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Conheça mais sobre filmes selecionados para o Festival de Cinema de Brasília

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O mais tradicional evento do cinema brasileiro venceu os rumores de que não aconteceria neste ano e transcorrerá entre 9 e 16 de dezembro, com mais produções que ainda não circularam por outros festivais

Um festival montado em tempo recorde para exibição no “templo do cinema nacional” (Cine Brasília), tudo integrado ao mais longevo evento dedicado ao cinema brasileiro que, em 2023, transcorrerá entre 9 e 16 de dezembro. Assim foi apresentada a seleção do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que se afirmará na disputa de cinco longas-metragens inéditos, somado a título de André Novais Oliveira, O dia que te conheci. “Tenho uma história de pequena participação na tela do festival (em filmes), mas que me traz muito orgulho. Em pouco mais de quatro meses, trouxe a dinâmica para uma das minhas primeiras missões na Secec (Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal): olhar com muito respeito e carinho que o festival sempre mereceu”, enfatizou o secretário Claudio Abrantes. Numa projeção, ele prometeu olhar para o futuro, “com muitos estudos e planejamento, e com antecedência” para a edição de 2024, visando mais aproximação com a classe de cinema.

Organizado “de forma surreal”, nas palavras do diretor geral do festival, Fernando Borges, foi vencido o rumor de que o festival não aconteceria. Há três anos, como presidente da OSC Amigos do Futuro, Borges está integrado à mostra que, neste ano, recebeu 1.269 inscrição de filmes. “Pela primeira vez, todos terão projeção em 4K e serão exibidos em som dolby. Tivemos que reconfigurar a aplicação de recursos, pelas exigências técnicas e de acessibilidade”, explicou. Com ingressos a R$ 10 (meia) e R$ 20 (no Cine Brasília), o evento será gratuito, nas sessões de Planaltina e de Samambaia.

A ser homenageado, o ator Antônio Pitanga (de clássicas produções de Glauber Rocha), aos 84 anos, compareceu em vídeo, para exaltar o momento. “Este festival é histórico para mim, em importância. O momento mais difícil deste país foi o da ditadura e o festival não baixou a cabeça. O povo brasileiro veio ver, marcou resistência, e enchia a sala de cinema, no coração do país. Ser homenageado aqui é o maior presente na minha carreira de ator”, celebrou.

Diretora artística do festival, Anna Karina de Carvalho pontuou que cultura é alimento da alma. “Cresci, aqui dentro (do Cine Brasília), acreditando na potência do audiovisual para a transformação. É uma ferramenta que nos ajuda a parar de olhar apenas para o nosso umbigo, e a olhar para o todo”, ressaltou. Antes de anunciar os selecionados, ela destacou critérios que afunilaram as escolhas. “Ineditismo veio como ponto forte. Entre as comissões de seleção, muitos profissionais já tinham circulado por (outros) festivais; são pessoas muito qualificadas, entre curadores e críticos de cinema, e sinto muito segura diante do trabalho feito”, comentou. Num dos diferenciais, o evento que tem realização estimada em R$ 2,75 milhões, virá empacotado com muito cuidado, em termos de acessibilidade: terá legendagem descritiva, audiodescrição e apresentação em libras.

Na comissão de seleção central, estiveram a jornalista Flávia Guerra, a produtora Carolina de Moraes, o realizador Péterson Paim e a crítica de cinema e roteirista Lorenna Montenegro. O conjunto de filmes (centrais) apresentados traz: o documentário No céu da pátria nesse instante (de Sandra Kogut), que descortina desencontros e embates políticos que azeitaram realidades paralelas, nas recentes eleições do Brasil e A transformação de Canuto, misto de ficção e documentário, assinado por Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, e que examina a fundação de uma lenda numa comunidade indígena de Mbyá-Guarani.

Noutra dobradinha de concorrentes, Nós somos o amanhã, ficção de Lufe Steffen, uma aventura musical a desfazer a intolerância entre atores do flanco LGBTQIA , e Mais um dia, Zona Norte (de Allan Ribeiro), um filme híbrido, que alinha o cotidiano de labor na periferia com sonhos de personagens reais. Além do citado O dia que te conheci (do mesmo autor de longas como Temporada e Ela volta na quinta), em torno do romance nutrido por um bibliotecário, Brasília está na linha de frente da disputa, com Cartório das almas, de Leo Bello.

“Estou muito feliz com a seleção: a gente é de Brasília, a produção é daqui e o elenco é todo de Brasília. Cartório é um filme que afirma a cidade. O longa é uma ficção científica que fala da relação da vida com a morte. A capital já tem cenários prontos para a trama de vertente fantástica”, adianta Bello. Entre as paisagens a serem vistas está uma fazenda no interior (perto de Planaltina), o Museu Nacional da República, a Torre Digital e o Panteão da Pátria. “O filme trata de uma condição humana com a relação da morte. Construímos uma casa, no meio de uma plantação de soja: o cenário por si só traz a arquitetura diferenciada”, avalia.

