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Brasileiros que assediaram mullher podem responder por crime na Rússia

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A repercussão negativa e a indignação geradas com o vídeo em que homens brasileiros assediaram uma mulher estrangeira no meio da rua, levaram a jurista russa Alyona Popova a denunciar o grupo formalmente na Rússia. Ela produziu uma petição contra os atos machistas por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa.

O documento foi protocolado e o Ministério de Assuntos Interiores do país da Copa do Mundo deve começar a investigar o caso, inclusive com base no que foi publicado pela imprensa local e internacional. Alyona também criou um abaixo-assinado para pressionar as autoridades a tomarem alguma decisão sobre o caso

De acordo com Alyona, que é ativista feminista e uma das maiores referências no país em defesa dos direitos das mulheres,as punições para este caso podem variar de multa a restrições na Rússia. Ela afirmou ainda, na representação oficial, que os torcedores brasileiros deveriam pedir desculpas à mulher ofendida.

O vídeo foi publicado na noite de sábado (16/6). Nele, os homens se aproximaram de uma jovem, aparentemente russa, e fizeram uma gravação com ela. Nas redes sociais, o ato foi apontado como uma demonstração de machismo e racismo.

Entre outros impropérios, o grupo cantou “essa buceta é bem rosinha”, referindo-se à cor da mulher. A moça, que obviamente não entende uma única palavra em português, cantou junto a eles, sem ter noção do desrespeito. A objetificação pela qual a estrangeira passa – uma pessoa é reduzida aos órgãos genitais – foi considerada ofensiva pelos internautas.

Além do machismo alarmante, tendo em vista que um grupo de adultos achou por bem fazer comentários grotescos sobre o corpo de uma desconhecida na rua, há indícios de racismo no episódio. Ao exaltar a cor da mulher, deduz-se que outros tons de pele são inferiores.

Três torcedores foram identificados no vídeo. O primeiro foi o ex-secretário de Turismo do município de Ipojuca (PE) Diego Valença Jatobá. Ele já passou por um processo público em que teve que responder ao ao Tribunal de Contas do estado, que o julgou por descumprir a Lei de Licitações (Lei Federal nº 8.666/93).

O segundo homem identificado foi Eduardo Nunes, tenente da Polícia Militar em Lages, Santa Catarina. Em nota, a PM catarinense disse que “não corrobora com esse tipo de atitude, que é incompatível com a profissão e o decoro da classe”. Além disso, vão abrir um processo administrativo-disciplinar para apurar a conduta do militar assim que ele retornar de viagem.

O terceiro torcedor é o engenheiro civil Luciano Gil Mendes Coelho, que aparece de camisa preta, à direita da imagem. Ele estaria envolvido em esquemas de desvio de dinheiro público na cidade de Araripina (PE), e foi preso na Operação Paradise, da Polícia Federal, em maio de 2015.

Coelho trabalha na empresa LG Jaicós Engenharia LTDA e é réu em ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI). O engenheiro teria superfaturado a obra de quatro quiosques na cidade de Simões (PI), tendo vencido o certame de licitações com uma oferta de R$ 96.141,83.

Fonte: Metrópoles

Jornalista

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