Seguranças do Metrô-DF vão usar câmeras corporais a partir de 2ª
No total, 100 câmeras foram adquiridas. O equipamento será acoplado na parte da frente dos uniformes dos seguranças
Os agentes de segurança da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) começarão a usar câmeras corporais (bodycam) a partir da próxima segunda-feira (1º/7).
Ao todo, 100 câmeras foram adquiridas para ser acopladas aos uniformes dos servidores, segundo a companhia. Os equipamentos poderão armazenar até 32 GB de dados e gravar por até 8 horas ininterruptas.
Os aparelhos também têm visão noturna e função de pré-gravação, que permite acessar imagens de fatos ocorridos anteriormente ao acionamento do botão de gravação.
A companhia disse ter comprado ainda duas estações de dados que serão usadas para descarregamento e gerenciamento das imagens capturadas. Elas permitem acompanhamento de até oito câmeras ao mesmo tempo, com histórico de ações (geração de arquivos de log), proteção contra o apagamento de gravações e o gerenciamento das imagens (descarregamento, armazenamento e downloads).
Essa função ocorre por meio de senhas individuais, que garantem o mapeamento de todas as ações atribuídas a um usuário específico. O investimento foi de mais de R$ 198 mil.
O Metrô informa que já foram treinados mais de 150 empregados, cerca de metade do corpo de segurança. Todos os agentes serão treinados.
Ocorrências
De acordo com a companhia, a medida visa fortalecer e aumentar a transparência da atuação do Corpo de Segurança Operacional. No ano passado, foram 453 registros internos de ocorrências que estão relacionados a crimes e contravenções no sistema. Entre eles, 398 foram registrados também diretamente nas delegacias de polícia ou por meio da delegacia eletrônica.
Ainda de acordo com a companhia, entre os delitos, estavam: dano a bem público, furtos no sistema, pichação e desacato. Em 2024, até agora, já foram 207 registros internos de ocorrências.
“É possível permitir a apuração rápida de fatos, garantir a segurança jurídica das ações e atividades dos empregados e produzir elementos de prova para eventuais procedimentos civis, penais e/ou administrativos”, afirmou Renato Avelar, superintendente de Operações do Metrô-DF.
Falta de fiscalização e sinalização para vagão exclusivo
O uso incorreto dos primeiros vagões dos trens são uma das ocorrências que frequentemente são alvo de reclamações. Uma lei distrital que determina a reserva do primeiro carro do modal a mulheres e pessoas com deficiência (PCDs), mas passageiras dos trens da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) têm observado com frequência o desrespeito a norma.
Devido a problemas na sinalização nas estações, à falta de fiscalização e ao atrevimento de passageiros que fingem não saber da regra, é comum encontrar homens – nesses casos, sem deficiência – presentes no carro exclusivo.
A autônoma já flagrou certas placas – que sinalizam a exclusividade do vagão – quebradas e rasuradas, ou a falta do artifício em certas estações. “Você pode andar em todas as estações, o que você vai ver são placas quebradas e desbotadas. Além disso, não tem guardas na plataforma.”
Vanessa chegou a gravar uma situação em que os vigilantes estavam todos nas proximidades das catracas da estação, porém, quando chegou na plataforma, não haviam funcionários para fiscalizar o movimento. Ainda no vídeo, a mulher conversou com um homem que estava na área de entrada para o vagão exclusivo. Ela pergunta se ele sabe que o carro é só para mulheres e o homem diz que sim mas não se mexe. Após instantes, ele vai embora, mas a autônoma acredita que ele se afastou pelo fato de estar sendo gravado.
A estudante Marcele Cardoso, 20, chegou a presenciar uma situação em que um homem, que assumiu não ser PcD, fez o percurso inteiro no vagão exclusivo e ainda se negou a levantar para dar lugar a uma mulher idosa. “Certa vez entrei no vagão na estação Praça do Relógio e havia um homem no vagão. Perguntei se ele era PCD e ele disse que não. Ele também recusou dar o assento a uma senhora que estava em pé. Foi assim durante todo o meu trajeto até a Galeria, ele sentado e a senhora em pé. Nenhum guarda entrou para checar. No dia eu procurei um telefone lá dentro mas não encontrei.”
“Eu uso o primeiro vagão para me sentir mais segura. Não é tão sinalizado, não tanto quanto deveria. Eu já vi muitos rapazes no vagão. Muitos realmente não sabem e ficam surpresos quando são chamados atenção. Não é bem fiscalizado”, conta.
Por meio de nota, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) informou que o monitoramento frequente da utilização do carro exclusivo faz parte das ações cotidianas das equipes de segurança.
“O Metrô-DF divulga continuamente, por meio de emissão de mensagens de audição pública, utilização de pedestais em estações, prestação de informações nas tevês presentes nas linhas de bloqueios das estações e site oficial (Carta de Serviço) sobre o correto uso do carro exclusivo. Lembramos que não há uma restrição absoluta quanto ao uso do carro exclusivo por homens, desde que ele seja uma pessoa com deficiência”, enfatizou a empresa.
Com informações da Agência Brasília
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