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Ex-governador do DF, Agnelo Queiroz, comenta sobre denúncia da PGR contra o Jair Bolsonaro é a classifica como ‘fato histórico’; ele também falou sobre os avanços do governo Lula e de sua intenção de se candidatar a deputado federal em 2026

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Em entrevista exclusiva ao TaguaCei, na manhã desta quinta-feira (20), o ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse que a denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem grande chance de ser aceita e que, se julgado e condenado, o ex-presidente deverá ser preso e pagar pelos crimes que comentou contra a democracia brasileira.

Agnelo também falou sobre a tática dos partidos e políticos da extrema-direita que tem criado no país um contexto de desorganização e confusão política, o que resulta em mais sofrimento para a vida da população. “A extrema-direita é assim e o povo brasileiro vai ter que aprender com a nossa própria experiência própria, pois ela é destruidora, é sinônimo de morte, de destruição, de ódio.”

O ex-governador ainda falou que sobre os avanços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que a união dos partidos de esquerda em prol do governo e em uma possível reeleição do petista passa por uma união partidária que vise não só ocupar o Palácio do Planalto, mas também o Congresso. “o Lula não consegue botar seu programa em prática porque um Congresso que na sua maioria é conservador impede que ele realize seu programa de governo”, disse.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Jornal TaguaCei – Como o senhor recebeu a notícia de que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ofereceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra 34 pessoas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito? E que entre os acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Casa Civil, durante seu governo, Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Agnelo Queiroz – Esse realmente é um fato histórico no Brasil, pois é a primeira vez que um ex-presidente é indiciado e tem a denúncia encaminhada ao Supremo (STF). Agora, se o Supremo aceitar a denúncia ele vira réu. Mas não é só isso e não é só ele. É toda uma cúpula golpista [que foi denunciada] que montaram uma estrutura de golpe. E não sou eu que estou dizendo, é o próprio procurador-geral que concluiu isso em sua denúncia.

A denúncia mostra que era uma organização criminosa, era uma organização criminosa com a participação e a coordenação de um presidente da República e com generais participando disso. Então, é uma denúncia muito grave, com muitos crimes de toda a ordem. E o mais grave, de fato, é a tentativa de golpe de estado. São golpistas que ainda tinha na mente essa visão atrasada, como fizeram em 64 [ditadura militar de 1964] contra a democracia e contra o nosso povo.

J.T. – O senhor acredita que a denúncia será aceita pelo STF?

A.Q. – Com certeza o Supremo vai aceitar essa denúncia para que então haja o julgamento. E o julgamento deve ser feito com todo rigor, coisa que eles nunca fariam se tivessem dado o golpe. Eles não permitiriam que que fizessem [um julgamento respeitado o direito de defesa], mas eles vão ter direito de defesa, de presunção de inocência. Toda a lei do país vai ser respeitada porque é assim no Estado Democrático de Direito, eles vão se beneficiar disso, mas serão julgados e se condenados vão ter que ir para a cadeia.

J.T. – E o mais grave é que, além de quererem dar o golpe de Estado, eles também tinham plano de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e até o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

A.Q. – Exatamente. Essa organização criminosa que era para dar um golpe de Estado no Brasil, e quando você dá um golpe, não tem limites, porque o poder fica concentrado nos ditadores golpistas. E para ter sucesso com esse golpe que estava em curso, estava também a ideia de assassinar o presidente Lula, o vice-presidente da República e também o ministro Alexandre Moraes. Portanto, é de uma gravidade que não tem dimensão na história do país.

Esses criminosos queriam usar o poder do nosso país para destruir o Estado brasileiro, destruir a economia brasileira, eles não respeitam sequer a nossa nacionalidade, porque eles batem continência para a bandeira norte-americana. Eles acham que devem satisfação para outro país e não pro povo brasileiro.

J.T. – O senhor acha que isso é uma prática dos partidos de direita? Ou seja, tomar de assalto o poder constituído e ir destruindo as conquistas sociais e econômicas da população?

A.Q. – A extrema-direita criou esse ambiente de ódio, que nunca foi a característica do povo brasileiro, essa é uma marca da extrema-direita que cresceu no mundo inteiro e aqui foi representada por esse Bolsonaro [Jair] e sua turma. A extrema-direita é assim e o povo brasileiro vai ter que aprender com a nossa própria experiência própria, pois ela é destruidora, é sinônimo de morte, de destruição, de ódio. É isso que a extrema-direita é. As pessoas não podem se enganar com isso, eles querem retirar os direitos dos trabalhadores, precarizar o trabalho, desvalorizar o trabalho e cuidar apenas de uma pequena minoria que são os poderosos. É essa a função da extrema-direita.

