Caso das joias: PF diz que Wajngarten tinha procuração de Bolsonaro
Relatório enviado pela corporação ao Supremo afirma haver indícios de que o ex-secretário de Comunicação foi designado pelo ex-presidente para transportar, de forma oculta, kit desviado do acervo público
A Polícia Federal afirmou ter encontrado novos elementos que demonstram a participação ativa de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro, no caso da venda de joias sauditas. Segundo sustenta o delegado Fábio Shor, no relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os indícios apontam que Wajngarten foi designado pelo ex-chefe do Executivo para transportar, de forma oculta, o kit ouro rosé, desviado do acervo público.
No relatório, a PF anexou procuração de Bolsonaro para Wajngarten, que autorizava o ex-secretário a transportar o kit de joias e duas armas recebidas da Arábia Saudita.
O contrato foi encontrado no celular de Marcelo Câmara, ex-assessor especial — também indiciado no inquérito que apura o desvio dos presentes. A imagem foi capturada dois dias antes de Wajngarten ir para os Estados Unidos, em março de 2023.
“Fabio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado ‘kit ouro rosé’, com a finalidade de trazê-las para o Brasil, ocultando a localização e a movimentação das joias, assim como, escamotear os proventos auferidos por Jair Bolsonaro com a negociação dos demais itens desviados do acervo público”, diz o documento assinado por Shor.
A PF destaca o plano montado para esconder as joias. “A estratégia articulada pelos investigados era garantir que a versão falsa narrada aos órgãos de imprensa e, posteriormente, à própria Polícia Federal, de que as joias estavam armazenadas na Fazenda Piquet, junto com os demais itens do acervo privado de Jair Bolsonaro, permanecesse hígida. Desta forma, precisavam trazer, de forma oculta, as joias para o Brasília, simulando uma entrega a partir da Fazenda Piquet”, destaca trecho do relatório.
O inquérito se baseia em depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que ocorreu em abril de 2023. A investigação apura se o ex-presidente e ex-assessores tentaram trazer ilegalmente presentes dados à União. A PF aponta que os bens teriam ido diretamente para o acervo pessoal do ex-chefe do Executivo.
De acordo com a investigação, as joias eram avaliadas por especialistas em leilões. Depois de leiloadas, Cid recebia o pagamento dos itens. Por fim, o dinheiro era encaminhado em espécie para Bolsonaro. Pelo caso, foram indiciadas 12 pessoas.
Os itens foram vendidos nos EUA por assessores do ex-presidente, e o valor dos desvios, ainda de acordo com a corporação, é estimado em R$ 6,8 milhões. Os agentes indicam que os investigados tinham “plena ciência das restrições legais da venda dos bens no exterior”.
Por meio das redes sociais, Wajngarten negou relação com atividades ilegais: “Em nenhuma hipótese há qualquer envolvimento de minha parte além do assessoramento técnico que, desde o primeiro momento, foi de depositar tudo junto ao TCU cumprindo a determinação da época, bem como responder às questões de mídia e comunicação. A espetacularização de atos formais e naturais nada mais é do que atestar a inocência de todos os envolvidos diante da tentativa vazia de buscar culpados onde sequer existam ilegalidades”.
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