‘O xadrez potencializa a mente humana’, diz presidente da Federação Brasiliense de Xadrez

A Federação Brasiliense de Xadrez (FBX) está em tratativas com o deputado distrital Ricardo Vale (PT) para colocar o xadrez dentro das escolas públicas do Distrito Federal. Muitas escolas já usam a modalidade como ferramenta em suas disciplinas, porém, a FBX busca agora ajudar a capacitar professores para que eles possam desenvolver projetos nas escolas.

O primeiro passo será produzir um projeto de lei ou algum tipo de proposta parlamentar que permita a Federação poder habilitar grupos de professores que, de posse de um conhecimento real sobre o que é o xadrez, poderá coordenar projetos que envolvam uma das habilidades mais antigas da sociedade humana.

“O xadrez potencializa a mente humana porque ela fica ativa, fazendo conexões e avaliando situações para a pessoa poder tomar decisões. Ele também ajuda no autocontrole que devemos ter na hora de fazer análises”, diz o presidente da FBX, Marcos Silveira.

Mas o xadrez vai além de questões pessoais e desenvolve também o espírito coletivo, conforme salienta o presidente. “O xadrez tem a capacidade de forma cidadãos mais questionadores e que possam contribuir mais para o bem estar coletivo”, afirma.

A proposta de capacitar professores da rede pública para trabalharem com xadrez em seus projetos pedagógicos, tem tido o acompanhamento do diretor técnico da FBX, Clodomiro Vitorino. Ele, que explica que o xadrez é uma modalidade que tem muitas “facetas”, diz que a busca pelo apoio do poder público ocorre porque o xadrez, nos últimos anos, vem se tornando uma habilidade multidisciplinar e também multicultural.  

“(O xadrez) ele é esporte, é educação, é cultura, é lazer, entretenimento, então, o xadrez abrange um campo muito grande dentro da sociedade. Ele tem muitas ferramentas que desenvolvem questões sociais, desenvolvimento intelectual, principalmente, na área da matemática, do raciocínio lógico”, argumenta Clodomiro.

Na visão do diretor técnico da FBX, o Distrito Federal precisa aproveitar a “onda” dos últimos anos que tem colocado o xadrez como ferramenta pedagógica na rede de ensino de diversos estados brasileiros e que, segundo ele, tem tido bons resultados, melhorando inclusive os índices educacionais das escolas.

“Quando o professor está preparado, nós temos alunos empolgados. Já há muitos projetos que acontecem dentro das escolas, mas eles acontecem sem muita organização. Então, o que nós queremos é fazer um projeto que organize e de suporte a esses professores que já trabalham com o xadrez dentro das escolas”, explica Clodomiro.

Hoje os praticantes de xadrez no Distrito Federal têm poucos incentivos por parte do poder público. A afirmação é da diretora de comunicação da FBX, Caroline Andrade, que diz ver no xadrez um instrumento de socialização e desenvolvimento dos valores humanos.

Para ela, a FBX tem se empenhado em mostrar para as autoridades públicas a importância de apoiar a prática do xadrez nas escolas e demais espaços sociais, como clubes e até presídios.

“Buscamos o apoio do poder público para que possamos fomentar o xadrez no DF e assim levar o xadrez para as comunidades carentes, para as escolas públicas e privadas, porque nós acreditamos que o xadrez tem um potencial enorme”, diz Andrade.

Além da socialização, a diretora lembra que o xadrez é um forte aliado para estudantes, sejam de qual nível escolar for. “O xadrez auxilia no processo cognitivo, auxilia a desenvolver o raciocínio lógico, auxilia a desenvolver a análise crítica e auxilia também no processo de tomada de decisão. Por isso é um esporte milenar”, diz. “No xadrez você aprende a perder, você aprende a seguir regras, e é também uma ferramenta de integração da sociedade”, complementa.

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