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Fábrica pode dar ao Brasil autossuficiência em hemoderivado

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Lula e Nísia Trindade inauguram unidade da Hemobras em Goiana, na grande Recife. Planta possibilitará a elaboração do Hemo-8r, que é indicado para pacientes com hemofilia A

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, inauguraram, ontem, a nova fábrica da Hemobrás em Goiana (PE). A unidade pretende suprir toda a demanda nacional pelo Fator VIII recombinante (Hemo-8r), utilizado por pessoas com hemofilia. O ministério acredita que a unidade deve suprir 100% da demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Hemo-8r é usado para prevenir sangramentos espontâneos em pessoas com a hemofilia A, que corresponde a cerca de 80% dos casos. Cerca de 15 mil brasileiros convivem com a doença, uma condição genética que afeta a coagulação do sangue e exige tratamento constante e especializado.

“Se queremos um país soberano, capaz de ter uma indústria da saúde, a gente não tem por que não acreditar que podemos ter um polo na área da saúde para competir com qualquer outro país, por mais rico que seja”, afirmou Lula. Segundo o presidente, com a fábrica serão economizados cerca de US$ 200 milhões com importações.

O governo federal investiu cerca de R$ 1,2 bilhão, o maior aporte em biotecnologia na área da saúde no Nordeste até o momento. A iniciativa faz parte da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com recursos do Novo PAC.

O Hemo-8r é fornecido pela Hemobrás para o SUS, por meio de parcerias com empresas estrangeiras. A fábrica deve entrar em operação plena a partir do ano que vem. O Ministério da Saúde espera que a produção nacional derrube em 30% o custo do fármaco ao sistema único.

O Complexo da Hemobrás deve inaugurar outra planta para a produção de imunoderivados, como imunoglobulina e albumina, com funcionamento previsto para 2026. De acordo com o governo federal, as duas unidades serão essenciais para reduzir a vulnerabilidade do SUS frente a emergências de saúde pública e fortalecer a cadeia produtiva nacional de alta complexidade.

“Essa planta vai produzir 1,2 bilhão de unidades e, quem sabe, no futuro, a gente possa apoiar outros países. Vai servir a tantas pessoas que sofrem com a hemofilia e para fortalecer o nosso país. Esse medicamento requer muita tecnologia e muito conhecimento”, observou Nísia. O Hemo-8r é produzido somente em cinco países.

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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