Lula chega a Nova York para falar na ONU sobre meio ambiente, fome e democracia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou neste sábado (21) em Nova York com uma mensagem clara: a fome e a democracia são questões urgentes que precisam da atenção global. Em meio à pressão por causa das queimadas no Brasil, Lula se prepara para cobrar um maior compromisso das nações desenvolvidas em iniciativas que ajudem a reduzir os impactos do aquecimento global e promovam a justiça social.
Além de pautar as questões climáticas, Lula irá enfatizar em seu discurso na ONU o papel do Brasil na luta contra a fome. Ele defende que os países mais ricos têm a responsabilidade de apoiar financeiramente os esforços das nações em desenvolvimento para combater a desigualdade e a pobreza extrema. Esse tema também será central nas conversas com outros líderes durante a Cúpula do Futuro e no G20.
Segundo fontes do governo, Lula vai reiterar as medidas que o Brasil tem adotado para prevenir os incêndios florestais e proteger a Amazônia e o Pantanal. Ele pretende mostrar que o país está comprometido com a preservação ambiental, mas ressaltará que parte significativa dos incêndios é resultado de ações criminosas. A emergência climática, de acordo com Lula, precisa ser enfrentada com urgência global.
Outro ponto que Lula destacará em Nova York é a defesa da democracia e o combate ao avanço da extrema-direita no mundo. Na abertura da Assembleia Geral da ONU, ele deverá reforçar o compromisso brasileiro com valores democráticos e alertar para os riscos que o autoritarismo representa para a paz global.
Na mesa redonda sobre democracia, que será realizada ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Lula discutirá o crescimento de forças políticas radicais e como essas ameaçam os direitos fundamentais e a governança internacional. O Brasil, que atualmente preside o G20, busca apoio para uma agenda de reformas que fortaleça as instituições multilaterais.
Além disso, Lula pedirá por mudanças no Conselho de Segurança da ONU, defendendo que as nações em desenvolvimento devem ter mais voz nas decisões globais. Ele destacará que a governança atual está desatualizada e que uma reforma é essencial para garantir mais equilíbrio entre os países. A ampliação do conselho é uma demanda antiga da diplomacia brasileira.
Especialistas, como o climatologista Carlos Nobre, esperam que Lula seja enfático ao afirmar que a emergência climática já chegou e que é fundamental que os países ricos cumpram suas promessas de financiamento. O Brasil, que sediará a COP 30 no próximo ano, está em posição de liderança nesse debate, e Lula pretende reforçar essa postura.
Com a presidência do G20 e a participação ativa nas principais cúpulas internacionais, o Brasil, sob a liderança de Lula, quer retomar seu protagonismo global. A agenda ambiental, o combate à fome e a defesa da democracia serão os pilares centrais de sua mensagem à comunidade internacional.
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