A sessão, inicialmente marcada para hoje (28/5), analisará se a gigante da tecnologia abusou de sua posição dominante ao exibir trechos de matérias jornalísticas em serviços como Google Search e Google News sem remunerar os produtores de conteúdo
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) adiou para o próximo dia 11 de junho o julgamento de um inquérito que investiga práticas potencialmente anticompetitivas do Google no Brasil. A sessão, inicialmente marcada para hoje, quarta-feira (28/5), analisará se a gigante da tecnologia abusou de sua posição dominante ao exibir trechos de matérias jornalísticas em serviços como Google Search e Google News sem remunerar os produtores de conteúdo.
O processo (08700.003498/2019-03), que se arrasta desde 2018, foi arquivado no início de 2024, mas acabou sendo reaberto em abril deste ano diante da crescente mobilização de entidades jornalísticas e do novo contexto global de regulação das plataformas digitais.
As principais acusações giram em torno da prática de “scraping” — a reprodução de conteúdos jornalísticos sem autorização ou pagamento — e do chamado “self-preferencing”, quando o Google favorece seus próprios produtos e serviços nos resultados de busca.
A pressão sobre o Cade para que mantenha o inquérito em curso tem se intensificado. Na semana passada, associações ligadas ao setor jornalístico divulgaram uma nota conjunta pedindo que o órgão aprofunde as investigações, alinhando-se aos esforços internacionais de controle das grandes plataformas digitais.
“Entendemos que é importante o Cade estender o exame do processo especialmente neste momento, em que organismos antitruste de todo o mundo estão avaliando os impactos dos negócios das plataformas”, afirmou Marcelo Rech, presidente-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Para ele, ignorar o debate seria um retrocesso, justamente quando se inicia a era da inteligência artificial e da automação dos fluxos de informação.
Bia Barbosa, da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), também defende maior rigor no acompanhamento das atividades das plataformas. “Vivemos em um cenário de baixíssima transparência. É preciso que uma autoridade tenha acesso a dados técnicos para avaliar o real impacto dessas práticas sobre o jornalismo e a concorrência”, pontuou.
Livre concorrência
Entre as preocupações do setor está a tendência de anunciantes priorizarem espaços patrocinados nas páginas de resposta do Google, em detrimento da publicidade em sites jornalísticos — um fator que agrava a crise financeira dos veículos de comunicação.
Flávio Lara Resende, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), afirmou: “O favorecimento sistemático dos próprios serviços da empresa nos resultados de busca compromete a livre concorrência, reduz a pluralidade de vozes no ambiente digital e enfraquece o ecossistema jornalístico nacional”.
O posicionamento é compartilhado por outras entidades, como a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), a Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que veem no julgamento uma oportunidade de estabelecer parâmetros mais justos para a atuação das plataformas digitais no país.
Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.
- Abertas as inscrições para vivência profissional do RenovaDF
- Empresa assume a gestão da Rodoviária do Plano Piloto neste domingo (1º/6)
- GDF lança chamada pública de R$ 25 milhões para compra de lácteos de produtores locais
- Fim de semana tem muitas atividades gratuitas com shows, literatura e arte em todo o DF
- Brasília sedia a 4ª Taça Brasil de Clubes Sub-12 de Futsal
Deixe um comentário