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Quase dez mil crianças foram vacinadas contra a dengue no DF

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No fim de semana, aproximadamente mil pessoas foram atendidas, por dia, nas tendas de hidratação do DF. Desde sexta-feira, 9.895 crianças de 10 e 11 anos se imunizaram contra a infeção pelo Aedes aegypti

Um total de 9.895 crianças com idades entre 10 e 11 anos foram imunizadas contra a dengue no Distrito Federal. Somente nessa segunda-feira (12/2), 2.091 receberam a dose da vacina Qdenga. Considerando o fim de semana de carnaval, o balanço é positivo. “O fato de as UBSs abrirem no feriado dá oportunidade aos pais e responsáveis de levarem as crianças”, observou uma profissional da saúde que preferiu não se identificar.

De janeiro até agora, o DF registrou 46.298 casos de dengue, 1.120,6% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo o boletim mais recente divulgado na semana passada. Há pelo menos 45 mortes em investigação e 11 confirmadas.

Na Clínica da Família, ao lado da UPA 2 de Sobradinho, a vacinação começou em ritmo tímido na manhã de segunda-feira de carnaval, mas, aos poucos, a criançada começou a formar fila para receber o imunizante. Mesmo sem nunca ter contraído dengue, Alice Nascimento Alves Rodrigues, de 11 anos, sabe da importância de se vacinar. “Tomamos vacinas sempre que necessário para nos proteger contra as doenças e epidemias”, relatou a estudante do 6º ano do ensino fundamental. “Ela está em idade escolar e é grupo de risco. Ela leva repelente para o colégio, mas como é jovem, às vezes esquece, então, preferimos garantir (com a vacina)”, afirmou a mãe da jovem, Cristiane Nascimento Alves, 51.

A professora da Secretaria de Educação acredita que o negacionismo perante à vacinação persiste, e dificulta o diálogo entre as crianças e os responsáveis. “Já conhecemos o perfil de grupos de pais e há muitas pessoas negacionistas que não vão levar os filhos para vacinar contra a dengue”, alertou. “Talvez, quando as aulas começarem haja mais essa discussão (sobre a importância da imunização), partindo, até mesmo, dos professores”, ponderou.

O acesso à informação fez a diferença para que Samuel Cardoso Fernandes, de 11 anos, compreendesse a necessidade de se prevenir da doença. “Já vi no jornal sobre a dengue hemorrágica, e que o mosquito da dengue gosta de água parada”, observou. “Tenho que tomar a vacina para não pegar dengue e, se eu pegar, não ter sintomas fortes”, complementou o estudante do 7° ano do ensino fundamental.

A vacinação contra a dengue também tem ajudado as famílias a colocarem a caderneta em dia. Samuel tomou, além do imunizante contra a dengue, a vacina da meningite e a do HPV. “Acreditamos na vacinação e temos esse hábito na nossa família”, destacou o pai, Fabiano Mendes Fernandes, 47.

Pedro Maia foi acompanhado pelo pai, José Ricardo Zani, à tenda de Sobradinho
Pedro Maia foi acompanhado pelo pai, José Ricardo Zani, à tenda de Sobradinho(foto: Giulia Luchetta/CB/D.A Press)

Reforço nas tendas

A partir do próximo fim de semana, mais 11 tendas de hidratação serão montadas pelo Distrito Federal totalizando 20 pontos de acolhimento a pessoas com suspeita ou com infecção provocada pela dengue. A procura por atendimento é constante, inclusive neste feriadão de carnaval. Somente no sábado e domingo, foram cerca de 2 mil atendimentos nas nove tendas. Desse total, pelo menos 35 pacientes com complicações foram transferidos para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

As novas instalações serão erguidas em Vicente Pires, Varjão, Gama, Taguatinga, Guará, Plano Piloto, Paranoá, Planaltina e Águas Claras. Em Ceilândia e Samambaia, onde já há tendas, o atendimento será reforçado com mais uma unidade de acolhimento.

Na tenda montada na sede da Administração Regional de Sobradinho, cerca de 93 pessoas são atendidas por dia. Jones de Souza Aguiar, de 44 anos, correu para lá logo cedo depois de ter passado a madrugada de domingo no Hospital Regional de Planaltina (HRP) tentando uma consulta.

