Política

‘Esta é uma eleição que não tem espaço para outra via; ou é Lula, ou é Bolsonaro’, afirma o ex-presidente do PT-DF, Wilmar Lacerda e chefe de gabinete do senado

By Jeová Rodrigues | 1 de junho de 2022 0 Comments

O ex-presidente do (PT-DF), Wilmar Lacerda, que hoje é chefe de gabinete do senado (PT), disse, em entrevista exclusiva ao TaguaCei, que a eleição deste ano será decidida entre Luiz Inácio Lula da Silva – que lidera as pesquisas de intenção de voto com mais de 40% – e Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição.

“Ainda bem que o Lula está liderando, mas ainda não ganhamos as eleições. É preciso ter muito cuidado, é preciso ter um programa, é preciso formar uma aliança com vários partidos políticos no Brasil. Portanto, buscamos a retomada de um novo governo, com uma nova visão de construção do meio ambiente, de uma relação internacional mais digna com o povo brasileiro, de reconstrução com a América do Sul, de fazer do país um ambiente mais propício, mais feliz para a sociedade brasileira, é isso que queremos com a candidatura do ex-presidente Lula”, afirma Lacerda.

Na avaliação do ex-senador, a realidade da população brasileira atualmente é marcada pelos altos níveis de desemprego e pela pouca oportunidade de geração de renda, isso, explica Lacerda, são fatores que, por si só, impulsionam a campanha do ex-presidente Lula, o que estaria dando a ele o primeiro lugar nas pesquisas.

“Inflação alta, poder de compra baixo, falta de emprego e de oportunidades, quase 700 mil mortes durante a pandemia, ou seja, o governo de Bolsonaro ceifou a felicidade, o trabalho, a vida, a reforma agrária e destruiu a gestão do Estado brasileiro”, afirma.

A destruição do país, segundo Lacerda, começou ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, que conseguiu aprovar, com apoio do Congresso que à época era composto por parlamentares que apoiaram o impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), matérias como as reformas trabalhista e previdenciária, a PEC 55, que congelou os gastos do governo por 20 anos, uma vez que limita seu aumento apenas à inflação, e a reforma do ensino médio que teve a pretensão de tornar essa etapa do ensino mais próxima da realidade dos jovens – no DF, recentemente o novo ensino médio foi criticado por estudantes, professores e comunidade escolar em audiência pública na Câmara Legislativa.

“As pessoas mais pobres sem emprego, sem condições de sobreviver. O que houve com esses governos foi a destruição das políticas públicas, depois de uma condução da pandemia de maneira muito errada que o governo Bolsonaro fez. Então, a prisão do Lula, o golpe contra a Dilma, isso não trouxe absolutamente nenhum crescimento, nenhuma oportunidade ao povo brasileiro. Por isso, nós estamos construindo a campanha do ex-presidente Lula desde o momento em que a Dilma foi saqueada do poder”, afirma Lacerda.

Conjuntura

A estratégica para o pleito do dia 2 de outubro, como já vem sendo anunciada há meses por várias lideranças petistas, é de fazer uma campanha, não apenas para eleger Lula presidente, mas também conseguir fazer no Congresso uma ampla bancada que defenda e sustente o um possível governo Lula em 2023.

“Essa é uma grande oportunidade de elegermos jovens, negros, mulheres, para fazermos uma grande bancada para que o ex-presidente Lula tenha as condições de fazer o país a voltar a funcionar. Precisamos ter apoio dos congressistas para revogarmos as reformas trabalhista e previdenciária, precisamos ter apoio para avançarmos na reforma agrária, para reincluirmos as pessoas no orçamento público”, saliente Wilmar Lacerda.

Naturalmente, conforme o petista já ressaltou, a população e também os formadores de opinião já estão percebendo que a eleição será definida entre Lula e Bolsonaro. Segundo Lacerda, que tem experiência com pleito eleitoral e coordenação de campanhas políticas, as eleições deverão ocorrer dentro da normalidade, mas mesmo assim, ele afirma, é preciso ficar atento com as investidas do candidato Bolsonaro que deverá fazer uso de notícias falsas para conquistar e ludibriar eleitores contra o PT e o ex-presidente Lula.

“As instituições brasileiras funcionam adequadamente e, mesmo que o governo de Bolsonaro minta através de fake news, isso não esconde a realidade de vida do povo, que é o que realmente importa. Precisamos ganhar para que o povo brasileiro tenha esperança de um novo país, que tenha esperança de novas oportunidades”, diz. “Nós [a esquerda] chegamos a um patamar de harmonia. Se vencermos, faremos, sem dúvida, um governo muito mais eficiente e eficaz. Por isso, desde já, estamos fazendo alianças, pois não queremos governar sozinhos”, completa.

Esse pensamento exposto por Lacerda, será aplicado, segundo ele, no Distrito Federal, onde o PT local não terá candidatura própria ao Palácio do Buriti e irá apoiar o nome de Leandro Grass (PV) para concorrer ao GDF.

“Em Brasília está praticamente empatado, por isso, nós precisamos reverter esse quadro aqui no DF. Portanto, atender ao PV, para que a candidatura ao GDF seja do partido, é ter uma visão nacional aqui em Brasília”, diz.

Agora, ele destacou, será decidido se o partido terá na chapa de Grass algum candidato ao Senado, que poderá ser ou ex-deputado federal, Geraldo Magela, ou a sindicalista Rosilene Corrêa.