Dengue em crianças deve ter atenção redobrada dos pais e responsáveis
Com a alta nos casos de dengue no Distrito Federal, os pais precisam redobrar a atenção com as crianças. Isso porque os pequenos estão mais propícios a desenvolverem o quadro grave da doença, com quedas bruscas na pressão e hemorragias. Entre 1º e 22 de janeiro deste ano, foram registrados 2.383 casos de dengue em crianças e adolescentes de até 14 anos.
Atualmente, o DF tem cerca de 595 mil crianças e adolescentes de até 14 anos. Esta faixa etária é considerada prioritária, tendo em vista que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. É comum que a doença se apresente de forma assintomática neste grupo, mas é necessário que a família se atente aos sinais e comportamentos para identificar a hora certa de procurar uma unidade de saúde.
“A principal medida de prevenção é evitar a proliferação do mosquito. A primeira coisa que os pais devem fazer é ter os cuidados necessários dentro da própria casa para não acumular água”, explica o médico e responsável técnico distrital em pediatria, Fabrício Nunes da Paz.
Os repelentes também são uma alternativa para evitar a transmissão da doença. O efeito do remédio pode durar, em média, quatro horas e a recomendação é que seja adquirido o produto adequado para a faixa etária da criança.
“Além do repelente, a gente indica a instalação de telas mosqueteiras na casa e no quarto das crianças, quando possível”, afirma o pediatra. “Apesar de todas essas dicas para evitar a contração da dengue, a ação mais efetiva e que realmente pode salvar vidas é cuidar da nossa casa para interromper a proliferação do mosquito”, defende o médico.
Será que meu filho está com dengue?
Os pais precisam ficar atentos aos sintomas, principalmente em bebês. Mudança de comportamento, choro insistente e febre podem ser sintomas de que a criança esteja com dengue.
“Quando é uma criança pequena, que ainda não sabe falar, o pai precisa ficar atento se ela vai ficar irritada demais, com um choro inconsolável ou com dor em algum lugar mesmo tomando analgesia. Comportamento mais quieto, introspectivo e sangramento na gengiva ou no nariz também podem ser sintomas de dengue pediátrica”, alerta Fabrício Paz.
Os pais devem frequentemente medir a temperatura da criança. As febres são comuns em casos de suspeita de dengue. Há constatações de que os pacientes pequenos tendem a ter uma piora no quadro de forma mais rápida do que se comparado com um adulto. “É normal que se tenha alta temperatura, mas, na criança, um sinal de piora no quadro é quando oscila e, às vezes, fica baixa demais. Quando der abaixo de 35º, já é um alerta para a criança ser direcionada a uma unidade de saúde”, recomenda o pediatra.
“A doença na pediatria tende a ter um quadro muito variável. O sistema imunológico da criança ainda está em formação, então é comum que no início do quadro não tenha sintoma”, explica.
Ao todo, o DF conta com 176 unidades básicas de saúde (UBSs) como porta de entrada para atendimento de pessoas com suspeita da doença. Em casos mais graves, os pacientes podem ser encaminhados para alguma unidade de pronto atendimento (UPA) ou a um hospital.
Vacinação
Em breve, o DF vai receber as doses da vacina contra a dengue. A primeira remessa, que será disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), chegou ao Brasil no dia 20. A imunização faz parte de uma série de ações iniciadas, ainda este ano, para o combate à dengue.
Ainda não há data para o início da vacinação no DF, nem o quantitativo exato a ser destinado pela União. Diante da capacidade limitada de fabricação, as vacinas serão destinadas a municípios de grande porte, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024 e com maior predominância do sorotipo DENV-2.
O público-alvo em 2024 são justamente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e, depois, pessoas idosas, grupo para o qual a vacina ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No DF, esta população é estimada em 194 mil pessoas.
“Ainda não sabemos quando a vacinação vai começar, mas é de suma importância que, quando disponível, os pais mantenham o cartão de vacinação das crianças atualizado. O imunizante evita as formas graves quando estiver em contato com o vírus”, ressalta o pediatra.
Com informações da Agência Brasília
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