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Produtores, vendedores e frequentadores esperam a reforma da Ceasa-DF

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Parte da história de Brasília há 51 anos, a central que comercializa hortifruti atende cerca de 15 mil pessoas por dia. Falta de limpeza e segurança, porém, decepcionam produtores rurais e frequentadores do local

Há 40 anos, todas as manhãs, de segunda e quinta-feira, Eurídes Pires, 77 anos, não perde seu compromisso: ir às Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) comprar verduras e legumes para o seu restaurante, o Panelão da Dona Zélia, na Estrutural e no Setor de Cargas e Transportes.

Com sacolas de alfaces, tomates e beterrabas em mãos, a empreendedora diz que gosta do local, cujos preços ainda são os mais em conta do DF. “Mesmo assim, as coisas encareceram muito. Quase não estamos dando conta de comprar tudo”, lamentou. Os estacionamentos superlotados também incomodam, uma vez que Eurídes precisa caminhar bastante até chegar ao carro dela.

A crítica é compartilhada por Jair Braga, 62, produtor, carregador e motorista na Ceasa. Também às segundas e quintas, em que ocorrem o mercado livre do produtor (conhecido como “dias da pedra”), com vendas no atacado, ele chega às 2h da manhã para garantir bons preços nos produtos.

Além disso, o trabalhador avalia que comerciantes e usuários convivem com banheiros mal cuidados, buracos no estacionamento (que, por vezes, fazem os carrinhos virarem no caminho, dobrando o trabalho) e falta de segurança, devido a constantes roubos.

Sobre os lucros, Jair explica que o período de férias é o mais crítico para os produtores, época em que muitos frequentadores viajam. “A situação só começa a melhorar depois do Carnaval. É um dia a dia puxado, porque cumpro três funções diferentes, junto com a minha esposa. Mas quem não fizer ‘o corre-corre’ está no sal'”, desabafou.

Revitalização

Cerca de 15 mil pessoas passam pela Ceasa todos os dias, que atualmente se destaca por ser o 14º maior entreposto do Brasil em volume de comercialização. Questionado sobre os problemas relatados por comerciantes e usuários, o diretor técnico operacional das centrais, Dennyel Dantas de Morais, explicou que já existe um plano de ampliação e modernização do espaço, para melhorar a infraestrutura elétrica e hidráulica, facilitando a instalação de videomonitoramento e a utilização de um maquinário apropriado para a limpeza.

“Já foram iniciados os estudos topográficos e a escolha das áreas de expansão que ficam dentro do lote do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). No início de novembro, foi contratada a empresa que apresentará os projetos de revitalização, que deverão começar pelo pavilhão B8, chamado de pedra”, revela o diretor. No que tange a questão da segurança, Dennyel explicou que tecnologias e monitoramento ostensivo, além de convênios com as forças de segurança nos dias de maior circulação, trarão maior sensação de tranquilidade.

Ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-SF), informou que, de janeiro a dezembro do ano passado, foram registrados 56 roubos a frequentadores do SIA. No mesmo período de 2022, 68 registros foram feitos. A pasta não soube informar, porém, quais dessas ocorrências se deram na Ceasa.

Ainda sobre o plano de revitalização, o diretor técnico operacional acrescentou que já estão em discussão a reforma e ampliação dos banheiros, a adequação da sinalização viária — já em fase final — e a recuperação do asfalto. “Aumento do número de vagas para compradores e a total revitalização do telhado da Ceasa também são prioridades”, completou.

Trabalho duro

Desde os 12 anos, Vitor Matias carrega mercadorias da banca que a família tem na Ceasa até os caminhões de comerciantes da cidade. Com seis caixotes cheios de tomates, o jovem de 24 anos contou que gosta da rotina de trabalho, apesar de ser cansativo. “O problema é a sujeira, principalmente na parte externa, e a falta de segurança, por conta dos roubos e de briga de carregadores com guardas”, comentou.

O produtor rural Ananias Brito, 52, ressaltou que falta contratar mais guardas para auxiliar, por exemplo, na organização do espaço. “Os carregadores mesmos, às vezes, tumultuam muito o lugar. Outro dia, um carrinho passou por cima do pé de uma pessoa. É um perigo”. Presente na “pedra” às segundas e às quintas-feiras, o comerciante sai 1h de Ouro Verde de Goiás, a 366 km de Brasília, para chegar ao box, às 3h. “De toda forma, se o movimento está bom, está tudo certo, fico feliz”, concluiu

Horários de funcionamento

Pavilhões Permanentes (boxes)
• Segunda a sexta-feira: das 4h30 às 17h
• Sábado: das 4h30 às 16h

Mercado Livre do Produtor (Pedra) – Vendas no Atacado
• Segunda e quinta-feira: das 4h30 às 12h

Varejão
• Sábado: das 4h30 às 15h

Mercado da Agricultura Familiar
• Sábado: das 4h30 às 15h

Mercado Orgânico – Telefone
•Segunda a sexta-feira: das 6h às 12h, Sábado das 6h às 13h.

Central Flores – Telefone (61) 3361-1067
• Segunda a sexta-feira: das 8h às 17h (na quinta-feira o local abre às 8h)
• Sábado: das 7h às 15h

  • Vitor Matias começou a trabalhar no local aos 12 anos ajudando a família: o problema é a sujeira     Vitor Matias começou a trabalhar no local aos 12 anos ajudando a família: o problema é a sujeiraFoto: Fotos: Ed Alves/CB/DA.Press

Com informações do Correio Braziliense

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