Mudança de hábito é fundamental para o êxito da coleta seletiva no DF
A coleta seletiva já é uma realidade no DF, mas precisa avançar mais. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, tornou obrigatória a implantação do sistema pelo Poder Público, e estabeleceu como dever do consumidor e usuário do serviço a separação dos diferentes tipos de resíduos e disponibilizá-los para a coleta. Mas a qualidade do material que tem chegado aos galpões de triagem para reciclagem é ruim. Boa parte vem misturada com resíduos orgânicos, e o que poderia ser reaproveitado para outras finalidades acaba sendo levado para o aterro sanitário, que deveria receber apenas os rejeitos . A separação dos resíduos sólidos é , portanto, fundamental para a eficiência desse processo.
Das 31 Regiões Administrativas do DF, 25 contam com o sistema de coleta seletiva. Dezessete cooperativas realizam a triagem desse material, com o trabalho de 1.164 catadores.
O resultado de todo esse esforço, porém, está aquém do esperado. Do total de lixo gerado, apenas uma pequena parcela chega às empresas de reciclagem. No processo de triagem, a quantidade de rejeitos misturados aos resíduos recicláveis demonstra que o lixo não está sendo separado adequadamente na origem, e que é preciso uma mudança de comportamento para alterar esse quadro.
No Distrito Federal, os resíduos sólidos devem ser separados basicamente em duas frações: os recicláveis, compostos por metais (aço e alumínio); papel, papelão, isopor, embalagem longa vida, plástico e vidro, e os orgânicos + rejeitos, como restos de alimentos e resíduos de banheiros (papel higiênico, fraldas, absorventes, cotonetes).
Material eletrônico, lâmpadas fluorescentes e medicamentos devem ser levados aos postos específicos de coleta.
A reavaliação do conceito sobre o lixo é importante para a prática consciente de segregação dos resíduos sólidos. O que antes era considerado material inútil e em desuso, hoje readquire novas formas e utilidades no reaproveitamento, para diminuir a produção de rejeitos e reduzir o impacto ambiental. Mas para isso os resíduos devem ser bem separados e acondicionados adequadamente, recolhidos pelo prestador de serviço, no caso o SLU, encaminhados aos centros de triagem e selecionados por catadores cadastrados que vendem o material às indústrias recicladoras.
A reciclagem dos resíduos sólidos adquire, portanto, importância social ao gerar emprego e renda a centena de catadores de materiais recicláveis, que antes trabalhavam em condições subumanas no antigo Lixão da Estrutural, hoje extinto.
A correta separação dos resíduos sólidos contribui para a redução de gastos no aterramento desse material e no aumento da vida útil dos aterros sanitários. Além disso fortalece práticas sustentáveis, com a economia de recursos naturais e matéria prima na confecção de novos produtos. A reciclagem de uma tonelada de papel, por exemplo, corresponde a economia de 10 mil litros de água e a preservação de 17 árvores adultas, segundo o Ministério do Meio Ambiente.