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Ano começa triste para cães com vários registros de agressões

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Nos primeiros dias de 2025, houve três casos graves de maus-tratos a animais no DF. Crimes incluem abandono, atropelamento e mutilação contra pitbulls

Neste início de ano, três casos de maus-tratos a animais chamaram a atenção de autoridades e moradores do Distrito Federal tamanha violência. Em todas as situações cães da raça pitbull sofreram ataques. Na mais recente, seis cachorros, sendo dois adultos e quatro filhotes, foram resgatados em condições de risco. Eles estavam machucados, deixados em um local sem limpeza e com fezes espalhadas, e muito magros sem água e alimentação. O caso se deu em Samambaia, na quinta-feira (2/1).

Um dos cães adultos, aparentemente assustado com o barulho e as luzes dos fogos de artifício do réveillon, pulou a janela do imóvel, mas ficou preso em uma grade. Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA/Cepema) utilizaram alicates para conseguir soltá-lo.

O resgate em Samambaia teve início após uma denúncia anônima feita pelo telefone 197. A polícia foi informada que os tutores desses cachorros saíram da moradia dias antes das festividades do Natal de 2024, deixando os animais sozinhos. Com a ação da (DRCA/Cepema), foram resgatados e encaminhados para atendimento médico-veterinário.

Os quatro filhotes já estão disponíveis para doação, pelo projeto Adoção São Francisco. Os pitbulls adultos, um macho e uma fêmea, ainda precisam receber mais cuidados ambulatoriais antes de serem oferecidos a quem quiser cuidá-los com responsabilidade. A pessoa que era responsável pelos cães foi identificada e será indiciada por crime de maus-tratos contra animais.

Brutalidades

Também na quinta-feira (2/1), outro pitbull agredido com violência. Ele foi atropelado no Gama de forma deliberada, aparentemente, segundo autoridades policiais. O crime foi registrado em vídeo por pessoas que presenciaram quando um homem, de 51 anos, acelerou seu automóvel em direção ao animal, fugindo do local após atingi-lo.

Segundo o delegado-chefe da DRCA, Jonatas Silva, parentes do suspeito afirmaram que, antes do atropelamento, o cão da família foi atacado pelo pitbull. “A situação motivou (o suspeito) a perseguir o animal e atropelá-lo”, disse o policial. O motorista se apresentou na delegacia. Ele é acusado por omissão de cautela na guarda ou condução de animais e maus-tratos.

O acusado foi ouvido na DRCA e liberado. Se condenado, poderá cumprir uma pena de até cinco anos de prisão. O animal foi levado a uma clínica no Gama. Até o fechamento da reportagem, não havia informações sobre o estado de saúde do cão.

Por outro lado, na última segunda-feira (30/12), outro pitbull foi encontrado, nas ruas da Vila Telebrasilia, com o rabo mutilado entre outros machucados pelo corpo, incluindo uma ferida aberta na testa que acumulava larvas. De acordo com informações da advogada Ana Paula de Vasconcelos, especialista em Direito Animal, o cachorro teve o rabo decepado por uma a faca e machado. Policiais o levaram a uma clínica veterinária, onde se recupera.

Ao Correio, a DRCA informou que foi realizado um boletim de ocorrência eletrônico do caso. “Os próximos passos incluem averiguar as imagens das câmeras de segurança da região e ouvir testemunhas para tentar identificar o suspeito do crime”, contou o delegado Jonatas Silva.

Mais denúncias

Dados de um levantamento da Polícia Civil (PCDF), que investigou a quantidade de registros de maus-tratos a animais no DF, mostram que, entre 2019 e 2023, houve um salto de 122,1% nas denúncias desse crime. Até março de 2024, foram 99 ocorrências.

Apesar dos frequentes casos recentes de maus-tratos, a advogada Ana Paula de Vasconcelos — que integra a Comissão de Direito Animal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) — detecta uma mudança na sociedade. “Vejo que, atualmente, temos mais denúncias e uma sociedade mais consciente e menos tolerante com esses crimes. Infelizmente, os pitbulls são muito estigmatizados. Por ignorância, muitos acabam demonizando o animal”, avaliou.

Para Ana Paula, é preciso investir em campanhas educativas. “Muitas pessoas pegam animais e não cuidam nem castram. Assim, vamos nos deparando com essas tragédias envolvendo cães dessa raça. Faltam tutores responsáveis”, afirmou.

No Brasil, a Lei nº 9.605/1998 prevê sanções penais e administrativas para quem prejudica o meio ambiente e animais. Os condenados por ela podem ficar presos de três meses a um ano, além de pagar multa. E se os maus-tratos forem contra cães e gatos, a Lei nº 14.064/2020, além de aplicar multa e proibir a pessoa de ter pets: aumenta o tempo de detenção de dois a cinco anos.

Como denunciar?

» A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRA) pode ser acionada, anonimamente, pelo número 197, pelo WhatsApp (61) 98626-1197 ou pelo e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br

» A Lei nº 14.064/2020 estabelece que condenados por maltratar cães e gatos fiquem presos de dois a cinco anos, além de pagar multa e perder da guarda do pet. Se o animal morrer, o período de detenção pode ser aumentado em até 1/3.

Lamentável encerramento de 2024

» 11/11: uma tosadora foi indiciada pelo crime de maus-tratos a animais devido à morte de Maik, um filhote da raça Shih Tzu, em um pet shop de Arapoanga. O cachorro chegou a ficar suspenso pelo pescoço durante a tosa.

» 3/12: a cadela Haxa morreu enforcada em um pet shop, em Planaltina de Goiás. O animal teria sido deixado amarrado e sozinho enquanto os funcionários do estabelecimento saíram para almoçar. A loja foi fechada.

» 12/12: dois homens foram indiciados por abandonar dez gatos no Hospital Veterinário da Faculdade Anclivepa, em Taguatinga. Os felinos foram resgatados e encaminhados a um lar temporário, onde receberam cuidados veterinários.

Com informações do Correio Braziliense

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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