Isenção do Imposto de Renda subirá para R$ 2.112, mas quem ganha até R$ 2.640 não pagará
O governo federal prepara a atualização da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda, o que fará com 13,7 milhões de contribuintes não precisem pagar imposto. A faixa de isenção deverá subir dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.112 a partir de maio, mas quem ganha até R$ 2.640 não pagará IR.
O reajuste é de 10,92% e não deverá atingir as demais faixas da tabela, mas o fisco prepara uma dedução simplificada fixa de R$ 528 que deverá zerar o imposto a pagar de contribuintes que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640, já considerando o reajuste do piso) e diminuir o IR de quem tem renda tributável entre R$ 2.640,01 e R$ 5.000.
Como vai funcionar a isenção do Imposto de Renda?
Para que os contribuintes que ganham até dois salários mínimos deixem de pagar Imposto de Renda, duas medidas serão tomadas:
– Atualização imediata da faixa de isenção do Imposto de Renda de R$ 1.903,98 para R$ 2.112
– Criação de dedução simplificada mensal no valor de R$ 528
O trabalhador com renda de até R$ 2.640 não pagará IR. O valor equivalerá a dois salários mínimos a partir de maio, considerando que o piso salarial subirá dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320.
Ao subtrair R$ 528 de R$ 2.640, o valor que vai restar é de R$ 2.112, e, pela nova tabela, quem ganhar até R$ 2.112 não pagará Imposto de Renda.
A intenção do governo é que as novas regras passem a valer em maio. Elas devem ser definidas por meio de medida provisória, que tem efeito imediato e precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias.
A Receita afirma que a criação da isenção simplificada tem como objetivo fazer com que os brasileiros obrigados a pagar IR sintam imediatamente o benefício “no bolso”. “Não haverá qualquer retenção na fonte para essa faixa de renda. Ou seja, não terão que esperar a declaração no ano seguinte para pedir a restituição do que foi retido”, diz nota da Receita.
Quem deverá ser beneficiado com a nova faixa de isenção?
Trabalhadores, aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e servidores públicos federais, estaduais e municipais com renda mensal de até R$ 2.640 não irão pagar imposto. No caso desses profissionais, o desconto que é feito na fonte deixará de existir, segundo a Receita.
As empresas e órgãos públicos terão prazo –ainda não definido– para adaptarem seus sistemas. Para quem ganha valores acima dos R$ 2.640, poderá ser aplicada a dedução simplificada de R$ 528 ou as deduções legais já definidas em lei, como o desconto da contribuição previdenciária, a dedução por pensão alimentícia ou por dependentes, por exemplo.
No caso dos trabalhadores autônomos que pagam o Imposto de Renda mensalmente, o benefício também será aplicado, e o cidadão poderá optar pela dedução que lhe for mais vantajosa: o desconto simplificado de R$ 528 ou as deduções legais já previstas.
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