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Acessibilidade Digital: Metade das Pessoas com Deficiência Ainda Enfrenta Barreiras na Internet

Falta de legendas, navegadores incompatíveis e ausência de leitores de tela dificultam o acesso pleno ao mundo digital para milhões de brasileiros.

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Pessoa com cabelo preso em um coque, vista de cima, com as mãos na cabeça em sinal de estresse ou cansaço. Ela está sentada à mesa, em frente a um notebook com imagens abertas na tela, ao lado de cadernos, celular, óculos e um estojo verde.
Foto: Pexels
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A internet é, para a maioria das pessoas, sinônimo de liberdade, informação e conexão. Mas para milhões de brasileiros com deficiência, o ambiente digital ainda está longe de ser verdadeiramente acessível. Segundo dados da pesquisa realizada pela Datafolha e Movimento Web para Todos, mais da metade das pessoas com deficiência afirma enfrentar barreiras na internet diariamente, ou seja, não usufruem da acessibilidade digital..

Essas barreiras vão desde a ausência de recursos básicos, como contraste de cores e legendas, até sites inteiros incompatíveis com leitores de tela. A exclusão digital não só compromete direitos, como aprofunda desigualdades sociais.

O que a pesquisa revelou

Do total de pessoas com deficiência ouvidas, concluiu-se que:

  • 47,88% enfrentam dificuldades na navegação pela internet;
  • Entre as principais barreiras estão:
    • Falta de legendas em vídeos;
    • Sites incompatíveis com leitores de tela;
    • Botões sem descrição;
    • Contrastes de cores inadequados;
    • Campos de formulário sem rótulos visíveis.

Essas falhas impactam diretamente a autonomia e o acesso à informação, restringindo o uso de serviços básicos, como compras online, consulta a benefícios públicos, e até mesmo educação a distância.

A exclusão digital como reflexo do capacitismo estrutural

A falta de acessibilidade na internet é mais um reflexo do capacitismo estrutural presente na sociedade. Muitas plataformas digitais são desenvolvidas sem considerar as necessidades de usuários com deficiência, ignorando diretrizes básicas de acessibilidade digital previstas na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).

O resultado disso é um ambiente digital onde a presença da pessoa com deficiência é constantemente colocada à margem.

A responsabilidade das empresas e do poder público

Sites e aplicativos de empresas privadas, órgãos públicos e até veículos de imprensa frequentemente não seguem os padrões do WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) — conjunto internacional de diretrizes para tornar o conteúdo acessível.

De acordo com o Movimento Web para Todos, mais de 95% dos sites brasileiros analisados apresentam problemas graves de acessibilidade.

O poder público, que deveria dar o exemplo, também falha. Plataformas governamentais voltadas para serviços essenciais nem sempre funcionam corretamente com tecnologias assistivas, como leitores de tela e comandos por voz.

Soluções possíveis e urgentes

Tornar a internet acessível não é um “favor”, mas uma obrigação legal e social. Entre as medidas urgentes estão:

  • Implementação de legendas e audiodescrição em vídeos;
  • Compatibilidade com leitores de tela;
  • Descrição de imagens com texto alternativo;
  • Botões com rotulagem clara;
  • Estruturação semântica correta em HTML.

Além disso, é fundamental incluir pessoas com deficiência nos processos de criação, teste e validação de sites e aplicativos.

A acessibilidade digital precisa sair do discurso e entrar no código. Não basta falar de inclusão — é preciso praticá-la em todos os ambientes, inclusive (e principalmente) na internet. Em um mundo cada vez mais conectado, deixar milhões de pessoas de fora por falta de acessibilidade é não só injusto, como inaceitável.

Com informações da Deficientes Indignados Br

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Angelo Marcio

Assistente Social, Consultor PCD de Acessibilidade e Produtor Cultural.

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