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IRPF 2025: Veja como prestar contas ao Leão pela 1ª vez

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Fisco espera receber 46,2 milhões declarações, e muitas delas devem ser feitas por pessoas que estão estreando a operação. Especialistas dão dicas de como preencher corretamente e evitar a malha fina

A temporada de entrega das declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2025, ano-calendário 2024, está em pleno andamento, e milhares de brasileiros, especialmente jovens trabalhadores, estão vivendo uma estreia importante na prestação de contas ao Leão. E junto com a novidade, vêm as dúvidas, os medos e a responsabilidade de lidar com o Fisco.

A Receita Federal estima receber, neste ano, 46,2 milhões de declarações. Entre elas, um número expressivo de estreantes que, em muitos casos, estão apenas começando a trajetória profissional. “É um marco da vida adulta, mas também um momento que exige atenção e organização”, explica Fabiano Azevedo, empresário contábil e embaixador da Omie, plataforma de gestão na nuvem.

Azevedo destaca que o primeiro passo é reunir toda a documentação necessária. “Antes de iniciar a declaração, reúna comprovantes de rendimentos, informes bancários, recibos de despesas médicas, notas de educação, comprovantes de compra e venda de bens, entre outros. A falta de documentos é uma das principais causas de erros, atrasos e até mesmo da malha fina”, alerta.

Os contribuintes precisam ficar atentos ao período de entrega da declaração do IRPF e evitar deixar tudo para a última hora. O prazo para o envio sem multa termina dia 30 de maio.

Neste ano, deve declarar o IRPF quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888 no exercício de 2024, o que representa cerca de R$ 2.824 por mês. Também está obrigado a prestar contas ao Fisco quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200 mil no ano passado. Há ainda outras situações que exigem a declaração, como ter obtido ganho de capital na venda de bens ou realizar operações na bolsa de valores.

Outro ponto que costuma confundir quem está declarando pela primeira vez é a escolha entre o modelo simplificado e o completo. A declaração simplificada aplica um desconto padrão de 20% sobre os rendimentos, limitado a R$ 16.754,34 neste ano — mesmo valor previsto na o IRPF do ano passado. Já o modelo completo permite abater despesas com saúde, educação, pensão alimentícia e dependentes — e pode ser mais vantajosa para quem tem gastos elevados nessas áreas. Para saber qual é o modelo mais vantajoso, a dica de Fabiano Azevedo é clara: “Faça simulações antes de enviar”.

Ajuda técnica

Para quem ainda não está familiarizado com o programa da declaração do IRPF, muitas vezes, a solução é buscar um contador. Segundo a perita contábil Sandra Batista, a decisão entre fazer a declaração por conta própria ou contratar um contador vai depender de dois fatores: o conhecimento e a afinidade com o tema. “Se a pessoa não conhece a legislação tributária e também não gosta do assunto, a melhor opção é contratar um profissional. Se só um dos dois for verdade, ainda assim vale contratar. Se ambos forem sim, aí entra o terceiro fator: quer realmente fazer?”, pondera.

E, para se preparar para preencher a declaração, o contribuinte deve ter em mãos documentos, como CPF, título de eleitor, comprovante de residência, dados bancários, nome e CPF de dependentes (se houver), além de todos os informes de rendimentos, desde o empregador até os das instituições financeiras onde tem conta aberta ou algum investimento. Especialistas recomendam guardar esses documentos por até cinco anos, prazo que a Receita pode solicitar comprovações.

Uma vantagem para quem já declara é o uso da Declaração Pré-Preenchida, agora com mais dados automáticos, mas é preciso ter uma conta Gov.br de nível prata ou ouro. “É uma excelente forma de reduzir erros”, pontua Azevedo.

Malha fina

Um dos maiores temores de qualquer contribuinte é cair na malha fina. Quando isso ocorre , normalmente, há alguma inconsistência nos dados e, por conta disso, a análise que a Receita faz é mais detalhada. Erros simples, como colocar CPF errado, repetir dependente em mais de uma declaração ou omitir rendimentos menores, podem ser o suficiente para cair nessa peneira do Fisco.

“Declare todas as fontes de renda, mesmo as pequenas”, recomenda Azevedo. O contador Adriano Marrocos, conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), reforça: “Mantenha seus comprovantes organizados. E, se cair na malha fina, identifique a inconsistência, reúna os documentos e responda à notificação no prazo via E-cac. Em muitos casos, isso é suficiente para resolver a pendência.”

Declarar o IRPF pela primeira vez pode parecer assustador, mas com organização, atenção e, se necessário, ajuda profissional, é possível encarar o processo com tranquilidade. Errar é comum, mas muitos problemas podem ser evitados com informação e planejamento, como avalia o conselheiro do CFC.

Deduções

As deduções com despesas médicas, dentista ou educação são alguns exemplos para que o contribuinte consiga aumentar o valor da restituição. André Cavalcanti, sócio da Valore Contabilidade, destaca algumas situações curiosas que podem entrar na conta desde que os serviços sejam prestados por profissionais devidamente habilitados e com emissão de recibo. Entre os exemplos que o especialista enumera, estão psicólogos, procedimentos dentários, cirurgias bariátricas ou plásticas reparadoras com indicação médica, e até aulas de pilates.

Apesar disso, o contador ressalta que os procedimentos com finalidade puramente estética não podem ser deduzidos. No entanto, cirurgias com finalidade terapêutica ou reparadora, como no caso de correções pós-bariátrica ou de reconstrução facial, podem ser incluídas, desde que acompanhadas de laudo médico.

Uma estratégia interessante de ser adotada é ficar atento às deduções permitidas para pagar menos imposto e até mesmo aumentar a restituição. “Muita gente paga imposto a mais por desconhecer essas possibilidades. Um bom planejamento tributário começa com informação e organização ao longo do ano”, complementa Cavalcanti.

Conforme dados da Receita, até às 10h do último dia 15, foram 12,7 milhões de declarações. No ano passado, a meta do órgão ligado ao Ministério da Fazenda era receber 43 milhões de declarações e, no último dia do prazo, foram registrados 42,4 milhões de formulários.

imposto de renda

imposto de renda(foto: valdo virgo)

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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