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83% dos brasileiros desejam que apenas profissionais de segurança andem armados

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Baseado em pesquisa realizada com mais de duas mil pessoas, brasileiros não sentem segurança na forma como tem sido encaminhada a política armamentista no país – esse número chega a quase 90% entre as mulheres -, por isso os institutos Igarapé e Sou da Paz encaminharam um plano de medidas em segurança pública para os candidatos das eleições deste ano

 (crédito: Caio Gomez)

(crédito: Caio Gomez)

Os institutos Igarapé e Sou da Paz montaram um plano com 10 medidas para melhorar as políticas de segurança pública para os candidatos aos cargos em disputa nas eleições deste ano. De acordo com uma pesquisa encomendada pelos dois institutos ao Datafolha, em junho deste ano, 83% dos brasileiros acreditam que só profissionais da segurança devem andar armados nas ruas – dentre esse total, 88% são mulheres.

Com base na pesquisa, as entidades garantem que a situação armamentista no país não está de acordo com o que a população gostaria.

Para 61% das pessoas, civis só deveriam comprar uma arma com justificativa e com limite para quantidade de armas (71% defendem essa tese). Por isso, um plano com cinco estratégias para a reversão do “descontrole armado” no país e cinco eixos de ação prioritários para que candidatos se comprometam a reduzir a violência foi encaminhado para os presidenciáveis.

“O próximo governo precisará ser capaz de construir uma agenda de futuro para a segurança pública no Brasil. Em primeiro lugar, terá que revogar todos os retrocessos e reconstruir uma política de controle responsável de armas que garanta a segurança de todas as pessoas e não seja baseada numa lógica de defesa individual”, destaca Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz.

Mudanças jurídicas

“A próxima gestão federal precisa assumir o compromisso de reverter os atos normativos que vão na contramão da atual legislação de controle de armas e munições no país. Também é urgente reorientar a política para o fortalecimento das capacidades de controle e fiscalização estatais, do enfrentamento do tráfico de armas e munições e da redução da violência armada”, alerta o documento.

Diante disso, instruem que haja a revogação da política armamentista vigente e a substituição dela por normas que recomponham uma política de controle responsável de armas e munições no país. Junto com a retomada da exigência legal de demonstração de necessidade para compra de armas de fogo e os limites para a compra de armas e munições.

Na pesquisa, ainda, foi concluído que 63% das pessoas acreditam que civis não deveriam ter armas potentes e de uso exclusivo das forças armadas, como fuzis. No Sul, região mais armada do país, esse índice chega a 68%, já no Nordeste a porcentagem é de 58%.

Na proposta direcionada aos presidenciáveis, a ideia é retomar o parâmetro vigente até 2018 para armas de calibre restrito, que reduz o acesso de civis a armas de guerra e garantir a marcação de todas as munições comercializadas no país. Restringir o acesso ao porte de arma apenas para agentes de segurança e acabar com o porte camuflado – porte de trânsito – concedido para categorias como caçadores, atiradores e colecionadores desportivos (CACs). Assim como reavaliar, melhorar e integrar os sistemas de registro de armas comercializadas e adquiridas no país.

Fonte: Correio Braziliense

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Jornalista

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