Por isso, eles têm ódio de um governo popular, democrático assegurar os direitos do povo brasileiro, os direitos fundamentais de civilização, que é comer, morar, poder estudar, poder trabalhar, poder desenvolver o Brasil para todos os brasileiros. E é justamente um governo democrático, um governo popular, como o governo do presidente Lula, que mais apavora eles.

J.T. – Governador, falando agora sobre a política interna do Partido dos Trabalhadores, seu partido. Como o senhor está vendo a preparação para o Processo de Eleição Direta (PED) 2025, que ocorre no meio deste ano?

A.Q. – É uma oportunidade que nós vamos ter para renovar todas as direções do nosso partido, desde o município, dos estados, e da direção nacional do Distrito Federal. Então, eu vejo como uma oportunidade de oxigenação do partido, de novas filiações. O PED vai acontecer no meio do ano, período que vai ter as eleições para que o Partido dos Trabalhadores possa ter novas direções e debater não só sobre as pessoas que estão assumindo, mas também debater os problemas nacionais. Vamos ter propostas para ver como a gente pode ajudar o governo Lula, como a gente vai apoiar, ajudar para que o governo dê certo, para vermos como enfrentar os problemas da atualidade que é justamente o problema das fake news, o problema da extrema-direita que querem retomar, trazer o fascismo de volta.

Então, o Partido dos Trabalhadores, que é um partido esquerda, que hoje governa o Brasil, tem uma grande responsabilidade de mobilizar os setores democráticos da sociedade brasileira para lutar pela democracia, pelo desenvolvimento do Brasil, mas para isso, o PT tem que ser forte, o PT tem que também se fortalecer e esse processo interno, do nosso processo de eleições diretas, vai dar as condições para fazermos os debates, para discutirmos as nossas principais falhas, os nossos principais problemas, para darmos respostas a eles. Esse é o grande objetivo com o PED deste ano.

J.T. O senhor acha que é momento do PT se unir em prol de candidatura próprias? No caso do Distrito Federal, onde o partido já governou por duas vezes, é chegada a hora de lançar uma candidatura ao governo do DF encabeçada pelo PT?

A.Q. – Exatamente, ou seja, o PED é o momento que vamos sacolejar o partido para tirá-lo desse imobilismo, do marasmo, e chamar, sobretudo, à responsabilidade, porque se a gente governa o Brasil, então o nosso partido tem a maior responsabilidade justamente de aglutinar o campo da esquerda, temos mais responsabilidade, eu diria, até que os outros partidos de esquerda, democráticos do país, para não só defender a democracia, mas não entregar o nosso Brasil para a extrema-direita, porque você entregar o país para a direita, para o fascismo, e, isso, como já disse, é sinal de morte, e nós não queremos guerra, exclusão, massacre, violência, exploração dos mais pobres.

Você vê os nossos governos anteriores, os governos do presidente Lula, foram neles que o Brasil saiu do Mapa da Fome, e bastou vir o governo Bolsonaro [Jair] e o Brasil voltou pro Mapa da Fome com mais de 24 milhões de brasileiros. Isso já foi resolvido pelo governo Lula nesses dois anos. Portanto, esse é o momento de tratarmos isso no nosso processo interno, de debatermos os problemas nacionais, de buscarmos a unidade partidária, porque se a gente não tem maior responsabilidade, continuamos como um partido muito dividido, e deixamos de estar cuidando dos problemas do nosso Brasil, dos principais problemas dos brasileiros. Agora, se a gente está mais fortalecido, num campo democrático, participando mais, eu acho que a gente vai interferir tanto em Brasília quanto no resto do Brasil para que possamos em 2026 reeleger o presidente Lula.

J.T. – Agnelo, falando sobre seu futuro político. Quais são seus planos para 2026? Senado, Câmara Legislativa, Câmara dos Deputados, ou governador? Quais dessas possibilidades o senhor está estudando para as eleições do próximo ano?

A.Q. – Eu já coloquei internamente num grupo de trabalho, que o PT fez para discutir eleições, meu nome à disposição do partido. Não é uma questão só individual, mas hoje nós temos que atuar em várias etapas, tanto da nossa cidade, como do país. Temos que retomar Brasília para a política de desenvolvimento, de cuidado com os serviços públicos que estão completamente abandonados. A saúde, por exemplo, está uma tragédia humana, vou dar um exemplo: um paciente com câncer, não tem direito a tratamento, porque quando você fala de coisa grave, você está condenando a pessoa à morte, pessoa com câncer ela tem que iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque a grande maioria dos cânceres hoje tem cura, mas desde que seja diagnosticado e começa o tratamento cedo. Mas aqui está, em média, 600 dias para iniciar depois do diagnóstico, isso é criminoso.

