O racismo brasileiro vai do Oiapoque ao Chuí
Por Ricardo Nêggo Tom
No mais novo episódio da série “Não somos racistas”, exibido ao vivo e à cor do preconceito, no Amazonas Shopping, em Manaus, a criminosa branca consegue escapar da cena do crime, sem ser incomodada. Se ela fosse preta, teria sido imobilizada e teria o seu pescoço asfixiado pelo coturno bem engraxado do vigilante do shopping.
No vídeo que está circulando pelas redes sociais, um homem preto questiona com veemência à uma mulher branca com os seguintes dizeres: “Esse país aqui também é meu. Você está na Suíça? Racista! Racista! Tinha que ser preto por que? Palhaça! Você está no país errado”, enquanto batia no braço mostrando a cor de sua pele. Graças ao advento da tecnologia, não é possível que este artigo lhes cheguem com as letras foras do lugar. Mesmo eu estando com as mãos trêmulas de indignação enquanto digito.
Além da impunidade já citada no início, que permitiu que a mulher saísse da história sem assinar o B.O ao qual tinha direito, destaco a reação do negão que foi pra cima da “Marquesa do Amazonas” e disse umas afro verdades bem no meio da sua fuça pálida, sem baixar o nível. Talvez, esteja faltando uma atitude mais visceral no combate ao racismo. Não se trata de estimular a violência, até porque, ser incisivo não significa ser necessariamente violento. É preciso confrontar e expor racistas como nesse caso.
Para quem acredita que pode “educar” racistas apenas com pequenos manuais de bons modos, há um conselho bíblico que diz que, alguns casos, as palavras de repreensão sem a “vara da disciplina”, não produz uma educação eficaz. Ora! Se Deus manda corrigir a nossos filhos, que são as pessoas que mais amamos, por que poupar racistas – gente que não merece o menor apreço – pelo menos, na minha afro opinião, de um bom corretivo?
Racistas cordiais dirão: “Menos ódio”, enquanto alguns brancos anti racistas belchiorianos e foie grasenses dos jardins sugerirão: “Calma! Não é assim que se resolve as coisas” E Malcolm X os responde: “Não confundam a reação do oprimido com a violência do opressor” O racismo é violento, cruel e assassino, seus porras! Compromete o emocional, o psicológico, a autoestima, a dignidade, a existência. É o desprezo por toda uma epistemologia preta, em favor de um paradigma estrutural que só aceita uma identidade étnico-cultural. É a desumanização do ser preto.
A fratura ontológica provocada é exposta e a dor é imensa e intensa. Só sabe quem sente na pele. É preciso que haja uma punição de fato. Seja nos rigores da lei ou nos vigores do reio. E não ousem julgar a reação de quem é aviltado na alma. Qualquer que seja, será em legítima defesa. Já que muitos não têm vergonha de serem racistas ou de serem omissos diante do racismo praticado diante de seus olhos, tenham, no mínimo, a decência de não nos dizer como devemos reagir.
Ricardo Nêggo Tom é cantor e compositor.
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