Mãe e filha mortas no DF: polícia investiga atuação de mais pessoas no crime
Polícia prende principal suspeito dos assassinatos de Shirlene Ferreira da Silva, 38, e da filha dela, Tauane Rebeca da Silva, 14. Jeferson Barbosa dos Santos, 26, estava foragido na Bahia. Investigação apura se mais pessoas participaram do crime.
Com 30 dias para finalizar o inquérito policial que apura a morte de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e da filha, Tauane Rebeca da Silva, 14, assassinadas em um córrego do Setor Habitacional do Sol Nascente, policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) trabalham para esclarecer o último ponto crucial das investigações: saber se houve a participação de mais uma pessoa no duplo homicídio. Apontado como o principal suspeito do crime, Jeferson Barbosa dos Santos, 26, foi preso no interior da Bahia, no município de Luís Eduardo Magalhães, em menos de 24 horas depois de ter a foto divulgada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Investigadores da 19ª DP e da 3ª DP (Cruzeiro) viajaram para o município baiano na tarde de terça-feira (8/2), após receberem a informação sobre o paradeiro do acusado. Delegado à frente das investigações, Thiago Peralva detalha que Jeferson estava escondido na casa de familiares e, ao ver a foto sendo amplamente divulgada, teria ficado com medo de ser assassinado. “Ele pediu para um familiar nos procurar falando que ele (Jeferson) se entregaria”, afirma.07/02/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Cidades. Coletiva de imprensa sobre as mortes de Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, grávida de 4 meses, morreu com 37 facadas ao tentar salvar a filha, Tauane Rebeca da Silva, 14, das investidas do criminoso. 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) revelaram a identidade do principal suspeito de cometer o duplo assassinato. Morador do Sol Nascente, Jeferson Barbosa dos Santos. Na foto o Delegado Thiago Peralta.Ed Alves/CB/D.A Press
Para se entregar, Jeferson interpôs algumas condições aos policiais: a primeira é que ele só se renderia para a polícia do DF, nenhuma outra nem mesmo a da Bahia; a outra exigência seria de que, no momento da prisão, algum familiar dele estivesse presente. A equipe de policiais concordou. Por volta das 3h30, o preso chegou à Brasília e foi conduzido à delegacia.
Frio e calculista
Jeferson foi descrito pelos investigadores como um homem de personalidade “alterada e instável”. Segundo o delegado Thiago Peralva, desde o momento da prisão, foram feitas várias tentativas de conversa com o acusado. “No começo da viagem (de volta ao DF), ele ficou calado, respondeu de forma fria (as perguntas), depois ficou agressivo, debochado, mudando o tipo de comportamento. Ele tem uma personalidade muito alterada e instável, muda muito rápido”, analisa Peralva.
Jeferson não comentou sobre o duplo assassinato. “Ele confirmou que estava no local, no dia e no horário do crime. Que estava no córrego, desceu na cachoeira, mas diz que foi para fumar um cigarro de maconha e, depois, foi embora. Tenho 30 dias para terminar a investigação, que é o prazo da prisão temporária dele. Durante esse período, vou esclarecer se havia mais alguém no local do crime. Até o momento, ele (Jeferson) foi visto sozinho”, adianta o delegado.
37 facadas
Grávida de quatro meses, Shirlene Ferreira saiu de casa às 14h30 de 9 de dezembro de 2021, na companhia da filha. Por volta das 18h30, o marido da vítima, Antônio Silva, chegou em casa e perguntou pela mulher ao filho mais novo do casal. Em resposta, o garoto disse que as duas haviam saído para ir a um córrego e não tinham retornado. Preocupados, os familiares registraram boletim de ocorrência por desaparecimento na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul). Mãe e filha deixaram os celulares em casa antes do passeio.
Uma força-tarefa foi montada para buscar as duas mulheres, com cães farejadores, mergulhadores e helicópteros do CBMDF e da Divisão de Operações Especiais da PCDF (DOE). As equipes encontraram um guarda-chuva à margem do córrego. Os investigadores localizaram os corpos após 11 dias de buscas, distante cerca de 500 metros do córrego.
Mãe e filha estavam uma ao lado da outra, com metade dos corpos enterrados sob um lamaçal, e a outra parte coberta por folhas. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Shirlene foi atingida 37 vezes com golpes de faca, provavelmente em uma tentativa de proteger a filha, Tauane, do agressor, segundo avaliação da polícia.
FONTE:CORREIO BRAZILIENSE
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