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Moradores da Expansão do Setor O há anos reivindicam construção de creche na região; GDF informa que tem previsão de instalar uma unidade na QNO 18   

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Desde sua criação, em 1987, a Associação Comunitária da Expansão do Setor O (Aceso), acompanha a luta dos moradores pela implantação de uma creche pública na região. Atualmente, quem mora na Expansão do Setor O não conta com nenhuma unidade escolar infantil pública. Essa realidade é vivenciada há anos por um dos membros da Aceso, Viridiano Custódio de Brito, que sempre acompanhou a saga dos moradores por aquela que seria uma das principais reivindicações dos moradores.  

“Nós temos muitas demandas, como falta de transporte, falta de segurança, falta de saúde pública, mas estamos empenhados agora em reivindicar a construção de uma creche. Nosso setor é um setor onde tem muitos trabalhadores, e as mães que precisam trabalhar para ajudar com o sustento dos seus filhos, muitas vezes não conseguem trabalhar, às vezes elas arrumam emprego, mas não tem com quem deixar os seus filhos”, diz Viridiano.

O membro da Aceso, Viridiano de Brito, diz que há mais de 10 anos a população luta pela implantação de uma creche na Expansão do Setor O

Uma dessas mães que o membro da Aceso se refere é Andrielen Alves da Rocha. Em entrevista à nossa reportagem, ela contou que trabalhou por cinco anos em uma confeitaria, mas precisou abandonar o serviço para poder cuidar do filho mais novo, que tem dois anos e quatro meses. Segundo Andrielen, ela chegou a pagar uma cuidadora particular, mas como o preço estava comprometendo seu orçamento mensal, ela achou mais vantajoso abandonar o emprego para poder se cuidar dos filhos.

A moradora da Expansão do Setor O, Andrielen Alves da Rocha, fala sobre a necessidade de ser ter uma creche para atender as famílias da região

A demanda de uma creche pública é uma “luta antiga” dos moradores. Segundo Viridiano, os moradores já pediram às autoridades, fizeram abaixo-assinados, mas, até o momento, o poder público não mostrou interesse em construir creches na região. “É uma luta de quase 10 anos. Nós já fizemos abaixo-assinados, conseguimos através de alguns deputados da Câmara Legislativa, que eles pudessem destinar emendas e com isso nós conseguimos destiná-las à construção da creche, mas, infelizmente, a obra não foi licitada e não entrou no planejamento do governo do Distrito Federal”, explica o membro da Aceso.

A falta de creche é um problema no Distrito Federal. Quem avalia essa situação é o professor Anderson Natanael Silva Lima, que também é membro da Aceso, e mora na Expansão do Setor O. “O que queremos é uma creche para que as crianças possam se desenvolver, pois nós temos uma carência enorme na área da educação. Com a creche poderemos oferecer o básico para essas crianças e cumprir aquilo que está estabelecido como meta 1 do Plano Distrital de Educação, que trata justamente da educação da primeira infância”, ressalta.

Para o professor e morador da Expansão do Setor O, Anderson Natanael, a falta de creche compromete o desenvolvimento escolar das crianças

De acordo com o professor, a creche mais próxima da região fica no bairro vizinho, Setor O. Como a procura por vagas é alta, o espaço acaba sendo atendido pela própria demanda do bairro, ficando assim os moradores de outras regiões, como os da Expansão do Setor O, em segundo plano. “Porque a maioria das mães aqui não tem como trabalhar ou tem dificuldade em arrumar trabalho porque não tem onde deixar os seus filhos. E nós aqui não temos nenhuma creche, só temos uma creche no Setor O”, diz Anderson Natanael.

Os moradores já têm como sugestão a área onde poderia ser construída a creche – um terreno, que hoje encontra-se abandonado, porém murado, ao lado do Centro de Educação (CED) 15, localizado na QNO 18. “Nós temos que aproveitar uma área ociosa da escola. Essa área já tem anos e anos que está abandonada. Se tivermos uma creche todos ganharão, tanto as crianças, como a comunidade, porque nós vamos poder compartilhar e as crianças também vão estar se desenvolvendo perto de seus lares”, lembra o professor.

Muro que demarca a área ao lado do CED 15, na QNO 18, onde, segundo os membros da Aceso, poderia ser instalada a creche pública

Pelo menos 14 mil crianças aguardam por vagas em creches públicas no DF. Essa realidade foi exposta, na sessão da Câmara Legislativa, no dia 2 de maio deste ano. Para Viridiano de Brito, que há anos atua como líder comunitário, a carência de creches públicas só poderá ser suprida com um “olhar mais social” por parte do poder público.

“Nós sabemos que construções de pontes, viadutos, são importantes, mas a construção de creche é fundamental para as comunidades, principalmente para as mães que precisam trabalhar para poder sustentar sua família e tem que deixar os seus filhos com pessoas que às vezes não tem uma preparação adequada”, diz. “Nós temos espaço, temos terreno, só falta mesmo é a vontade política do governo para construir”, afirma Viridiano.

GDF

Em resposta à nossa reportagem, o Governo do Distrito Federal, por meio de sua assessoria, informou que a Secretaria de Educação tem previsão de construir três creches em Ceilândia, sendo uma na QNO 18 – que atenderia a população da Expansão do Setor O –, outra na QNP 11, e mais uma na QNP 5.

A pasta diz ainda que tem feito “esforços contínuos para o atendimento da demanda por creches, como a construção de novas unidades, a extensão do benefício do Cartão Creche e a abertura permanente do edital de chamamento público para creches parceiras em prédio próprio”.

Já com relação à falta de vagas nas creches, a secretaria argumenta que segue os critérios na fila de vagas para creches disponíveis na rede pública. “A lista de espera é construída a partir das inscrições das crianças e atualizada diariamente, de modo que crianças com pontuações mais altas (a partir da documentação apresentada) serão inseridas na devida posição, independentemente da época de inscrição.”

Para saber mais sobre vagas e creches no DF clique aqui.

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Jornalista

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