Desde sexta-feira ele apresenta sintomas típicos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti: dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, e dores nas articulações das costas e das pernas. O estado de saúde dele piorou na sexta-feira à tarde, quando sentiu, pela primeira vez, em sete anos, voltar a dor aguda de uma úlcera no estômago. “Eu entrei e me disseram que não podiam fazer nada no meu caso, que tinha de procurar uma tenda. Expliquei que já tive úlcera, e que estava sentindo a mesma dor de quando ela estourou. Só disseram que não havia atendimento para mim”, lamentou o motorista de aplicativo.

 Alice Nascimento Alves mostra a caderneta de vacinação completa no dia em que tomou a 1ª dose da vacina da dengue
Alice Nascimento Alves mostra a caderneta de vacinação completa no dia em que tomou a 1ª dose da vacina da dengue(foto: Fotos: Giulia Luchetta/CB/D.A Press)

E não é só ele. A esposa, Luana Abadia, de 31, e o filho Jefferson Santos, 6, também começaram a apresentar sintomas. A família vive em uma chácara em Planaltina, e teme a existência de focos de reprodução do Aedes aegypti na região. “Na nossa chácara sempre somos cuidadosos, olhando a piscina, limpando, e jogando cloro. Mas nas outras chácaras eu não sei”, refletiu Luana.

Quando há suspeita de foco de dengue, é importante acionar o serviço de Vigilância Ambiental pelo número (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160. Com apoio do Exército, a Vigilância Ambiental realizou, nessa segunda-feira (12/2), inspeções nas ruas do P Sul, em Ceilândia, como parte da ação de combate à dengue.

O jovem Pedro Maia Zani, 18, aproveitou a coleta de exames para tirar dúvidas sobre a dengue. A médica explicou que mesmo estando infectado com a doença, é necessário passar repelente, porque o mosquito, ao picar uma pessoa já contaminada, transmite o vírus para outras pessoas. “De qualquer jeito, todo mundo deve passar repelente para evitar a infecção. Mesmo com a vacina, ninguém está imune à zika e à chikungunya”, relatou o estudante depois de ouvir as orientações.

Números da dengue no Distrito Federal

– Contaminados — 46.298 (+1.120,6%)

– Mortes: 11

– Mortes sob investigação: 45

– Casos prováveis se concentram entre 20 e 29 anos

– Cinco regiões acumulam 43,5% dos casos

Ceilândia — 9.925;

Sol Nascente/Pôr do Sol — 2.704;

Taguatinga — 2.692;

Samambaia — 2.461;

Brazlândia — 2.351

Quem não pode tomar a vacina da dengue

Pessoas que estejam fora da faixa etária inicial (10 e 11 anos);

– Pacientes que tiveram a doença há menos de seis meses;

– Gestantes e lactantes;

– Pessoas que estão com dengue ou com sintomas sugestivos da doença;

– Pessoas que tenham alergia a outros imunizantes;

– Imunossuprimidos (pessoas com imunidade baixa)

Onde tomar vacina na terça e quarta-feira de carnaval:

UBS 2 Asa Norte
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: EQN 114/115

UBS 1 Cruzeiro
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: SHCES 601 – Lote 01 – Cruzeiro Novo

UBS 2 Sobradinho II
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Rodovia DF 420, Complexo de Saúde, Setor de Mansões, ao lado da UPA Sobradinho

UBS 5 Planaltina – Arapoanga
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Quadra 12 D Conjunto A Área Especial Arapoanga

UBS 3 Paranoá
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Quadra 2 – Conjunto 6 – Área Especial 4 – Paranoá Parque

UBS 1 Jardins Mangueiral
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Praça de Atividades 2

UBS 5 Gama
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Quadra 38 Área Especial

UBS 1 Santa Maria
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: QR 207/307 Conjunto T

UBS 2 Guará
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: QE 23 Área Especial

UBS 1 Riacho Fundo I
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: QN 7 Área Especial 9

UBS 6 Taguatinga
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Setor C Sul AE 01

UBS 2 Samambaia
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: QS 611

UBS 3 Ceilândia
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: QNM 15 Lote D

UBS 16 Ceilândia – Sol Nascente
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Quadra 500 AE S/N Trecho 1 Sol Nascente

UBS 1 Brazlândia
Horário de vacinação: das 8h às 17h
Endereço: Entrequadra 6/8 Área Especial 3 – Setor Norte

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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