Eleições na Argentina: entenda o sistema eleitoral e quem são os candidatos
A votação do primeiro turno ocorre entre 8h e 18h deste domingo (21/10); entenda as regras do jogo eleitoral e conheça os candidatos
Patricia Bullrich, Javier Milei e Sergio Massa: favoritos na disputa pela presidência da Argentina – (crédito: Luis ROBAYO / AFP JUAN MABROMATA / AFP)
O primeiro turno das eleições na Argentinaocorre neste domingo (22/10). Os argentinos vão decidir qual será o futuro presidente do país, que vai suceder Alberto Fernández a partir de 10 de dezembro.
A votação ocorre entre 8h e 18h deste domingo — o horário de Buenos Aires é o mesmo de Brasília. Diferentemente do Brasil, a Argentina não tem urnas eletrônicas. O sistema eleitoral é baseado em cédulas com o voto impresso, em que os eleitores colocam um envelope lacrado com os registros do candidato escolhido na urna.
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O primeiro turno das eleições gerais definirá o próximo presidente e vice-presidente do país, além de quatro governadores, 130 deputados e 24 senadores de oito províncias. Segundo a Câmara Nacional Eleitoral (CNE), a Argentina tem mais de 35 milhões de eleitores, incluindo argentinos que votam no exterior. No país, o voto é secreto e obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos — única característica semelhante ao sistema eleitoral brasileiro.
Para vencer diretamente no primeiro turno, os candidatos argentinos precisam alcançar 45% dos votos válidos ou 40% dos votos, desde que possuam 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo lugar. Já no segundo turno, o candidato eleito é escolhido pela maioria simples dos votos — a metade mais um. Em 2023, um eventual segundo turno está marcado para 19 de novembro.
O cientista político Damian Deglauve, de Buenos Aires, explica que a principal diferença do sistema eleitoral argentino para o brasileiro é justamente o sistema de contagem de votos. “No Brasil, o candidato vence com mais de 50% dos votos [maioria absoluta, 50% dos votos mais um]. Na Argentina, é preciso ter 40% de vantagem mais um voto ou mais de 45%”, esclarece.
Outra distinção importante apontada por Deglauve é a liberdade de escolha para a seleção dos candidatos para os diferentes cargos. “No Brasil, as listas são abertas. Na Argentina, as listas são fechadas e bloqueadas, ou seja, você pode votar de forma distinta para governador e presidente, mas sempre respeitando a lista completa de um partido”, afirma.
Quem são os candidatos à presidência da Argentina?
Cinco nomes disputam o posto de ocupante da Casa Rosada, em Buenos Aires. São eles Javier Milei, economista da extrema direita; Sergio Massa, atual ministro da Economia; Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança de Maurício Macri; Juan Schiaretti, governador de Córdoba; e Myriam Bregman, deputada pela Frente de Esquerda e dos trabalhadores.
As pesquisas mostram três nomes na disputa por duas vagas no segundo turno: Sergio Massa e Patricia Bullrich, veteranos na política e representantes dos partidos tradicionais do país, e Javier Miliei.
O ministro Sergio Massa, da coalizão governista Union por la Patria: missão de parar a extrema direita(foto: Luis Robayo/AFP)
- Sergio Massa | Partido Unión por La Patria
Massa é o atual ministro e pertence ao partido governista “União pela Pátria” (centro-esquerda). A principal crítica que enfrenta é referente a situação econômica do país, que vive uma inflação de 140%. A carreira política dele começou em 1999, quando foi eleito deputado provincial de Buenos Aires. Sergio Massa teve apoio do atual presidente da Argentina, Alberto Fernandez, e da vice, Cristina Kirchner, para concorrer à presidência.
Em suas propostas, Massa quer implementar o equilíbrio fiscal, o superavit comercial, o câmbio competitivo e o desenvolvimento com inclusão
Patricia Bullrich, candidata do partido opositor Juntos por el Cambio, discursa em Buenos Aires (foto: Luis Robayo/AFP)
- Patricia Bullrich | Coligação Juntos por el Cambio
Candidata da direita e ex-ministra da Segurança, faz parte da coligação “Juntos Pela Mudança”. Patricia Bullrich é formada em humanidades e ciências sociais, com foco em comunicação. Nasceu em Buenos Aires, em 1956. Faz parte de uma família aristocrática argentina, e alguns de seus parentes são conhecidos no meio artístico e político. É conhecida também como a “Dama de ferro” argentina.
Sua carreira política começou como deputada de Buenos Aires e, depois, foi ministra do Trabalho, da Segurança Social e da Segurança.
Seu slogan é “Se não é tudo, não é nada”. Entre as propostas dela estão a dolarização do país e medidas contra a inflação acima dos três dígitos.
O candidato libertário Javier Milei: pesquisas apontam liderança, mas decisão no segundo turno (foto: Juan Mabromata/AFP)
- Javier Milei | Coligação La Libertad Avanza
A novidade na eleição está na participação de Javier Milei. O economista do partido de extrema direita “Liberdade Avança”, criado em 2021, tem apenas dois anos de experiência como deputado. Milei tem como símbolo uma motosserra, que leva em suas aparições de campanha, em alusão aos cortes que fará nos impostos do país.
Javier Milei é um economista argentino, nascido em Buenos Aires, em 22 de outubro de 1970. Ficou famoso em programas de televisão de discussões políticas por discursos polêmicos. Foi economista-chefe de empresas e também já atuou como professor universitário de disciplinas sobre economia. Na política, foi eleito deputado em 2021.
O candidato se destacou na mídia com a “turnê da liberdade” e por sua vida fora da política, como jogador de futebol e passagem pela música. Após apresentar sua candidatura à presidência, Milei chegou a receber o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia, fechamento do Banco Central, redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas.
Como estão as pesquisas eleitorais?
Milei lidera as pesquisas eleitorais, com intenção de voto variando entre 35,6% e 33%. Em segundo lugar está Massa, com 26% e 32,2% dos eleitores, enquanto Bullrich aparece em terceiro posto, com 21,8% a 28,9%. Os dados pertencem ao conjunto de 12 pesquisas consultadas pelo jornal La Nación.
Com informações do correio Braziliense
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