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Um dia após reunião golpista com Bolsonaro, general atacou urnas

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O então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, foi à Câmara e levantou suspeita sobre o sistema eleitoral

Um dia depois da reunião de 5 de julho de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro atacou o sistema eleitoral e disse a integrantes do governo que era preciso agir antes do pleito, o ministro da Defesa à época, general Paulo Sérgio Nogueira, compareceu a uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara e criticou as urnas eletrônicas.

O assunto da pauta era “prioridades do ministério” para aquele ano, mas o militar tratou de outras temas e disparou contra o sistema eleitoral. Disse aos deputados que não há programa imune a ataques e citou como exemplo o cartão de crédito clonado de sua mulher.

Nogueira foi um dos alvos da busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, na quinta-feira, na investigação sobre a tentativa de se dar um golpe de Estado no país. 

“Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a um ataque, imune a uma invasão. Não há! Estão aí os bancos que gastam milhões de reais com segurança”, argumentou aos deputados. “Eu tive meu cartão clonado há três semanas, e minha esposa, no ano passado. Então, isso é fato”, declarou.

Na audiência pública da Câmara estavam presentes outros militares do governo, como o então comandante da Marinha, Almir Garnier, outro alvo da PF na quinta. Ele também duvidou das urnas eletrônicas e afirmou que nenhum sistema está “imune a falhas”. 

Na reunião no Planalto, na véspera, Nogueira estava sentado muito próximo de Bolsonaro, que, apesar do tom golpista do encontro, se dirigiu a ele dizendo que não falava em “providência de força”. E disse ao general: “Não é dar tiro. Ô Paulo Sérgio, vou botar a tropa na rua? Tocar fogo aí? Metralhar? Não é isso, p*”.

Ao ouvir o apelo do então presidente por esforços para que o ajudem a ser reeleito, Nogueira afirmou que fazia reuniões semanais com os três comandantes das Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) para avaliar o que poderia ser feito.

“Estou realizando reuniões com os comandantes das Forças quase que semanalmente. Esse cenário nós estudamos, nós trabalhamos e temos reuniões pela frente decisivas, para ver o que pode ser feito”, frisou o general.

Ele falou  no risco de reações diante de medidas que poderiam ser adotadas. “Reações poderão ser tomadas para que se possa ter transparência, segurança e condições de auditoria. E que as eleições se transcorram com tranquilidade, como a gente sonha. E, como pelo que a gente vê no dia a dia, terminemos por reelegê-lo presidente de todos nós.”

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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