelente qualidade”, avaliou.

“Apesar de 80% dos produtos consumidos no DF virem de fora, mostramos com orgulho as potencialidades locais”, argumentou Fernando. A ideia, segundo o presidente do RuralTur, é que, no ano que vem, o setor também apresente equipamentos turísticos que trabalhem com terapias alternativas, como yoga, meditação, spas e tratamentos de bem-estar, consolidando o turismo rural também como uma oportunidade de reconexão com o corpo, a alma e o espírito.

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

  • Ibaneis determina inclusão de policiais militares no plano de saúde do GDF

    Ibaneis determina inclusão de policiais militares no plano de saúde do GDF

    Governador também estuda a possibilidade de inserir os bombeiros no plano. Policiais civis já são contemplados Ibaneis pediu à Casa Civil e à Secretaria de Economia para estudar a possibilidade de também inserir bombeiros no plano – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press) O governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou a inclusão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no…


  • Vendas de automóveis têm maior crescimento desde 2008, indica Fenabrave

    Vendas de automóveis têm maior crescimento desde 2008, indica Fenabrave

    Em 2024, foram registrados mais de 2,4 milhões de emplacamentos, um crescimento de 14% 2024 é um dos 10 melhores anos já registrados no ranking histórico da Fenabrave, diz entidade – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press) As vendas de veículos cresceram em quase todos os segmentos em 2024. De acordo com dados publicados pela Federação Nacional da Distribuição de…


  • Ampliação do horário da farmácia oncológica do HRT facilita acesso e acolhimento a pacientes

    Ampliação do horário da farmácia oncológica do HRT facilita acesso e acolhimento a pacientes

    Com a mudança, o atendimento ocorre das 7h30 às 12h e das 13h30 às 18h; medida traz mais comodidade e acessibilidade na rede pública para usuários com câncer Desde o início de janeiro, a primeira farmácia ambulatorial especializada em oncologia do Distrito Federal, localizada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), passou a atender até as…


Jornalista

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *