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‘A luta antirracista é também uma luta anticapitalista’, diz o ativista social Viridiano Brito

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Depois de árdua luta do movimento negro e a aprovação pelo Senado, já no primeiro governo do ex-presidente Lula, em 2003, o Dia da Consciência Negra entrou no calendário escolar a partir da sanção da Lei 10.639, de 2003, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas. Oito anos depois, a então presidente Dilma Rousseff oficializou a data como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Mas o 20 de novembro só é feriado em locais com leis municipais ou estaduais específicas. 

Para falar sobre esse tema, o TaguaCei entrevistou o membro do diretório de negros, do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal, Viridiano Brito, que entre outros pontos, enfatizou que é um ganho para o povo negro ter o dia 20 novembro como data celebração, mas também de luta, pois, conforme ele ressalta, ainda há muito o que conquistar.

“Dia 20 de novembro é um dia muito importante e nós da população negra temos que lutar, primeiro, para promover a igualdade racial, depois lutar contra o racismo, e temos que lutar também pelo ‘Fora Bolsonaro!’, porque não vai haver políticas públicas de promoção da igualdade racial neste governo”, afirmou Viridiano, que criticou como o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem governado o país. “Não há políticas de promoção e igualdade racial. A política do governo é de acabar com as conquistas que o povo negro teve durante esses anos de luta.”

Essa constatação feita por Viridiano pode ser verificada, no DF, através da recente pesquisa feita pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), onde pode-se ver que no ano de 2020, os maior número de desempregados na capital foi da população negra. Segundo a pesquisa, entre a maioria dos desempregados, estão as mulheres e homens negros entre 18 e 24 anos, que correspondem a 31,9% e 34,0% do total.

Para Viridiano Brito, não basta apenas lutar contra o racismo, é preciso combater o sistema econômico que o produz. “A luta antirracista é também uma luta anticapitalista. Você não pode ir contra o racismo sem ir também na luta contra o capitalismo”, disse. Ele também lembrou que não basta ser negro para ser antirracista, pois, em sua opinião, há muitos negros que também são racistas.

“Isso não significa que todos os negros defendem a causa negra, assim como nem todas as mulheres defendem as causas das mulheres. Por isso, quando nós falamos em eleger pessoas negras para o parlamento, a gente que somos de esquerda, temos que eleger pessoas de esquerda”, defendeu.

A situação do povo negro no Brasil, conforme observou Viridiano, vem desde a colonização, quando o país utiliza a mão de obra por meio de um sistema de trabalho escravocrata. Depois, com a libertação dos escravos, toda essa massa de trabalhadores negros foi jogada ao esquecimento, dando lugar para os emigrantes europeus.

“A assinatura dessa lei [Lei Áurea] se deu em razão das condições da vida social que havia na época. Estado não fez nada. O que eles fizeram foi trazer os europeus para poder trabalhar. Por isso, a população negra precisou ir para as favelas, precisou ficar no meio da rua, ficar desempregada. Não houve, na época, uma mudança substancial para a vida do povo negro”, destaca Viridiano.

Essas mudanças, segundo ele, só viram depois de um século, com os governos do PT, que implantaram diversas políticas públicas para o povo negro, como a cota nas universidades e nos concursos públicos; a criação de sistema de ingresso em universidades, como o Sisu e ProUni, que permitiram que milhares de negros seguissem um carreira acadêmica; os programas de assistência social, como o Bolsa Família; a criação do Estatuto da Igualdade Racial; entre outros.

“Foram essas políticas que inseriram a população negra na sociedade de consumo, na sociedade intelectual, vários negros entraram na universidade, vários negros tiveram uma ascensão social através disso”, diz Viridiano.

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Jornalista

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