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CLDF realiza Audiência Pública para discutir privatização da Eletrobras

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A possibilidade de privatização da Eletrobras – empresa estatal responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica – foi debatida em audiência pública no plenário da Câmara Legislativa, nesta sexta-feira (24). “Não podemos perder o setor elétrico brasileiro para os estrangeiros”, declarou o deputado Ricardo Vale (PT), que apresentou requerimento para a realização do evento.

O parlamentar observou que, em importantes países, são as estatais que estão à frente do setor energético, “além disso, para não reduzir o lucro dos compradores privados de energia, o governo federal irá jogar a conta para os consumidores”, acrescentou. Como exemplo, citou o aumento de 15,89%, aprovado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, nas contas de luz sob responsabilidade da CELG – Centrais Elétricas de Goiás, recentemente privatizada.

“O objetivo dessa audiência pública é contribuir com a ampla e urgente mobilização da sociedade brasileira contra a privatização da Eletrobras, que poderá causar prejuízos incalculáveis”, explicou, afirmando: “Energia não é mercadoria”. Ricardo Vale também anunciou que está em curso a elaboração de uma Carta Aberta, que deverá ser assinada pelos deputados distritais, posicionando-se contrariamente à privatização.

Aumento

Os presentes à audiência pública, representantes de diversas entidades de trabalhadores do setor elétrico e de movimentos populares, apresentaram variados argumentos para ratificar que “o melhor caminho será a manutenção da empresa”. O diretor de Distribuição da CEB – Companhia Energética de Brasília, Mauro Martinele, observou que “a privatização significará aumento da tarifa para os consumidores, além da transferência de um patrimônio que é do povo brasileiro por um valor ínfimo”.

Para Cleiton Moreira, presidente da Federação Interestadual dos Urbanitários no Centro-Oeste e Norte (Furcen), a Câmara Legislativa poderá influenciar o Congresso Nacional a votar contra a privatização do setor elétrico. Enquanto Alairton Gomes de Faria, diretor-Executivo do Sindicato dos Urbanitários do DF (Stiu-DF), lembrou da atuação da Casa para manter as empresas públicas do Distrito Federal, ante à proposta de privatização aventada pelo GDF.

O coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Davi Gomes de Oliveira Santos, também enfatizou a possibilidade de aumento da tarifa, como impacto inicial, caso empresas estrangeiras venham a dominar o setor elétrico do País. Já a secretária de Energia da Confederação Nacional dos Urbanitários, Fabiola Latino, salientou que em Brasília há 1,5 mil trabalhadores do setor, que estão mobilizados contra a privatização, e criticou os sucessivos aumentos da tarifa que vêm ocorrendo em vários estados.

Representando o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) – evento que será realizado em Brasília em março de 2018, paralelamente ao Fórum Mundial da Água –, Tatiana Santana, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, criticou a privatização, “que levará uma empresa privada a prestar um serviço que é público”, e chamou atenção para a necessidade de preservação dos recursos hídricos, principais responsáveis pela nossa matriz energética. Ao final da audiência pública foi realizado, na Praça do Servidor da CLDF, um ato-show cuja palavra de ordem foi a defesa da Eletrobras.

 

Com informações da CLDF.

 

 

Jornalista

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