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Em cinco anos, 14% dos casos de pedofilia no DF ocorreram pela internet

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Levantamento da Polícia Civil do Distrito Federal revela que, das 187 ocorrências do crime registradas entre 2017 e 2021, 27 se passaram em ambiente virtual. Especialistas alertam para sinais emitidos pelas vítimas, os quais devem despertar a atenção.

A vulnerabilidade das crianças e dos adolescentes no meio virtual é uma preocupação da polícia e das famílias, devido ao grande número de casos que envolvem abusadores e aliciadores escondidos em jogos ou plataformas on-line. Levantamento da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) revela que, nos últimos cinco anos, 14,4% dos registros de pedofilia na capital do país tiveram como meio de ação a internet. Em números absolutos, são 27 casos dos 187 registrados no período. Só no primeiro trimestre de 2022, a corporação deflagrou ao menos sete grandes operações para prender suspeitos de armazenar conteúdos pornográficos infanto-juvenis (leia Memória).

A mais recente delas ocorreu em Águas Claras, na sexta-feira (1º/4), quando um profissional de tecnologia da informação foi detido com diversas mídias de crianças em situação de abuso sexual. Titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Simone Silva avalia que o cenário se tornou mais preocupante com a crise sanitária provocada pela covid-19 e o isolamento social dos jovens.

“A pandemia trouxe um aumento dos casos devido ao tempo que crianças e adolescentes gastaram nas mídias sociais. Os abusadores se aproveitaram disso. Por isso, o ideal é que os pais limitem o período de uso da internet e monitorem o que os filhos fazem nas redes, além de terem proximidade maior com eles, para que possam falar de alguma situação que achem diferente. Isso facilita para as vítimas relatarem algo inusitado, por exemplo. Hoje, há muitos aplicativos que controlam a quantidade de horas que os jovens podem ficar na internet”, recomenda Simone.

A delegada-chefe da DPCA alerta às famílias que fiquem atentas para eventuais amizades virtuais dos adolescentes e das crianças. “É preciso saber o material que eles consomem, com quem eles conversam e que tipo de diálogos eles têm. Muitos adultos se passam por amigos. Os pais devem fiscalizar o conteúdo (das mensagens) e ficar atentos a uma possível manipulação desse jovem”, orienta a investigadora.

Quanto às operações realizadas pela polícia no começo deste ano, Simone destaca que todas ocorreram em situação de flagrante. “Os suspeitos foram detidos, e o inquérito, apresentado à Justiça. A pena pode variar de acordo com o crime praticado: se eles armazenavam esse conteúdo (pornográfico de crianças e adolescentes) ou se o produziam e replicavam (leia O que diz a lei). O Poder Judiciário decide como julgará cada caso”, diz. “Mas é importante lembrar que, por trás de uma foto ou vídeo, há uma criança que foi abusada sexualmente, o que é um crime grave”, frisou

fonte : correio braziliense-df

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Jornalista

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