Brasília abre os braços para a cultura das nações nativas
Museu Nacional da República recebe, hoje e amanhã, o Festival Brasil é Terra Indígena, que apresenta os artistas dos povos originários — e trazem suas expressões, tradições e produções
Brasília recebe o coração da cultura dos povos originários, hoje e amanhã. O Festival Brasil é Terra Indígena chega ao Museu Nacional da República, com entrada franca, para apresentar a arte e o conhecimento das comunidades indígenas com exposições, debates, feiras, gastronomia, moda e convidados especiais para subir ao palco.
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O objetivo do evento é celebrar e promover a diversidade cultural dos povos originários e destacar a importância da bioeconomia que desenvolvem. Realizado pelo coletivo Mídia Indígena, com o apoio dos ministérios dos Povos Indígenas e da Cultura, o festival convida artistas indígenas de expressão, como Djuena Tikuna, Brisa Flow, Brô MC’s e Suraras do Tapajós, mas também abre espaço para músicos não-indígenas, como Gaby Amarantos, Lenine e o rapper carioca Xamã — descendente de nativos.
No Brasil, são mais de 300 povos indígenas e aproximadamente 270 línguas preservadas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados para o Censo Demográfico de 2022, estima-se que existam 1.652.876 representantes dos originários.
Para a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o evento serve como confirmação da importância das nações nativas para a cultura brasileira e a formação da sociedade. “O festival reúne indígenas de todos os biomas, cada um trazendo sua arte criativa, produção cultural e, também, os produtos da bioeconomia. Permite que mostrem o que estão produzindo no território e que, muitas vezes, são invisibilizados. Uma forma, também, de incentivar e fomentar essa produção para mostrar que é possível conciliar floresta e proteção territorial com a economia”, observou.
Priscila Tapajowara, coordenadora e idealizadora do festival, explica que “nós, povos indígenas, sempre estivemos presentes em Brasília, reivindicando nossos direitos. Decidimos que, agora, é o momento de mostrar a diversidade de culturas indígenas que existem em nosso país”.
Segundo Priscila, realizar o festival em Brasília serve, ainda, para mostrar que a capital federal é acessível aos povos originários. “Somos uma diversidade de corpos e territórios, com cultura e costumes. Queremos mostrar ao mundo esses trabalhos, a economia que os nossos parentes produzem, que vão desde o brinco à roupa, incluindo cerâmica e outras confecções, Tudo feito à mão por associações indígenas, que vivem da produção do artesanato”, frisou.
Integrante do grupo de carimbó Suraras do Tapajós, Leila Borari vem do povo Borari, em Alter do Chão (PA), na região do Baixo Tapajós. Toca maraca, compõe e integra os vocais de apoio em cena. “O grupo surgiu em 2018, dentro da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, que tem por missão combater a violência contra a indígena, o racismo e promover empoderamento”, explica.
Expoente do rap nativo, Òwerá vem do povo Guarani Mbyá e canta os versos na língua nativa, com levadas inspiradas nos sons da natureza e nos instrumentos tradicionais. Ansioso para subir ao palco do festival, salienta que “esse é o momento para poder mostrar ao mundo que a gente tem a capacidade de levar nossa arte, nossa luta e nossa cultura a todos”
Serviço
- O que? Festival Brasil é Terra Indígena
- Onde? Museu Nacional da República (Setor Cultural Sul, Lote 2).
- Quando? Dias 13 e 14 de dezembro, das 9h às 20h. No Espaço Tecnologia e Ancestralidade, a partir das 10h
- Entrada? Gratuita
- Classificação? Livre
Com informações do Correio Braziliense
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