youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais

Financiadores de parlamentares são acusados de grilagem de terras, desmatamento ilegal e contrabando de madeira e ouro

By  |  0 Comments

Deputados da CPI do MST receberam doações de campanha de ruralistas acusados de crimes

Câmara instalou CPI do MST na semana passada. Relator é o ex-ministro bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP). Foto: Bruno Spada

Deputados federais que integram a CPI que terá como objetivo perseguir o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e que representam interesses do agronegócio receberam doações de campanha de ruralistas acusados de delitos, como grilagem de terras, desmatamento ilegal e contrabando de madeira e ouro. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo.

A reportagem identificou dez doadores suspeitos por crimes que fizeram contribuições em dinheiro para as campanhas de pelo menos sete parlamentares que integram a CPI. Os deputados que receberam doações para defender o interesse de ruralistas são: Evair de Melo (PP-ES), Domingos Sávio (PL-MG), Joaquim Passarinho (PL-PA), Marcos Pollon (PL-MS), Coronel Assis (União-MT), Marussa Boldrin (MDB-GO) e Charles Fernandes (PSD-BA). O Globo cruzou dados das prestações de contas dos políticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com ações da Justiça e processos abertos pelo Ibama.

Evair de Melo (PP-ES) foi indicado para ser um dos vice-presidentes da CPI. Em 2022, ele recebeu R$ 60,5 mil dos irmãos Nelson e Geraldo Vigolo, donos do grupo Bom Jesus Agropecuária. Nelson foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia na Operação Faroeste, deflagrada para desarticular um esquema de venda de sentenças judiciais em processos relacionados a grilagem de fazendas no estado. Além disso, a Bom Jesus acumula multas aplicadas pelo Ibama por infrações ambientais que ultrapassam R$ 10 milhões.

Domingos Sávio (PL-MG) também recebeu doação de campanha dos irmãos Nelson e Geraldo Vigolo, no valor de R$ 45,5 mil. Sávio costuma classificar o MST como um “grupo criminoso”, mas não fala sobre os crimes a que seus financiadores eleitorais são acusados. Ele também recebeu dinheiro do fazendeiro Mauro Schaedler, que é alvo de três autuações do Ibama por exercer atividades potencialmente poluidoras sem licença ambiental, com multas que totalizam R$ 2,7 milhões.

Coronel Assis (União-MT) recebeu R$ 80 mil do minerador e madeireiro Edmar de Queiroz, investigado pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema de comercialização ilegal de ouro. Outra empresa de Queiroz, a Madeplacas, chegou a ser interditada em 2005 por suspeita de contrabando de madeira ilegal da Amazônia. Assis é outro que ataca o MST com frequência.

Joaquim Passarinho (PL-PA), outro membro da CPI, recebeu R$ 50 mil de Roberto Paulinelli, dono do Frigorífico Rio Maria. O pecuarista possui autuações que chegam a R$ 387 mil nos últimos seis anos por acusações de prática de delitos ambientais.

Marussa Boldrin (MDB-GO) tem como financiadores de campanha José Fava Neto, autuado três vezes pelo Ibama por uso irregular de área de cerrado para plantio na Bahia, e Oscar Strochon, multado duas vezes pelo órgão, totalizando cerca de R$ 400 mil, por obras potencialmente poluidoras sem licença em área de cerrado.

Charles Fernandes (PSD-BA) recebeu dinheiro de Manoel Rubens, que já foi condenado por corte ilegal de uma árvore de espécie protegida. Ele também tem infrações no Ibama que somam mais de R$ 100 mil.

Marcos Pollon (PL-MS) teve Renato Burgel como doador de campanha, que já cometeu duas infrações por plantações de sementes geneticamente modificados em áreas de proteção ambiental.

Publicado por Victor Gaspodini

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604 / (61) 9 9173-4336.

Jornalista

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *