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Setembro Amarelo combate estigma do suicídio: “Sua vida importa”

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No Brasil, foram mais de 110 mil suicídios registrados no período de nove anos, segundo informações do Ministério da Saúde

Em 2019, 700 mil pessoas acabaram com a própria vida, número que representa uma em cada cem mortes registradas, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados ainda revelam que 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão.

“O nosso país é um dos que apresenta maiores índices de depressão em toda a América Latina. (Essa doença) Quando não tratada, pode levar ao suicídio”, alerta o psicólogo e fundador da Equipe AT, Filipe Colombini.

Os índices brasileiros são alarmantes: foram mais de 110 mil suicídios registrados no período de nove anos, de 2010 a 2019, segundo informações do Ministério da Saúde. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que, por ano, hajam 14 mil suicídios no Brasil.

“Não basta dar às pessoas o que elas precisam para sobreviver, tem que dar o que elas precisam para viver”, diz Ekko ao cientista Heimerdinger, personagens da série Arcane, que traduz em tela parte da história de alguns personagens do jogo League of Legends.

Além disso, a preocupação financeira, a percepção de baixa autoestima e o impacto nas relações sociais são os três principais estressores relacionados à taxa de suicídio, segundo o estudo Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM), desenvolvido pelo Instituto Cactus. O levantamento revela que 88% das pessoas no país enfrentam alguma situação econômica preocupante.

“Somente estar empregado não é suficiente para a promoção da saúde mental”, afirma a coordenadora do projeto, Mariana Rae.

Nesse sentido, o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio (WSPD), comemorado anualmente em 10 de setembro, é organizado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A data e o mês “Setembro Amarelo” representam um compromisso global para chamar atenção para prevenção e combate ao estigma do suicídio. Em 2023, o lema é: “Se precisar, peça ajuda”.

Essas estatísticas só evidenciam que os fatores que levam ao suicídio costumam se acumular e que o problema é silencioso. As pessoas tendem a se isolar e, por isso, muitas vezes quem está ao redor não percebe a gravidade do problema. “Justamente por ser um tabu na sociedade, pessoas com tendências suicidas costumam sentir vergonha da sua própria situação e passam a se sentir ainda mais isolados e sozinhos”, afirma Colombini.

Dados da Universidade de Campinas (Unicamp) ainda revelam que 17% dos brasileiros já pensaram, em algum momento, dar fim à própria vida. O estudo ainda estima que, por dia, 32 pessoas tentam tirar a própria vida.

“Por isso, é de extrema importância a mídia e a população em geral discutirem abertamente o tema. Com isso, haverá maior conscientização sobre os sinais de ideação suicida, além da diminuição do preconceito sobre falar e tratar do assunto”, conclui Colombini.

Possíveis agravantes que podem levar ao suicídio:

  • abuso de substâncias (álcool e/ou drogas);
  • doença grave ou limitativa;
  • perdas recentes; e
  • dificuldade de socialização.

“O grande objetivo da prevenção [do Setembro Amarelo] é conscientizar as pessoas que convivem com quem possa estar com ideações suicidas”, explica Colombini. “Assim, essa rede de apoio, além de ficar atenta aos sinais de alerta para agirem na prevenção, vai saber acolher a pessoa e ajudá-la a procurar ajuda profissional”, completa.

A psiquiatra Roberta França falou ao Metrópoles que, apesar das mudanças de comportamento e o acúmulo de transtornos mentais, as pessoas com tendências suicidas continuam vivendo, funcionando: “Ela (a pessoa) funciona, mas ela funciona mal, em sofrimento. A rede de apoio é muito importante: que se tenha pessoas ao seu redor que conversem, que saibam escutar. Não adianta escutar e criticar, apontando o dedo”, enfatiza. “A doença mental vai muito além de qualquer fala religiosa. Não é “falta de Deus”, alerta.

Atenção às seguintes mudanças de comportamento

  • mudanças bruscas de hábitos e de rotina;
  • isolamento social;
  • irritabilidade;
  • pessimismo;
  • apatia;
  • dificuldade em sentir prazer na vida;
  • sentimentos de culpa; e
  • padrões alimentares e de sono desregulados.

“Ninguém escolhe estar doente, ninguém escolhe simplesmente tirar a própria vida. É um acúmulo de sofrimento, de desesperança. Quando não conseguimos encontrar nada além da dor e falta de sentido na existência”, ressalta Roberta França.”É fundamental a rede de apoio, para que saibamos a melhor forma de ajudar. (…) A necessidade de medicação é real. Não estamos falando de tomar remédio de forma aleatória, ou por conta própria, mas baseado no seu diagnóstico e histórico”, completa.

“Sua vida importa”, é o que eu diria pra ele, se pudesse. “Você faz falta”. O relato é de Daniela (nome fictício) sobre o amigo que tirou a própria vida, no ano passado, em Brasília. Ela recorda que o amigo era uma pessoa alegre, muito sorridente. A realidade, porém, era outra: quando bebia, o rapaz constantemente caía no choro, e não foram poucos os amigos que tentaram ajudar. O rapaz já era adulto e morava sozinho, e foi engatilhado após uma ex-namorada ressurgir com acusações de violência sexual.

O amigo foi acusado de estupro em uma festa pela ex-namorada. “Ele vivia dizendo para mim que era um babaca quando era adolescente, sim, mas que não era estuprador. E eu realmente vi ele indo na terapia, procurando ajuda, o quanto pôde. Mas, depois de ela ressurgir acusando esse estupro numa festa de dez anos atrás, ele desistiu de vez”, disse outra amiga sobre o rapaz.

A família, porém, se absteve da situação, por ele ser maior de idade e não dar muitos detalhes do que exatamente o deprimia. As muitas pessoas que se diziam amigas aos poucos se afastaram, com o grupo principal, com o qual ele andava na adolescência, apenas se reunindo novamente em seu velório.

A campanha Setembro Amarelo foi criada com o intuito de conscientizar sobre a manutenção da saúde mental, para prevenir o suicídio. Em caso de desesperança, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que funciona 24h, por meio do número 188, ou chat.

Com informações do Metrópoles

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