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Militares da FAB são presos por tráfico

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Trio utilizava aviões da Aeronáutica que ligam São Miguel da Cachoeira a Manaus para despachar a droga. E dava preferência ao recrutamento de mulheres indígenas e grávidas como “mulas”

A Polícia Civil do Amazonas prendeu três militares da Força Aérea Brasileira (FAB) por fazerem parte de uma quadrilha que enviava drogas nos voos militares. As investigações tiveram origem em uma apreensão de cerca de 350kg de drogas, no ano passado, quando outros três militares foram presos — um deles soldado do Exército —, além de duas mulheres.

Na Operação Queda no Céu, dois civis também foram presos. Além do crime por tráfico de drogas, os cinco também são acusados de lavagem de dinheiro. A investigação foi deflagrada pela Delegacia Especializada de São Gabriel da Cachoeira, cidade que fica a mais de 850km de Manaus, e que faz fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Historicamente, a região registra intensa atividade do narcotráfico.

Segundo a delegada Grace Jardim, que conduziu as investigações, a partir da descoberta da ponte do tráfico, em 2 de junho de 2024, “começamos a investigar quem seriam os financiadores das drogas, se havia outros envios para Manaus e como isso era feito. Constatamos que o transporte das drogas estava sendo feito por meio dos voos da Força Aérea Brasileira, e teria a participação de três militares, de 22, 23 e 26 anos”. A delegada acrescentou que o trio facilitava o envio das drogas e ainda levava a carga para o ponto, em Manaus, determinado pelos chefes do tráfico local.

Flagrante

Os três militares foram presos em São Gabriel da Cachoeira e um deles foi preso em flagrante por tráfico, pois carregava porções de droga. “Além deles, conseguimos chegar ao financiador da operação, um homem de 42 anos que movimentava milhões de reais, sendo que ele declarava receber apenas R$ 1 mil por mês. Ele também lavava dinheiro no município”, explicou a delegada.

A investigação levantou que o homem alugava veículos em São Gabriel da Cachoeira para lavar o dinheiro do tráfico. Com ele, foram apreendidos três carros e quatro motocicletas.

“Na residência dele encontramos armas, munições, pássaros que estavam sendo mantidos em ambiente impróprio, e os veículos. Além de ter os mandados cumpridos em seu nome, ele também foi autuado em flagrante por crime ambiental e porte ilegal de arma de fogo”, enumerou a delegada.

No esquema, um segundo homem, de 26 anos, era responsável por cooptar as chamadas “mulas” — pessoas que aceitam carregar a droga até o local de destino — para levar as drogas nos aviões da FAB, na ponte com a capital amazonense. O recrutamento que fazia tinha preferência por mulheres indígenas e por grávidas, que chamariam menos a atenção das autoridades.

“No final de 2024, ele saiu de São Gabriel da Cachoeira para levar drogas a Manaus. Todavia, no meio da viagem, foi parado em Santa Isabel do Rio Negro (a 630km da capital amazonense), pela equipe policial do município. Na ocasião, ele foi autuado em flagrante e, agora, está com um mandado de prisão preventiva cumprido”, disse a delegada.

Por nota, a FAB disse que “acompanha o caso e corrobora com as investigações policiais em curso”. Afirmou, ainda, que o Comando da Aeronáutica “não compactua com condutas que não estão de acordo com os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”.

Voo presidencial

O ex-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi preso, em 2019, por traficar cocaína em pelo menos sete viagens oficiais. Ele foi detido na Espanha, ao tentar entrar no país com 39kg da droga, avaliados em R$ 6,4 milhões.

O ex-militar viajava em missão oficial, no segundo avião da comitiva brasileira que seguia para o Japão, a fim de participar da cúpula do G20, chefiada pelo então presidente Jair Bolsonaro. As investigações apuraram que o ex-sargento fizera quatro voos domésticos (São Paulo e Recife) e três internacionais, com escala na Espanha, onde distribuía a droga.

Rodrigues passou dois anos em uma cadeia em Sevilha, até ser transferido para o Centro Penitenciário de Málaga II. A Aeronáutica expulsou o ex-militar depois de um processo administrativo. “A decisão foi proferida após cumprido o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa”.

À época, a FAB afirmou que “atua para coibir irregularidades e repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”.

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Jornalista

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