Presidente da Câmara Hugo Motta garante ao parlamentar que pedido de cassação não vai a Plenário em menos de 60 dias. Assim, deputado do PSol ganha tempo para convencer pares e tentar salvar o mandato
Por Wal Lima e Franciso Artur de Lima
Depois de nove dias somente à base de bebidas isotônicas, o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) encerrou, ontem, a greve de forme que mantinha desde que a cassação do mandato do parlamentar foi aprovada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, em 9 de abril, por 13 x 5. Ele suspendeu o jejum depois de ter acertado com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que o processo de cassação não chegará ao Plenário nos próximos 60 dias.
“Estou suspendendo a greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto. Não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle (Franco). Não estamos suspendendo a luta pelos golpistas de plantão. A suspensão dessa greve vem depois de uma sinalização importante contra a perseguição que aqui se estava operando. Não preciso mais falar do que estava acontecendo aqui”, frisou Glauber.
Esse prazo garantirá a Braga a construção de uma linha de defesa que convença os demais deputados de que não deve perder o mandato, conforme explicou Motta. O acordo foi anunciado pelo presidente da Câmara em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).
Aliados de Glauber têm se revezado em visitas na sala da Comissão de Ética — ontem, foi a vez de, entre outros, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), e Luiza Erundina (PSol-SP). Para a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP), mulher de Braga, o esforço para evitar a cassação será redobrado.
“De acordo com o movimento que se teve no Conselho de Ética, teria-se uma grande mobilização para que essa cassação fosse viabilizada. Foi graças a essa mobilização e a esse diálogo com o presidente Hugo Motta que foi possível a garantia de, no mínimo, 60 dias, a partir do segundo semestre, para que isso seja apreciado no plenário. Isso nos garante tempo para dialogar e apresentar toda argumentação jurídica na defesa de Glauber. Vamos fazer de tudo para não cassarem. Deixar claro que seu mandato é muito importante, mas, mais importante, é você com saúde e vivo para cumprir sua missão”, afirmou Sâmia.
Segundo a deputada, “se o Glauber não fizesse essa greve de fome, esse ato político, talvez após este feriado de Páscoa ele já voltasse com o mandato cassado”.
Oposicionistas
O Conselho de Ética é, em sua maioria, composto por parlamentares da oposição. O processo foi aberto porque Glauber agrediu o militante do Movimento Brasil Livre Gabriel Costenaro, em abril de 2024. Durante uma discussão, ambos trocaram ofensas e subiram o tom. Segundo o parlamentar do PSol, o integrante do MBL fez um comentário sobre sua mãe, a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga, que o ofendeu. A relatoria no colegiado coube ao deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) — cujo parecer pediu a cassação.
Glauber acusa o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de estar por trás do movimento para que perca o mandato. Segundo o parlamentar fluminense, a animosidade entre eles começou depois que denunciou o orçamento secreto. Além disso, uma ação do PSol junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) possibilitou que o ministro Flávio Dino deliberasse sobre uma manobra da Câmara para que a falta de transparência permanecesse na destinação de emendas parlamentares. O magistrado manteve os recursos bloqueados e irritou boa parte dos parlamentares.
Caso Glauber perca o mandato, assume sua suplente, a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-AL). (Colaborou Fabio Grecchi)
Por Wal Lima e Franciso Artur de Lima
Depois de nove dias somente à base de bebidas isotônicas, o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) encerrou, ontem, a greve de forme que mantinha desde que a cassação do mandato do parlamentar foi aprovada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, em 9 de abril, por 13 x 5. Ele suspendeu o jejum depois de ter acertado com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que o processo de cassação não chegará ao Plenário nos próximos 60 dias.
“Estou suspendendo a greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto. Não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle (Franco). Não estamos suspendendo a luta pelos golpistas de plantão. A suspensão dessa greve vem depois de uma sinalização importante contra a perseguição que aqui se estava operando. Não preciso mais falar do que estava acontecendo aqui”, frisou Glauber.
Esse prazo garantirá a Braga a construção de uma linha de defesa que convença os demais deputados de que não deve perder o mandato, conforme explicou Motta. O acordo foi anunciado pelo presidente da Câmara em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).
Aliados de Glauber têm se revezado em visitas na sala da Comissão de Ética — ontem, foi a vez de, entre outros, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), e Luiza Erundina (PSol-SP). Para a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP), mulher de Braga, o esforço para evitar a cassação será redobrado.
“De acordo com o movimento que se teve no Conselho de Ética, teria-se uma grande mobilização para que essa cassação fosse viabilizada. Foi graças a essa mobilização e a esse diálogo com o presidente Hugo Motta que foi possível a garantia de, no mínimo, 60 dias, a partir do segundo semestre, para que isso seja apreciado no plenário. Isso nos garante tempo para dialogar e apresentar toda argumentação jurídica na defesa de Glauber. Vamos fazer de tudo para não cassarem. Deixar claro que seu mandato é muito importante, mas, mais importante, é você com saúde e vivo para cumprir sua missão”, afirmou Sâmia.
Segundo a deputada, “se o Glauber não fizesse essa greve de fome, esse ato político, talvez após este feriado de Páscoa ele já voltasse com o mandato cassado”.
Oposicionistas
O Conselho de Ética é, em sua maioria, composto por parlamentares da oposição. O processo foi aberto porque Glauber agrediu o militante do Movimento Brasil Livre Gabriel Costenaro, em abril de 2024. Durante uma discussão, ambos trocaram ofensas e subiram o tom. Segundo o parlamentar do PSol, o integrante do MBL fez um comentário sobre sua mãe, a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga, que o ofendeu. A relatoria no colegiado coube ao deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) — cujo parecer pediu a cassação.
Glauber acusa o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de estar por trás do movimento para que perca o mandato. Segundo o parlamentar fluminense, a animosidade entre eles começou depois que denunciou o orçamento secreto. Além disso, uma ação do PSol junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) possibilitou que o ministro Flávio Dino deliberasse sobre uma manobra da Câmara para que a falta de transparência permanecesse na destinação de emendas parlamentares. O magistrado manteve os recursos bloqueados e irritou boa parte dos parlamentares.
Caso Glauber perca o mandato, assume sua suplente, a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-AL). (Colaborou Fabio Grecchi)
- Morte do papa Francisco: Ibaneis declara 7 dias de luto no DF
- Brasília celebra 65 anos com culto evangélico e show de Eli Soares
- Vaticano divulga causa da morte do papa Francisco: “Quadro de saúde irreversível”
- A amizade entre o Papa Francisco e o presidente Lula
- STF começa a analisar denúncia contra o “Núcleo de Gerência” do golpe
Deixe um comentário