Hemocentro de Brasília precisa de doações
O Hemocentro de Brasília precisa de mais doações de sangue para abastecer os hospitais e o estoque do Distrito Federal. De acordo com o relatório da fundação, a tipagem O+ está em nível crítico e quase todo o restante dos tipos sanguíneos está em nível baixo. As únicas exceções são o B+, que está adequadamente abastecido, e o AB+, que está com o nível regular no estoque.
Durante o período do Carnaval, o Hemocentro constatou uma queda de cerca de 43% nas doações diárias. A meta da fundação é manter ao menos 180 doações por dia, a fim de que os estoques se mantenham estáveis. Entretanto, em razão da diminuição de doadores, a média diária em fevereiro tem sido de 102 por dia. A instituição pede que mais pessoas se voluntariem para irem ao local.
De acordo com o presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Osnei Okumoto, a doação de sangue é essencial para que vidas sejam salvas. O sangue O-, o mais crítico na instituição, é também o que alcança mais pessoas, uma vez que é o tipo sanguíneo considerado como doador universal, isto é, que pode doar a para qualquer pessoa, independentemente da tipagem do sangue.
Por esse motivo, até o próximo sábado, pessoas com o sangue O- têm prioridade no atendimento na unidade do Hemocentro, na Asa Norte. A unidade é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública do DF, além de instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas.
A alta da dengue na capital foi um dos fatores que contribuiu para a diminuição do estoque na instituição. Pacientes acometidos com a dengue hemorrágica, caracterizada por sangramentos e de maior gravidade, têm a necessidade de transfusões de sangue.
“A doação é importante para que a gente possa fornecer todos os nossos hemocomponentes para os 17 hospitais públicos daqui do DF. Esse estoque é necessário para que possamos atender aos pacientes que chegam de urgência até os hospitais, assim como também atender todos eles nos centros cirúrgicos, em grandes cirurgias”, explicou.
Pacientes que são acidentados, feridos com arma de fogo e com arma branca recebem atendimento das agências transfusionais, que acompanham o processo de coleta e entrega nos hospitais. “Para que a gente possa manter esse estoque, é necessário que os doadores compareçam aqui à Fundação Hemocentro de Brasília e efetuem as doações de sangue”, pediu Osnei.
Unidade móvel
Ontem, a unidade móvel de atendimento do Hemocentro esteve na Administração de Planaltina para fazer a coleta de sangue de voluntários que estivessem à disposição para a doação. Um dos parceiros é a campanha “Gari Sangue Bom”, que chama os profissionais do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) à doação por onde o ônibus da instituição vai.
Um dos doadores foi o gari Lucas de Sousa, 26 anos. Ele já havia doado no Hemocentro em 2022 e se voluntariou ontem para fazer uma nova doação em Planaltina. Para ele, o ato é importante de ser feito sempre que possível. Morador de Planaltina, em razão do trabalho e da distância até a sede do Hemocentro, na Asa Norte, o gari destaca que não teve tantas oportunidades para fazer outras doações, mas que entende a relevância da ação.
“É bom ajudar a salvar vidas, tem muita gente precisando e os níveis estão muito baixos. Quando as pessoas puderem ajudar, precisam ajudar. […] É difícil receber essa oportunidade [de doar fora do Hemocentro], porque como temos que trabalhar, não conseguimos algumas vezes. Mas é gratificante estar aqui fazendo a coisa certa”, destacou.
Outro voluntário foi o gari Leandro Coimbra, 36, que doou pela primeira vez na unidade móvel em Planaltina. “Foi bom para a primeira vez. Minha mãe sempre falava que era importante doar, mas eu sempre falava que depois iria. E hoje foi a primeira vez”, afirmou. O medo da agulha era um dos motivos que o deixava temeroso para doar, mas que foi superado ontem.
“Eu tenho um pouco de medo da agulha, mas eu não olhei não”, disse. “Quando eu vi ela vindo, eu virei o rosto”, contou. “As pessoas merecem ajuda, muitos precisam. Precisamos ajudar o próximo porque a gente tem sempre que lembrar do dia de amanhã, que só Deus sabe.” De acordo com ele, pela boa experiência, pretende doar mais vezes.
Com informações do Jornal de Brasília
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