Produção de ovos caipiras aquece economia da capital federal
Priorizar o bem-estar das aves, proporcionando um alimento de qualidade ao consumidor, é o foco do sistema caipira semi-intensivo utilizado pelos cerca de 300 produtores rurais atendidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Tânia Aparecida Gomes, 50 anos, que, vive no Assentamento 1º de Julho, em São Sebastião, decidiu deixar a produção de biscoitos e hortaliças, que exigia trabalho excessivo e alto consumo de água, para investir no setor de avicultura.
A produtora rural conta que instalou uma caixa d’água no quarto da filha, que havia saído de casa, e começou a criar os animais. No fim de janeiro, passou a usar um galpão de 15 m², que hoje virou espaço para as 150 pintainhas, como são chamados os filhotes fêmeas da galinha. E há outro galpão com cerca de 100 galinhas que produzem os ovos caipiras, fornecidos por ela a comerciantes da região. São vendidos a R$ 30 e a R$ 20 a cartela, com 30 e 20 unidades, respectivamente. Mensalmente, Tânia tem lucro de R$ 1,6 mil. “Circular o dinheiro é importante, porque gera renda e emprego para outras pessoas na região”, avalia.
A cada 15 dias, quem dá assistência técnica para Tânia é a zootecnista Bruna Soeiro Beleosoff, 38. Quando começou com esse trabalho, há um ano, ela orientou um grupo de cinco pessoas interessado em produzir aves no assentamento de reforma agrária. “A partir daí, pediram as pintainhas, compradas com um dia de vida. Então, ajudamos no manejo da ração, na construção das estruturas e no quanto está dando de retorno financeiro”, explica.
Para o produtor agregar mais valor aos ovos caipira, é preciso usar linhagens genéticas selecionadas para postura, coloração mais escura da casca e da gema e utilizar remédios para dar equilíbrio orgânico. Os tipos de embalagem, a origem e a apresentação são diferenciais importantes do produto que o avicultor deve observar para agregar mais valor aos ovos caipiras.
Realizada por prestar apoio especializado e ajudar a economia local, a zootecnista diz que, em média, a cada 100 aves criadas neste sistema “caipirão”, o retorno líquido é de R$ 1,3 mil. “A gente considera como um salário mínimo por mês por atividade, se bem conduzida. Uma parte é com entregas para comércios locais e outra com venda direta para o consumidor”, complementa.
Livre da gaiola
Segundo a coordenadora do Circuito da Avicultura da Emater, que participou da AgroBrasília, Camila Braz Ribeiral, a empresa adota o sistema caipira semi-intensivo em um espaço delimitado para as aves ficarem ao ar livre, terem ração apropriada e vacinação para evitar doenças. O tipo de criação profissional com animal livre de gaiola gera uma ave saudável e um ovo mais nutritivo em relação ao produzido em escala industrial. “As aves manifestam o comportamento natural, que é de ciscar, ingerir insetos, fazer buracos e se esfregar no chão, que é o banho de lama. Isso tudo enriquece o produto”, explica.
Para a especialista, os clientes entenderam o que é um ovo com alto valor nutritivo, com 40 vezes mais ômega 3, mais vitaminas do que o ovo produzido em granja. Há um nicho de mercado, como os clientes de Tânia, que sabem as condições dos animais, além de conhecer quem cuida do processo. “Se os produtores, que cumprem todas as exigências das normas higiênico-sanitárias, mostram nas redes sociais que a ave é bem cuidada e manejada, vai fortalecendo esse vínculo com o cliente”, avalia Camila.
Expansão do mercado
A produção de ovos caipiras está aumentando na capital federal. Segundo dados da Emater, em 2021, havia 3,2 mil produtores de ovos caipiras no DF, que geraram um Valor Bruto de Produção (VPB) de R$ 8,2 milhões. No ano seguinte, eram 4,2 mil produtores, com um VPB de R$ 12,2 milhões (aumento de 44%).
Conforme o relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (SBPA), o consumo per capita de ovos em geral no país passou de 251 para 257 unidades entre os anos de 2021 e 2022.
Emater-DF
- Endereço: Parque Estação Biológica, na Asa Norte, Edifício sede da Emater-DF
- Telefone: (61) 3311-9330
- Site com demais endereços: www.emater.df.gov.br/mapa-e-enderecos-dos-escritorios
- E-mail: emater@emater.df.gov.br
Com informações do Correio Braziliense
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