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Em um ano de funcionamento, Deam II, em Ceilândia, recebe quase 4 mil ocorrências

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No último dia 16 de junho, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam II), em Ceilândia, completou um ano de funcionamento. Em entrevista ao TaguaCei, para fazer um balanço sobre as ações da delegacia, a delegada responsável pela Deam II, Adriana Romana, falou sobre as principais atividades desempenhadas nos últimos doses meses.

Romana começa por lembrar que, nesse um ano de atividade, a delegacia registrou aproximadamente 3.965 ocorrências até o dia 16 de junho. Desse total, a maioria das notificações está dividida em injúria (32%) e ameaça (30%) e lesão corporal (30%).

A Deam II é especializada no atendimento às mulheres – de qualquer faixa etária – vítimas de violência doméstica e familiar e também às que são vítimas de crime contra a dignidade sexual. Agora, neste um ano de serviços prestados, Romana lembra que os policiais – cerca de 44 agentes trabalham na corporação, sendo 50% de mulheres – passarão agora por cursos de capacitação e reciclagem.

“Este primeiro ano foi um desafio. Nós temos uma atuação de apuração e de registro por essas áreas e nós também podemos registrar ocorrências de outras unidades, como Taguatinga, Samambaia, Riacho Fundo”, explica a delegada.

Revitimização

Um dos grandes problemas que os agentes que atuam no combate ao crime contra a mulher, está o que Romana e o Direito classifica como “revitimização”, que é quando vítima passa a ser agredida de forma repetitiva através de constrangimento para a vítima em razão das próprias ações judiciais.   

“O ideal é que ela venha uma vez na delegacia e que neste momento ela seja ouvida, ela já tenha todas as provas em mãos e que ela não tenha que retornar para complementar esse processo”, observa Romana.

Os crimes gêneros geralmente não ocorrem de forma isolada. Segundo a delegada, o sistema judiciário e as formas de policiamento já estão adequando as práticas de combate esse tipo de crime para produzir o mínimo de constrangimento possível às vítimas.

“Porque a partir do momento que você informar para o Judiciário que ela não quer mais a apuração e ela tiver uma medida protetiva vigente, pode acontecer dessa medida perder a validade quando essa informação chegar no Judiciário”, saliente Romana.

Contexto violento

A coordenadora da Deam II lembra que todo o contexto familiar das pessoas que são vítimas de violência doméstica ou sexual é afetado. As crianças, os familiares, segundo Romana, sente a agressão junto com vítima. “Nós buscamos também ter um tipo de olhar para que esse tipo de vivência familiar entre um casal, entre uma família, porque esses crimes não atingem só a mulher, atinge os filhos também, isso não é saudável”, afirma.

A solução, segundo a delegada, não se resume apenas nas ações policiais. A própria sociedade precisa se conscientizar e também oferecer às vítimas e seus familiares outras formas de coibir e evitar crimes desta natureza. “Porque quando o agressor não aceita que ele não faz parte mais daquela relação, que ele não pertence aquele universo, ele quer, porque quer aquela mulher, ele vai até as últimas consequências”, diz Adriana Romana.

Por isso, além do serviço de investigação das ocorrências e cumprimento de mandados de prisão e proteção contra as vítimas de violência doméstica e familiar e contra a dignidade sexual, a Deam II oferece, nas terças e quartas-feiras atendimento psicológico às vítimas. A corporação quer também ampliar esses serviços para atendimento jurídico.

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Jornalista

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