
Equipes do GDF realizam operações para acolher pessoas em situação de rua
Desde o início em 2024, ações conjuntas de secretarias do GDF visitaram 783 endereços onde foram encontrados 1.260 moradores de rua. Desses, 44 concordaram em ser encaminhados para abrigos do governo
O Governo do Distrito Federal (GDF) intensificou as ações de acolhimento de pessoas em situação de rua, durante esta semana. Equipes formadas por servidores de diversas pastas do GDF visitaram 67 pontos distintos no Plano Piloto. De acordo com a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), desde o início das ações, em abril de 2024, foram realizadas 214 operações, com 783 pontos visitados e 1.260 pessoas em situação de rua encontradas nos locais. Desse total, 44 pessoas aceitaram acolhimento até o momento. Especialista explica os desafios da política.
A ação envolve as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), de Saúde (SES-DF), de Educação (SEEDF), de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Renda (Sedet-DF), de Segurança Pública (SSP-DF), de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab), do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar e do Conselho Tutelar.
As operações consistem no desmonte das estruturas das pessoas em situação de rua e no transporte dos pertences ao local regular indicado pelo ocupante. Em último caso, os objetos pessoais são levados para um depósito para retirada em até 60 dias, sem qualquer custo para o responsável. O Correio acompanhou a operação na mata próxima ao memorial JK. Quatro foram encontradas e atendidas pelas equipes das diversas secretarias presentes. Um caminhão removeu o entulho do local, onde foram encontrados vários escorpiões.
Escorpiões foram encontrados no localFoto: José Albuquerque/CB/D.A Press
Servidores de vários órgãos participam das abordagens nos locaisFoto: José Albuquerque/CB/D.A Press
Entulhos foram retiradosFoto: José Albuquerque/CB/D.A Press
A assistente social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Izis Morais Lopes afirmou que as pessoas em situação de rua fazem parte da sociedade civil e possuem amigos, familiares, afetos e desafetos. “Enquanto não humanizarmos plenamente as pessoas em situação de rua, reconhecendo que sofrem violações de direitos, não me parece possível avançar no enfrentamento do fenômeno, que deve ser combatido, não as pessoas em si”, completou.
Izis explica que o GDF, pressionado por movimentos sociais e, em acordo com o Ministério Público e o Poder Judiciário, publicou o plano de ação em 2024 para garantir direitos às pessoas em situação de rua. “No entanto, o histórico de descaso é longo e essa população ainda enfrenta barreiras financeiras e discriminatórias para acessar serviços básicos como saúde, educação e assistência social”, complementa.
Conforme o procedimento padrão da abordagem social, um atendimento prévio é realizado ainda no local onde a pessoa em situação de vulnerabilidade se encontra. Agentes da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) fazem um primeiro contato, oferecendo acolhimento e abrigo. Se a pessoa tiver interesse em trabalhar, agentes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) oferecem uma carta de emprego, isto é, um documento que formaliza o encaminhamento direto para empresas com vagas de trabalho abertas.
Agentes da Secretaria de Saúde (SES) também participam da abordagem, oferecendo vacinas, consultas, exames e encaminhamento a hospitais. Unidades de saúde, caso necessário. Tralhas, entulho e lixo são recolhidos por agentes do SLU. A Polícia Militar participa para garantir a segurança de todos. Agentes da Codhab também oferecem apoio no cadastro para acesso a programas habitacionais do GDF.
Segundo o Coordenador da operação, Robson Godoi, o trabalho é minucioso e humanizado. “Dependendo do ponto, da situação e quantidade de pessoas, chegamos a passar até duas horas no mesmo local. É um trabalho de convencimento e sensibilização. Se a pessoa não quer sair, não podemos obrigar. Mas, na maioria das vezes, passamos no mesmo ponto outro dia. Aos poucos vamos sensibilizando a pessoa de que vale a pena aproveitar a oportunidade de mudança de vida”, destacou. “Quem quer ser ajudado vai ser ajudado”, completou.
* Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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