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Inconvenientes na avenida Hélio Prates a moradores e lojistas

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Iniciada em abril de 2022, a segunda etapa da obra na avenida Hélio Prates, em Taguatinga, está prevista para o fim deste ano. Conforme o Correio apurou, essa reforma tem trazido uma série de problemas a comerciantes e moradores da região.

Em uma região ocupada por cerca de 215 mil habitantes e que têm 27.212 estabelecimentos comerciais — de acordo com dados do Governo do Distrito Federal —, as pessoas que lá residem ou têm negócios próximos à obra se dizem estar sendo prejudicadas. Elas esperam um bom resultado após a conclusão do trabalho na avenida Hélio Prates, porém, o momento é de insatisfação e transtorno para muitos.

Jeisy Rodrigues, 28 anos, gerente da A Casa Brasileira, relatou que a maior preocupação durante a realização do projeto estava na manutenção da limpeza da loja e na saúde dos funcionários, em consequência da sujeira produzida. “Temos que dar desconto diariamente aos nossos clientes devido à poeira da obra que fica na maioria dos produtos. Estamos contratando freelancer para ficar responsável pela limpeza, e, por conta da sujeira, ele terá que limpar os produtos da loja usando máscara. A maioria do pessoal está com bastante alergia e, até agora, dois funcionários já apresentaram atestados médicos”, disse.

Zacarias Neto, 40, gerente do Enxovais do Novo Lar, também se incomoda com o fato de o pó estar estragando as mercadorias. Ele fala do movimento e planeja colocar uma proteção no estabelecimento para preservar o que comercializa. “A poeira em excesso está prejudicando todos meus produtos, sem falar que, depois que essa reforma começou, o movimento caiu em mais de 70% porque os clientes não têm onde estacionar. Para meus produtos não ficarem mais encardidos, estou pensando em colocar um vidro na frente da loja que, com certeza, será muito caro. É só prejuízo”, alegou.

Entre os problemas já apresentados pelos comerciantes, destaca-se também que, quando chove, além de esburacadas, as ruas ficam empoçadas e com lama. Isso gera interdições na via, impedindo motoristas de aplicativo entrarem no local. Francias Angmatoy, 31, que reside na QNG 9, declarou que encara problemas de mobilidade. “Motoristas de aplicativo não aceitam corridas para o lugar onde moro. Eles dizem que o local é de obra e que a rua fica empoçada, com muita lama. É impossível não se sujar ao sair de casa”, lamentou.

Apesar dos contratempos, a Secretaria de Obras do Distrito Federal (SODF) reconheceu que obras de infraestrutura em áreas urbanizadas causam transtornos temporários. Porém, como o órgão justificou, trata-se de uma empreitada que trará benefícios permanentes. O órgão garantiu que solicita constantemente à empresa encarregada da intervenção mais rapidez para a conclusão do trabalho.

Gabriel Benevides, 24, morador da QND 40, disse ver os transtornos que o projeto causa. Mas, confia em que no futuro haverá bons resultados. “Acredito que, com a conclusão da reforma, terá uma via melhorada e eu, finalmente, vou tirar meu carro da garagem”, avaliou.

Modernização

A reforma na avenida Hélio Prates conta com três fases, sendo que a primeira foi concluída em abril de 2023 com a modernização da infraestrutura urbana — nova rede de drenagem, pavimentação asfáltica e iluminação pública — e segurança para usuários da via — calçadas, reorganizadas de estacionamentos e ciclovias.

A segunda fase consiste na ligação das vias entre Ceilândia e Taguatinga, implantando o corredor exclusivo com asfalto pavimentado para o BRT. Haverá também a organização dos estacionamentos, a reestruturação e ampliação de mais calçadas, ampliação das demais ciclovias. Está prevista a revitalização do Parque do Cortado, onde haverá uma lagoa de detenção para reduzir riscos com inundações na região Essa etapa inclui um novo sistema de drenagem.

A terceira fase — que está em fase final de projeção e deve ser licitada até o final de julho deste ano— terá conclusão do corredor BRT, que passará pelo canteiro central da avenida. O projeto também prevê novas estações de embarque nas paradas de ônibus, com mais bancos, lixeiras e estacionamentos de bicicletas.

De acordo com a SODF, até o momento foram gastos R$ 15 milhões na primeira etapa e um valor inicial de R$ 42 milhões para segunda. Porém, devido ao reajuste anual e outros aditivos previstos em lei, a quantia para o segundo momento foi ampliada a R$ 48,9 milhões. A elaboração do projeto da terceira etapa ainda está sendo concluída. Por isso, ainda não há valores previstos. A conclusão da última fase está prevista para 2026.

Com informações do Correio Braziliense

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