
Ainda volátil, mercado suspira, com bolsas em alta. No Brasil, dólar cai
A divisa norte-americana encerrou a semana cotada a R$ 5,87 para a venda, com queda de 0,47% em relação à véspera. Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou alta de 1,05%, aos 127.682 pontos
Um dia após a Casa Branca corrigir de 125% para 145% a taxação sobre os produtos chineses, Pequim elevou os impostos sobre os itens importados dos EUA, de 84% para 125%, a partir deste sábado. A nova retaliação chinesa fez com que investidores buscassem moedas de outros países, diante da perspectiva de que a economia norte -americana possa ser a mais prejudicada pela guerra comercial, o que fez o dólar cair frente a vários países.
No Brasil, a divisa norte-americana encerrou o pregão de ontem cotada a R$ 5,87 para a venda, com queda de 0,47% em relação à véspera. No acumulado da semana, registrou alta de 0,61% frente ao real e avançou 2,90% neste mês. A China tornou-se o principal alvo das medidas protecionistas do presidente norte -americano, Donald Trump, após o recuo do republicano na aplicação das tarifas de reciprocidade para os demais países por 90 dias em 10%.
”A imposição por parte dos Estados Unidos de tarifas anormalmente elevadas contra a China viola gravemente as normas comerciais internacionais, as leis econômicas básicas e o bom senso”, afirmou a Comissão Tarifária do Conselho de Estado chinês em um comunicado. Pequim anunciou também que apresentará uma demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço de Trump.
Em meio a esse embate entre as duas maiores economias do planeta, os riscos de recessão nos EUA e na economia global seguem elevados e não há perspectiva de quando as tensões vão diminuir, de acordo com os analistas. “A volatilidade nos mercados vai continuar presente nesses quatro anos do mandato de Trump. A visão dele é altamente equivocada na economia e em várias frentes. Ele não conseguiu fazer nada certo até agora. Tomou decisões prejudiciais aos Estados Unidos, e a recessão está contratada no começo deste ano e acho difícil o mundo escapar disso agora, especialmente os EUA”, afirmou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Na avaliação dele, essa guerra tarifária deflagrada pelo republicano não deve retroceder totalmente daqui para frente. “O Trump pode até recuar um pouco a atual tarifa sobre os produtos chineses, mas ela tende a ser menor do que 145%, mas não vai chegar a 20%. Isso vai fazer com que a China siga explorando novos mercados, exportando para outros países e ampliando o espaço financeiro”, acrescentou Vale.
No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acompanhou as bolsas norte-americanas e voltou a subir e encerrou o pregão com alta de 1,05%, aos 127.682 pontos. Contudo, na semana, registrou valorização de apenas 0,34% e, no mês, acumulou queda de 1,98%. Em Nova York, o Índice Dow Jones subiu 1,56% enquanto o Nasdaq, das empresas de tecnologia, avançou 2,06%.
De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a escalada da guerra comercial entre EUA e China parece estar longe de um desfecho, com ambas as partes mantendo posturas rígidas e pouco inclinadas a realizar concessões a curto prazo.
Ele lembrou que, apesar de o dólar se enfraquecer globalmente – com o índice DXY recuando abaixo do nível de 100 pontos na sessão, menor patamar desde julho de 2023 –, o real não conseguiu se beneficiar do movimento de queda da moeda norte-americana. “Dentro deste contexto de incertezas, observa-se um fluxo internacional direcionado principalmente às moedas de países desenvolvidos, como o euro e o iene, enquanto divisas emergentes recebem menor atenção dos investidores, limitando uma valorização mais significativa do real”, afirmou.
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