Trump cumpre promessa de campanha e taxa México, Canadá e China
Exportações de países vizinhos do Norte e do Sul receberão uma alíquota de 25% para os produtos vendidos aos EUA. Material chinês terá uma alíquota menor, de 10%
O presidente Donald Trump anunciou, ontem, que os Estados Unidos imporão, a partir de hoje, tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, além de 10% àquilo que é exportado pela China. A medida, segundo fontes do governo norte-americano, visa reduzir o deficit comercial com esses países, além de pressioná-los a adotar ações mais rigorosas contra a imigração ilegal e o tráfico de drogas — um recado direto ao México.
“Vamos impor tarifas aos microchips, ao petróleo e ao gás. Anunciaremos tarifas sobre o Canadá e o México por vários motivos. O número 1 são as pessoas que foram despejadas em nosso país de forma tão horrível e em tão grande número. O número 2 são as drogas, o fentanil e tudo o mais que eles trouxeram para cá. O número 3 são os enormes subsídios que estamos dando ao Canadá e ao México na forma de deficit”, disse Trump aos jornalistas, no Salão Oval, confirmando a informação passada mais cedo pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. O aço também está nesta lista e pode afetar, em breve, as exportações do Brasil, que vende laminados aos EUA.
Promessa
Tais medidas são mais uma promessa de campanha cumprida por Trump, embora especialistas em economia norte-americana acreditem que podem ter um efeito reverso ao pretendido pelo presidente. Isso porque, à medida que os produtos cheguem ao mercado com as taxações, impactarão o consumidor final e têm tudo para impactar os índices de inflação.
Indagada se esses aumentos das taxações de produtos importados podem alcançar aqueles que são exportados pela União Europeia, pelo Sudeste Asiático, pelo Japão e pelos demais países do Brics — nesse caso, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul —, Karoline afirmou que não há nada decidido a respeito. Porém, as autoridades brasileiras já veem com preocupação tal possibilidade.
No balanço divulgado em 6 de janeiro pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, os resultados de 2024 da balança comercial foram favoráveis ao Brasil — as exportações totalizaram US$ 337 bilhões contra US$ 262,5 bilhões de importações dos EUA. Dessa forma, o superavit de US$ 74,6 bilhões no ano passado foi o segundo maior da série histórica entre os dois países — atrás apenas do registrado em 2023, de US$ 98,9 bilhões.
Outros acordos
Na quinta-feira, em entrevista à Rede TV!, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi enfático ao afirmar que o Brasil deve intensificar os esforços para o estreitamento de laços comerciais com a União Europeia e com a China — principal parceira do Brasil — em função da disposição, que até então era retórica, de Trump taxar as importações norte-americanas.
“Temos que tratar de implementar este acordo (Mercosul-UE), um acordo histórico, compondo o maior bloco econômico do planeta. É o nosso principal importador de produtos brasileiros. Temos protocolos muito sólidos de intercâmbio e de aproximação comercial com a China”, salientou.
Na conversa com os jornalistas, também na quinta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que espera de Trump o não cumprimento da ameaça de taxar as exportações brasileiras. E mandou um recado.
“É muito simples: se taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Governei o Brasil com presidente republicano, com democrata, e a minha relação é sempre a mesma. A minha relação é de um Estado soberano com um Estado soberano. Quero respeitar os Estados Unidos e quero que Trump respeite o Brasil. Se isso acontecer, está de bom tamanho”, frisou.
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