Então, nós precisamos enfrentar isso. A educação, é essa situação precária que nós todos nós conhecendo, e muito mais. Por isso, quero dizer para vocês o seguinte: nós vamos lutar para melhorar essa situação de Brasília, mas tem um outro aspecto aí muito importante que é o Congresso.

J.T. – O senhor chegou a se candidatar na eleição passada ao cargo de deputado federal, mas teve sua candidatura impedida pela justiça eleitoral. O Congresso precisa de mais parlamentares de esquerda para ajudar o governo?

A.Q. – Precisamos ter presença massiva no Congresso Nacional porque se a gente, mesmo elegendo o Lula, ou como teve na vez passada quando tínhamos mais de 60 milhões de votos, e o Lula não consegue botar seu programa em prática porque um Congresso que na sua maioria é conservador impede que ele realize seu programa de governo. O povo optou pelo programa do Lula nas urnas, por isso que deu vitória a ele. Mas aí temos um congresso que quer impedir que ele execute, que quer impedir a vontade do povo. Então, nós temos que ter bancadas maiores, por isso, eu coloquei meu nome à disposição para poder disputar como deputado federal para poder ir para o Congresso, com experiência que a gente tem, para poder ajudar a nossa cidade, poder ajudar também o Brasil.

Essa é a minha intenção hoje, mas vou está à disposição do partido para poder, obviamente, cumprir o melhor papel possível, mas a minha vontade principal é essa. Porque eu sei que hoje ou a gente melhora a composição desse Congresso ou então a situação vai ficar muito complicada para o nosso Brasil.

J.T. – Governador, o senhor falou de situação complicada. A economia é um desses gargalos que o governo precisa resolver? E para isso, precisa contar com o apoio dos congressistas?

A.Q. – O povo precisa saber o que está acontecendo porque o Lula fazendo o país crescer mesmo com todas as dificuldades da dessa extrema-direita raivosa que está aí, mas os indicadores mostram o nosso crescimento. Atingimos a menor taxa de desemprego da histórica, aumentamos a renda do povo brasileiro, mesmo com esse mercado financeiro que é contra. Eles falavam que o Brasil ia crescer 0.7% no ano e o Brasil cresceu 3,8%, mesmo eles sabotando, com o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto]. Mesmo com o Congresso desfavorável, o povo brasileiro está em melhores condições. Hoje, nós ainda temos problemas a serem enfrentados, até porque se a renda aumentou, a demanda aumentou também, e aí aumentam os preços. Por isso, nós temos que reduzir o preço dos alimentos rapidamente e, sobretudo, ter um sistema tributário mais justo, que cobre de quem ganha mais.

Foi esse o esforço principal do governo para deixar que o povo que ganha até cinco salários mínimos ficasse isento do imposto de renda, que foi uma das propostas de campanha do presidente Lula.

J.T. – Mesmo com toda dificuldade que o governo tem encontrado, o senhor acredita que as coisas estão melhorando?

A.Q. – O povo hoje está passeando mais, está comendo melhor, viajando muito, o turismo hoje talvez é um dos que está dando mais renda ao nosso país, e tudo isso é sinal que melhorou as condições de vida do nosso povo. E vai melhorar mais ainda porque você tem um governo humano, você tem um governo nacional que olha para os interesses do povo e da grande maioria do povo, porque se fosse para governar para meia dúzia dos ricos da elite brasileira, como sempre fizeram os partidos de direita, é muito fácil, agora eu quero ver governar para todo o povo brasileiro, sobretudo para o nosso povo mais pobre, enfrentando a desigualdade, que é o grave problema do Brasil, a desigualdade social, fruto de um modelo de desenvolvimento que a elite desenvolveu há anos com visão escravista de excluir a grande maioria do povo brasileiro de todos os seus benefícios.

Então, essa é a tarefa que temos pela frente. Por isso, que a elite é contra nós, porque a gente olha para o povo, e eles acham que não, eles acham que deve ter escravo, não deve ter o povo comendo, se alimentando, trabalhando com direitos sociais, com dignidade. Então, é uma tarefa gigante, mas esse é o compromisso nosso, é a razão de ser da nossa existência e, por isso, nós vamos continuar lutando a favor do povo.

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