Na lista de 12 curtas-metragens selecionados para o Festival, estão dois títulos da capital: A fumaça e o diamante (de Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida), que focaliza o reencontro de família com ianomâmis, e Vão das almas (Santiago Dellape e Edileuza Penha de Souza), com ação e atores do Quilombo Kalunga (GO). “O filme trata do mito do Saci, com atenção para elementos das três principais culturas que fundam a identidade brasileira: a indígena, em que se origina o mito (Çaa cy perereg em tupi quer dizer “olho mau saltitante”); a europeia (que tomou a mão furada e o gorro vermelho emprestados de outras lendas do Velho Continente); e a africana, que materializou a figura do Saci no tom da pele e no hábito de fumar, comum entre os escravizados — grandes responsáveis, num primeiro momento, pela popularização do mito através da força da oralidade. A equipe do filme foi majoritariamente negra”, observa Santiago Dellape.

Uma passada de olho nos filmes, acende possibilidades de que astros e estrelas prestigiem a festa. Serão esperados, entre outros, Grace Passô, Cauã Reymond, Cláudia Ohana, Silvero Pereira e Helena Ignez, entre outros. Filme diferenciado, destacado para a Mostra Brasília, o longa, em animação, O sonho de Clarice deixou a produtora e roteirista Mazé Fernandes entusiasmada “O filme é de Fernando Gutiérrez e Guto Bicalho. Nos reunimos muito para ver as adaptações do roteiro. Sou professora aposentada do Riacho Fundo e o filme vem como resultado de prática de muitos alunos. A Clarice, do filme, perde a mãe e tem um pai catador de papelão”, adianta Mazé, envolvida em produções como Menina de Barro e Cadeirantes da faixa de pedestre.

Rescaldo de outra edição

Mesmo em meio à celebração feita por Claudinei Pirelli, coordenador da 25ª edição do troféu atribuído pela Câmara Legislativa, e que cerca a Mostra Brasília, formatada com filmes criados na cidade, nem tudo são flores. Num primeiro momento, claro, vale ressaltar a exposição de talentos locais como o diretor André Luiz Oliveira e o ator João Campos, além do diretor Hugo Rodas (retratado em documentário de Catarina Acioly) na Mostra Brasília. Com recursos públicos (que dão conta do montante de R$ 240 mil reais) a serem distribuídos em prêmios para os realizadores da cidade, a Mostra Brasília adianta um cenário a ser ajustado: o dos estímulos a fitas locais. “É fato que os editais (locais) seguiam uma continuidade, que, no momento, foi prejudicada. Temos um tempo complicado, sem editais de produção, há três anos. Reforço a importância de se notar esta realidade triste”, observa o selecionado Leo Bello (Cartório das almas).

O secretário de Cultura, Claudio Abrantes, enfatizou o intuito de respeitar um festival “que é um bem cultural do DF”. Na ocasião da apresentação dos filmes, Abrantes se mostrou determinado a enfrentar problemas. “Na abertura da festa, teremos o anúncio de ação que, para além da questão de recursos, olhará para a injeção de expertise no setor de cinema”, comentou.

Abrantes comentou sobre aresta ainda não aparada, criada publicamente no último festival, e que versa sobre a destinação do acervo do cineasta Vladimir Carvalho. “Acima de tudo, Vladimir é um patrimônio do audiovisual brasileiro. Na nossa gestão, depositaremos esforços neste déficit que temos. Estamos conversando e trataremos com muito zelo e respeito a questão do acervo dele”, garantiu.

Diante de considerações e ressalvas feitas pelo TCU, quanto a não execução da totalidade de potencial do Fac (Fundo de Apoio à Cultura), Abrantes reconheceu lacunas e disse que há debate, no âmbito do GDF, e diálogos (via Secretaria de Planejamento), para que montantes retornem à pasta da cultura. “De maneira efetiva, o que tínhamos de recurso do Fac, na nossa gestão, executamos. Não teremos problemas de valores utilizados. Pretendemos ainda aumentar os recursos com a Lei de Incentivo à Cultura (a partir de isenção fiscal, para financiamento de projetos com pré-avaliação positiva da Secec). Envolveremos mais fontes, e, com o dado real, de que, em outubro, todos os valores referentes ao tema foram aplicados, temos respaldo e legitimidade, para chegar na Secretaria de Planejamento e pedir um aumento para o ano que vem, para maiores aplicações na cultura do DF”, observou o secretário.

Com informações do Correio Braziliense

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